Capítulo 16 - Quisiera poder olvidarme de ti

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Alfonso ressonava tranquilamente em sua cama enquanto Hilda estava caminhando pela casa, investigando, já que era a primeira vez que haviam passado a noite na casa dele, pois o mesmo sempre fora reservado e mantinha seu caso com muita descrição e sem grandes comprometimentos, mesmo que Hilda fosse desprendida, gostaria de um pouco mais de atenção e compartilhar mais momentos com aquele homem. Era fácil gostar de um homem como aquele, era simplesmente insaciável na cama, proporcionava prazer de uma forma impressionante, mas sempre se mantinha distante, mantendo o corpo apenas ativo, enquanto a mente vagava a longas distâncias, e isso a deixava intrigada. Quem poderia ser a mulher que havia lhe magoado tanto? Tinha certeza que era mulher, sua experiência lhe comprovava que para um homem buscar satisfazer-se sexualmente, mas sempre se mantendo distante, com um olhar triste, é por que uma mulher o feriu profundamente. Tais especulações se confirmaram quando ao caminhar pela casa, vasculhando os móveis, encontrou um tecido feminino, uma espécie de chalé jogado atrás do sofá, pegou-lhe e levou em direção a Alfonso que havia acordado e estava pensativo em cima da cama.

HILDA: Olha o que encontrei. Um chalé muito lindo- falou admirada. – Me surpreende você nunca ter me trazido antes sua casa, mas já ter compartilhado seus lençóis com outra mulher. – fuzilou com o olhar, surpreendendo Alfonso com o objeto em sua mão.

ALFONSO: Não seja tola. Primeiramente, você mesma disse que não haveria exclusividade, apesar de que ultimamente só tenho me encontrado com você. Este chalé deveria estar a muito tempo aí. Onde estava? – questionou.

HILDA: Atrás do sofá. – informou.

ALFONSO: Por isso não havia visto antes. Garanto que não é nada importante. Não faz mais parte da minha vida. – concluiu.

HILDA: Tudo bem, se você diz. Agora preciso ir gatão, tenho coisas para resolver. – despediu-se, beijando-o de forma possessiva, saído em seguinte, deixando Alfonso perdidos em seus pensamentos, com o tecido jogado em sua cama, trazendo consigo lembranças que desejava a todo custo esquecer. Lentamente apossou-se do tecido frágil, levando-o ao rosto, sentindo a textura, lembrando-se do cheiro. Aquele chalé pertencia a sua mãe, mas fora cedido a Anahí na última noite em que estivera ali, amando-se. Apesar do tempo em que estivera jogado, ainda era possível sentir o leve aroma de Lavanda que o transportou para a imagem de Anahí em sua cama, desnuda, com os olhos intensos, entregando-se sem receio. Aquela imagem lhe corroeu a alma, e não queria mais aquilo, estava lhe fazendo mal. Por isso tomou a decisão de fechar esta página linda e dolorosa em sua vida.

Caminhando pelos altos rochedos, Alfonso imaginava Anahí sorrindo-lhe, caminhando em sua direção. Precisa enterrar de vez aquela dor, pois precisava seguir em frente, Heitor e sua família necessitavam de sua força, e isso ele estava disposto a entregar, e para isso era preciso focar em sua carreira, estudar, aprimorar suas técnicas e direcionar seus pensamentos para longe dela. E o primeiro passo era desprender-se de tudo que poderia lembra-la. Com um movimento, ergueu o braço, cheirando mais uma vez o tecido e em seguida buscou um isqueiro em seu bolso, queimando o fino tecido, deixando que o vento levasse suas cinzas para longe, carregando consigo toda a dor. Era hora de recomeçar.

Dois anos depois

Chiapas, Mx.

Valentina pelo jardim com uma alegria e inocência tão linda, buscando uma borboleta que voava pelas folhas. A imagem acalentava o coração de Anahí, ao ver sua filha crescendo saudável, mais linda do que nunca e a cópia fiel de Alfonso, os olhar era tão fiel a ele que em certos momentos tinha a visão de que ele a estava fitando com seus lindos olhos verdes que iluminaram a vida. Com isso a tristeza lhe assolava, convertendo-se uma desilusão e na dúvida de como seria sua vida se caso tivesse escolhido ficar na Grécia e viver intensamente o que estavam sentindo, mesmo temendo a represaria de Manuel. Jamais poderia saber o que aconteceria, mas tinha certeza que Alfonso amaria a ideia de ter uma filha, correndo pela praia, sendo companhia para Heitor. Ao lembrar-se de Heitor, um sorriso de saudade cresceu em seu rosto, ao recordar a doçura com que o menino a havia recebido, doçura essa que Valentina também possuía.

Mi Tormenta Favorita - Anahi e Alfonso. #PonnyOnde histórias criam vida. Descubra agora