Capítulo 2 - El Abismo del Alma

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Chiapas. MX

As manchetes dos jornais escancararam o que já era óbvio, o distanciamento evidente entre Manuel e Anahí era percebido pelo público, apesar de tentativas falhas dos agentes do jovem em manter as aparências, mas a última fuga estratégica do candidato ao Governo chiapaneco, tornou as situações mais complicadas.
EXTRA! EXTRA!
MANUEL ESTÁ TRAINDO ANAHI?
"Senador Manuel Velasco é visto chegando a um restaurante na cidade de Palenque sem sua esposa Anahi de Velasco, horas depois, o jovem político foi avistado saindo do estabelecimento com uma mulher desconhecida juntamente com dois homens. O está acontecendo com o casal modelo de Chiapas? Velasco estaria sendo infiel a sua linda e devotada esposa? O que Anahi está pensando sobre tais fugas de seu esposo?"

Anahi lia os noticiários e não acreditava no que estava passando, como poderia ser tão tola ao ponto de não enxergar a última punhalada para poder perceber que seu casamento estava ruído em apenas dois anos de relacionamento. Ela queria somente que ele fosse sincero, e assumisse que tudo que estava passando não estava fazendo bem para ninguém, viver como se tudo estivesse bem, deveria assumir uma postura imediatamente. Tomando uma decisão que mudaria sua vida, se levantou e caminhou em direção ao escritório onde Manuel estava, batendo levemente na porta, sendo recepcionada por Juan, homem de confiança de seu marido, aquele que fazia qualquer coisa por seu chefe, inclusive os trabalhos sujos, isso ela não duvidava. O olhar gélido do capataz lhe causava arrepios, não lhe dava confiança.
Manuel estava em sua cadeira discutindo com um grupo de aproximadamente cinco pessoas de forma muito acalorada, o que dava a entender que a repercussão das imagens divulgadas chegaram ao alto escalão do partido, e que estava causando um instabilidade aos planos traçados para a eleição de Manuel com governador. Quando Anahi adentra a sala, todos os olhares se voltam para ela como um tiro de curiosidade, como se estivessem lhe despindo moralmente com os olhos.
ANAHI: Manuel, precisamos conversar!
MANUEL: Meu amor, neste momento não estou em condições de conversar, estou resolvendo essas calúnias que me envolveram, precisamos encontrar uma saída o mais rápido possível. Te encontro em seu quarto daqui a uma hora. Tudo bem?
ANAHI: OK! Estarei esperando.
A apreensão que circulava pela casa estava deixando Anahi desconfortável, por isso decidiu caminhar pelo jardim para aliviar sua mente e acalmar seu coração para dar um rumo a sua vida. Durante a caminhada, lembrou de seus pais e irmãos, que estavam tão longe, e isso lhe dava uma saudade. Numa tentativa de escapar da tensão em sua vida acabou ligando para sua irmã mais velha, Marichelo, buscando alento, mesmo que nunca lhe tenha confidenciado sua infelicidade, sua irmã era muito sensível e compreendia as inquietudes de Anahí como ninguém mais, e sabia, mesmo que através do silencio de sua irmã que algo não estava bem, pois Anahi quase nunca ligava, e quando ligava mantinha a mesma postura introspectiva e nostálgica, e isso demonstrava sua solidão.
MARICHELO: Minha querida, o que te aflige? Me conte e assim eu posso tentar te ajudar.
ANAHI: Não é nada minha irmã, apenas liguei por que estava com saudades, faz tempo que não ligava, como estão as crianças? Estou morrendo de vontade de ir a Capital para ficar uns dias com vocês, mas tenho que esperar terminar a campanha de Manuel para que possamos tirar férias.
MARICHELO: Você não me engana Anahi, te conheço, sei que você está com problemas, venha logo pra cá, descansar, repor suas energias, não precisa esperar Manuel terminar seus compromissos profissionais. Estamos esperando ansiosamente.
ANAHI: Irei conversar com ele a este respeito e, aliás, vou desligar, combinei de falar com ele neste exato momento sobre uns problemas aqui, mas assim que resolver as coisas por aqui estarei viajando para a Capital. Preciso desligar. Amo Você!
Chegando ao quarto Anahi encontra Manuel falando ao celular, mas ao perceber sua chegada disfarça e desliga imediatamente.
MANUEL: O que você gostaria de falar comigo? - Aproximou e lhe um leve beijo- Neste momento Anahi levemente recordou do antigo Manuel, pelo o qual acreditava ser apaixonada, mas isto foi há muito tempo.
ANAHI: Precisamos falar sobre nós, sobre o que vem acontecendo com você e seus casos extraconjugais. COMO PODE FAZER ISSO! - Sua voz saiu estrangulada, como se estivesse ali presa há tempos e necessitava ser libertada.
MANUEL: Tenho uma explicação- respondeu com um sorriso irônico nos lábios- não vou mentir, ultimamente tenho saído com outras mulheres, mas tudo é culpa sua, por se manter tão distante, em seu mundo, uma completa estranha para mim, e não pense que isso me afeta, por que há muito tempo tenho percebido seus comportamentos, e não sou o único- Aproximou-se de forma intimidadora dela e continuou
- Você é minha esposa, o povo gosta de você, temos um casamento ideal e quero manter isso, mas você está ficando inútil, nem na cama me satisfaz, o que me faz buscar em outros braços o alento que não encontro em casa- Com um olhar possessivo, suas mãos se aproximam e tocam-lhes o rosto, descendo agressivamente até seus seios, causando um repulsa imediata de Anahi que se afasta bruscamente em direção a porta com o intuito de sair.
ANAHI: Não seja grosseiro, sou sua esposa e mereço respeito, não sou um acessório que você utiliza e depois descarta. Eu casei com você por que estava apaixonada, não fui comprada e se não estamos mais dando certo, devemos nos separar e poupar mais sofrimentos e desentendimentos. - Ela o encara com um olhar determinado a não mudar de opinião.
MANUEL: Jamais, não seja ingênua, você está comigo por conveniência, precisamos um do outro e é algo que não admito abrir mão. Você é MINHA!- Exalta-se, agarrando-a pelos cabelos e a obrigando a sentar na cama. - Você me deve muitas coisas, assim como seu pai, então trate de ser uma boa esposa e cumpra seu papel de forma submissa e de boca calada. Falou ainda a segurando, agora pelos ombros, como forma de mantê-la presa a sua força.
- Amanhã viajaremos para descansar uns dias, meus assessores acharam interessante termos um momento romântico para apagarmos essas notícias que afetaram nosso casamento e minha candidatura. Viajaremos nós dois, juntamente com alguns funcionários encarregados de nossa segurança e divulgação de nossa imagem. Iremos para a Grécia, exatamente para Santorini, um lugar paradisíaco, ideal para um casal apaixonado como nós. Não acha?- Seu olhar mudou e adquiriu um caráter dominador. - Agora venha e me dê um beijo apaixonado, como você fazia antes!
Anahi se viu abraçada de uma forma agressiva, impossível de se desvencilhar, tamanha era a força de seu marido, se viu sendo agarrada e jogada na cama de forma violenta, tendo suas roupas arrancadas com tamanha violência, ao ponto de rasgar sua camisa. Não havia como fugir do que estava para ser realizado, e para não se machucar se deixou ser possuída por Manuel, de forma um tanto quanto mecânica, pois era impossível sentir qualquer tesão em um sexo onde um está totalmente desconfortável, mas parece que Manuel isso não importava. Suas estocadas eram fortes e constantes, chegando a incomodar. O momento foi rápido, pois logo ele estava esgotado, jogando-se sobre seu corpo, mas para ela tudo não passou de uma frustação. Uma pequena lágrima escorreu por seu rosto como o sinal de sua solidão e infelicidade. Quando Manuel se recompõe e a depara com Anahi chorando sua raiva se materializa em um bofeta.
MANUEL: Você realmente é muito fútil e fria!- Levanta-se, vestindo sua roupa, caminhando em direção à porta. - Esteja pronta amanhã cedo, e engula todas essas suas amarguras, preciso de você recomposta. - Sai batendo a porta e deixando no quarto uma áurea de angustia.
Anahi permanece jogada na cama, com sua face ardendo e suas lágrimas lavando sua pele e alma. Sua vida se converteu em um abismo de incertezas, mentiras do qual ela não conseguia sair.

Mi Tormenta Favorita - Anahi e Alfonso. #PonnyOnde histórias criam vida. Descubra agora