Capítulo 06 - El cataclismo de emociones.

393 26 5
                                    

A tarde foi seguindo e o desespero de Anahi aumentando ao observar o céu e percebendo que se aproximava uma tempestade, sendo necessário ela buscar um abrigo que a protege-se durante a chuva. Ao longe da praia havia uma formação rochosa que possuía uma falha que serviria de abrigo durante a noite, o lugar era íngreme, mas a composição da rocha, quase que em uma forma de concha permitia estar protegida. A tempestade começou violenta, a ventania sacudia as árvores de uma forma que lhe dava a impressão de que iriam ser derrubadas, o temor misturou com o frio que começou a assolar seu corpo, e imediatamente buscou folhas de uma árvore que se assemelhava a um palmeira e cobriu buscando aquecer-se, que no primeiro momento não aplacou seu frio, mas devido o passar do tempo, a chuva foi diminuindo sua intensidade, mantendo-se porém constante, persistindo durante todo o decorrer da noite. Sua tensão a manteve alerta, sempre na expectativa de que Alfonso iria aparecer vivo para lhe salvar, mas com o passar das horas, suas esperanças foram sendo levadas por suas lágrimas, até o momento em que o sono venceu o frio e a angustia.

A manhã iniciou-se lavada pela chuva, tão calma quanto fora violenta a noite que a tinha precedido. Uma manhã sombria, sem atrativos, em que até o canto dos pássaros parecia tímido. A terra estava se recuperando da força da tempestade e o sol a cobria com seus raios fracos, como que pedindo perdão pela barbaridade acontecida durante a escuridão.

Anahi acordou com a aurora. O silêncio intenso depois do rugir do vento, que havia assobiado sem cessar por entre as árvores, era tão estranho quanto fora a tempestade, e ela continuou deitada por vários minutos, deixando-se envolver por aquela abençoada paz. Mas depois daquele momento de puro relaxamento, ela se deu conta que ainda permanecia naquela ilha desconhecida e que precisava buscar uma forma de encontrar uma saída para aquele sofrimento.

Por todo lado, eram visíveis as consequências da tormenta. Algumas árvores tinham sido arrancadas pelas raízes e as que haviam sobrevivido ainda se mostravam abatidas pela chuva torrencial. Relâmpagos tinham causado lesões profundas nos troncos das árvores que permaneciam em pé, arrancando-lhes a casca e deixando-os nus diante dos olhos atentos de Anahí buscando resquícios ainda do barco que foram trazidas pela água.

Além da curva da praia, onde um promontório rochoso avançava em meio às águas espumantes de uma laguna, Anahí parou, sombreando os olhos com a mão. Um grupo de árvores de mangue crescia quase à beira da água, os troncos retorcidos e cheios de nós parecendo mais escuros que o normal, em contraste com a claridade do dia. Observando-as, Anahí teve a impressão de ver alguma coisa se mover junto às raízes de uma delas e, quando seus olhos se ajustaram à luminosidade, já estava quase certa de que se tratava de uma grande criatura do mar, jogada na praia pelas ondas. Temerosamente aproximou-se, e à medida que a distância percorrida ia diminuindo, suas lágrimas cobriam-lhe os olhos com a certeza de que ali havia um corpo boiando, e que este corpo era de Alfonso.

Correu ao encontro do corpo e comprovou: Era Alfonso.

Porém a imagem não era nada reconfortante. O corpo estava desfalecido, com um aspecto doentio. Ao alcançar a sombra da árvore, viu-o distintamente: estava deitado de rosto para baixo, com uma das mãos estendida para diante, como que procurando agarrar a praia, e a outra, escondida sob o corpo.

Por vários segundos ela se limitou a olhá-lo, imóvel, mas depois, levada pela apreensão, cruzou a areia correndo e ajoelhou-se ao lado dele, explorando-lhe o pescoço com os dedos e não contendo um suspiro de alívio, ao encontrar uma artéria batendo. Ele estava vivo. Achava-se inconsciente, mas com uma pulsação mais ou menos firme. Como teria chegado até ali?

Com mãos tímidas, virou-o de frente, apoiando-se nos calcanhares, trepidante, ao ouvir um som de protesto. Mas ele não abriu os olhos e ela mordeu os lábios, consternada. De imediato, uma exclamação de susto escapou-lhe dos lábios. Havia sangue no peito dele, em parte já seco e coagulado, e cheio de areia. Automaticamente, apertou a boca com os dedos, enquanto olhava em torno, insegura, à procura de algo com que pudesse limpar a ferida. Não encontrou nada que servisse e, em desespero, rasgou a barra de sua camiseta e molhou-a na água. Teria que servir. Pelo menos, era limpa e poderia ser usada como bandagem.

Mi Tormenta Favorita - Anahi e Alfonso. #PonnyOnde histórias criam vida. Descubra agora