Capítulo 04 - La tormenta del corazon

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A viagem iniciou-se ás 09h da manhã, com um Sol quente e uma brisa fria, tendo o Mar Mediterrâneo quebrando o casco do iate, mas a tensão estava no interior da cabine.

MANUEL: O que estava fazendo com aquele pescador? – Sussurrou de forma ríspida, agarrando Anahí pelo braço, exercendo sua força e intenção através dos gestos – Você não cansa de me deixar em situações constrangedoras!

ANAHÍ: Não aconteceu nada demais, apenas estava distraída e esbarrei no Sr. Rodríguez e ele segurou-me para não cair, apenas isso, não crie ideias absurdas, sou uma mulher fiel, que cumpre a palavra- Disparou.

MANUEL: O que está insinuando? Que não cumpro minha palavra? Não seja estúpida, messe suas palavras, sabe que estas em minhas mãos- Concluiu, empurrando Anahí a cama e retirando-se do pequeno espaço, deixando-a sozinha, com suas lágrimas de frustação.

Alfonso estava distraído observando o mar adiante quando direcionou seu olhar para a mulher que surgiu mais a frente, caminhando em direção à proa do barco, totalmente alheia ao ambiente, com seus olhares e pensamentos muito longe daquele lugar. Durante alguns minutos ele apenas se deteve a observar aquela mulher instigante, notando todas as suas nuances, percorrendo seus olhos por aquele lindo corpo, simplesmente o mais lindo que já o havia visto. Ela era tão pequena, que lhe dava a necessidade de proteger, de toma-la em seus braços como uma pequena criança. Ela possuía um corpo delgado, mas tudo sem seu devido lugar, com pernas incrivelmente torneadas, uma cintura perfeita, seios fartos e proporcionais ao seu corpo, sem dúvida era uma mulher muito linda, alguém que chama a atenção e inquieta todos ao seu redor sobre a simples presença, da possibilidade de inalar o aroma de rosas de sua pele e o perfume de seus lindos cabelos cor de mel, que contrastava com a intensidade de seus olhos azuis, de uma tonalidade única, que ficou cravado na mente de Alfonso como uma estrela brilhante em uma noite escura, iluminando seu caminho. Mesmo com todos esses turbilhões de emoções, Alfonso percebeu que não poderia alimentar qualquer sentimento por aquela mulher proibida, ela era casada com um homem muito poderoso, e jamais iria olhar para alguém como ele, não poderia se machucar desejando estar próximo a alguém inalcançável, pois não aguentaria sofrer novamente.

Anahí estava pensando em como ficou constrangida pela situação que ocorreu no cais entre Manuel e Alfonso, e não sabia como pedir desculpas para o capitão, que foi tão gentil e solicito em lhe ajudar, um homem enigmático, que lhe perturbou pela intensidade de seu olhar e o calor que irradiou de seus braços, uma experiência que Anahí nunca havia sentido antes, mas que deveria ser mantida reprimida, pois era mais seguro para ela, não criar imaginações impossíveis. Enquanto estava absorvida em seus pensamentos teve a sensação de que estava sendo observada e discretamente virou para se deparar com o olhar de Alfonso, que percebendo seu olhar, disfarçou, fingindo observar atentamente o horizonte. Com essa expressão Anahí passou a analisa-lo, percebendo seus movimentos firmes guiando o leme do barco, com braços incrivelmente esculpidos pelo trabalho braçal, estava vestido com um conjunto de caça e blusa de linho branco, simplesmente lindo e marítimo, contrastando com sua pele levemente bronzeada pelo contato com o Sol, seu cabelo incrivelmente negro balançava sobre o vento, a barba por fazer lhe dava um ar rústico que proporcionou um calor estranho e ao mesmo tempo bom no ventre de Anahí, sob a imaginação de ter aquele rosto roçando seu pescoço, causando-lhe arrepios arrebatadores. Mesmo com sua postura mais rústica, ela não deixou de perceber em seus traços faciais toda a sua beleza, possuía um aspecto duro, esculpido de forma singular, sua boca era perfeita, totalmente ideal para aquele rosto angular, com um queixo quadrado e seu nariz afilado lhe dava um aspecto ao mesmo tempo angelical e másculo. Seus olhos possuíam o tom de verde mais lindo que já havia visto, mas além da coloração única, a intensidade de seu olhar demonstra sua personalidade, alguém apaixonado pelo o que faz, um homem enigmático e intenso. Suas emoções estavam girando como uma roda gigante, pois nunca iria imaginar que um completo estranho poderia proporcionar tantas emoções em apenas um dia, e isso era proibido, ela era uma mulher casada, tinha obrigações como uma mulher compromissada, mas como conter essa ligação proibida, como acalmar o coração diante de uma tormenta tão especial.

Imediatamente sua postura quando viu Alfonso se aproximando com um copo de suco na mão com um meio sorriso que desconcentrou Anahí no mesmo instante, invadindo sua mente de uma forma única e inebriante.

ALFONSO: Senhora Velasco, lhe trouxe esse suco de Laranja, percebi que a senhora não comeu nada desde que zarpamos. – disse entregando o copo.

ANAHÍ: Obrigado, mas não estou com muita fome, na verdade estou um pouco enjoada devido ao balanço do mar.- falou.

ALFONSO: Mas não pode ficar sem comer nada, com isso seu enjoo irá aumentar, espere aqui, vou buscar um remédio que te deixará melhor – disse se retirando.

Alguns minutos depois, Alfonso retorna com um copo de água.

ALFONSO: Tome esse pouco de remédio, e depois termine com o suco para tirar o amargo em sua boca- disse e logo em seguida pegou no braço de Anahí fazendo com que ela ficasse de frente para a proa, se posicionando logo atrás dela. - Agora mantenha seu olhar para o horizonte e respire fundo, assim aos poucos se sentirá melhor – Falou baixo, bem próximo ao ouvido de Anahí, causando arrepios e uma reação automática de afastar-se. – Desculpe senhora, não tive a intenção de constranger- disse afastando um pouco mais, encostando-se nas barras do barco.

ANAHÍ: Eu é que peço desculpas, principalmente por aquela situação constrangedora pela manhã, Manuel não é grosseiro, apenas ficou enciumado. - falou

ALFONSO: Não se preocupe, entendo-o em ficar com ciúmes, ele é seu marido. Eu na mesma situação ficaria furioso por ver minha esposa nos braços de outro homem. - concluiu rindo.

ANAHÍ- É um homem muito gentil, obrigado. Já me sinto muito melhor. – Sorriu e caminhou em direção à parte de trás do barco quando sua cabeça começou a girar e desmaiou.

Mas antes que caísse bruscamente sobre o barco Alfonso lhe aparou, abraçando-a de forma firme.

ALFONSO: Acorde, por favor- sussurrou, tremendo diante daquela mulher desfalecida em seus braços, não contendo a necessidade de tocar-lhe o rosto, afastando seus cabelos para analisar sua fronte.

MANUEL: AFASTA-SE DE MINHA MULHER IMEDIATAMENTE!!- Gritou correndo em direção os dois.- O que está acontecendo aqui?- disparou

ALFONSO: Senhor, perdoe-me, sua esposa sofreu um desmaio, ela estava enjoada pela maresia, apenas a amparei- falou e sua respiração acabou por despertar Anahí, que mesmo tonta percebeu que estava nos braços do capitão, e a sensação era maravilhosa e o calor que a envolveu se dissipou no instante em que ouviu seu marido falando tendo a realidade quebrando toda magia daquele momento.

ANAHÍ: Manuel, eu estou bem, foi apenas um enjoo- disse, levantando-se.

MANUEL: Vamos voltar agora mesmo para a costa, esta viagem já demorou demais, e você precisa descansar querida. - Aproximou e envolveu se braço na cintura de Anahí, levando – a para longe, mas antes Anahí conseguiu se virar e falar com Alfonso.

ANAHÍ: Obrigado novamente capitão. – Encerrou com um olhar triste e um aceno de cabeça.

Neste instante Alfonso percebeu que aquela mulher era muito infeliz, que havia algo em seu olhar que dizia a gritos que necessitava de ajuda. Mas isso não lhe dizia respeito, e voltando para seu leme realizou o movimento de retorno à costa, onde deveria esquecer tudo o que aconteceu neste dia.

De volta ao hotel, Anahí tomou um banho revigorante e decidiu permanecer em seu quarto o resto do dia, apenas observando a linda paisagem, viajando em pensamentos, tendo toda sua mente buscando relembrar daquele olhar hipnotizante que não saiu de sua mente, imaginando onde estaria naquele momento o dono daqueles olhos que foram responsáveis por despertar emoções desconhecidas e intensas, diante da lembrança, seu coração disparou de uma forma descompassada e sua intimidade contraiu com a memória daquele homem próximo, da possibilidade de inalar seu aroma marinho, do calor que seus braços erradiavam, e com essas lembranças foi dormir, onde em seus sonhos poderia pensar naquele homem sem se importar com a realidade. Do outro lado da ilha, Alfonso estava sentado em sua varanda com uma taça de vinho observado a ondas do mar quebrando na areia e imaginando Anahí naquela água, fazendo parte daquele ambiente, sendo sua, porém isto era impossível, não poderia pensar ou desejar alguém proibido. Decidido a não se envolver mais em problemas por causa daquela mulher, resolveu não alugar mais seus serviços para o casal Velasco, assim poderia acalmar seu coração e tentar esquecer aqueles olhos que pareciam estar cravados em sua mente como estrelas em dias de escuridão.


Mi Tormenta Favorita - Anahi e Alfonso. #PonnyOnde histórias criam vida. Descubra agora