Capítulo 2

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O pai de Catherine parecia preso devido ao cinto, ele tinha cortes fundos no rosto mas permanecia acordado.

Minhas memórias depois desse acidente vieram a se tornar falhas, já que a quatro anos eu venho tentando esquece-las, mas infelizmente, os gritos e as lágrimas de Catherine e Tobías sempre irão me acompanhar.

Gostaria imensamente de afirmar que o pai de Catherine seguiu sua vida como deveria, mas não, James se assassinou no aniversário de quinze anos de Catherine.
Logo após o acidente, James ficou internado no hospital por ter fraturado a coluna. Quando ele recebeu alta do hospital, voltou a casa que morava com sua família e simplesmente se isolou, nunca cheguei a ter contato com ele a não ser na noite do acidente que tentei ajuda-lo.

Foi sem dúvidas os anos mais difíceis da minha vida, e continuar na Europa só iria aumentar a dor e a falta que Catherine causava a mim. Logo após o acidente, fui para o Brasil viver com os meus avós por parte de pai, eu não tinha tanto contato com eles, mas achei que me afastar seria o mais apropriado. Morei no Brasil durante três anos, fiz alguns amigos e consegui levar minha vida adiante. Mas assim como tudo na vida, as coisas constantemente mudam.

-Alô?

-Amélia?

Pude reconhecer a voz do meu avô imediatamente, ele parecia estar nervoso e sua voz era trêmula.

-Vovô? Sou eu Amélia. Está tudo bem?

-Querida, não quero lhe assustar porém sua avó está doente, não sabemos o quanto ela irá suportar, ela já não tem a força que tinha antigamente pode não ser nada demais assim como pode ser também, na nossa idade tudo vem a se tornar um problema, e achei que deveria avisa-lá para vir para a Europa novamente passar alguns dias com ela pois não saberemos quantos ela ainda tem.

-Ahn...bem vovô, eu estou terminando o ensino médio no Brasil e vou estar aí logo que minhas provas finais acabarem o que falta apenas alguns dias, mande um beijo para minha avó, eu sei que tudo ficará bem.

Meus avós se conheceram na Europa, quando meu avô estava fazendo intercâmbio na mesma universidade que minha avó estudava. Ele nasceu no Rio Grande do Sul, em Pelotas uma cidade no sul do Brasil, e desde então vem insinando português a minha avó que é completamente apaixonada pelo Brasil.

Logo após ter teminado minhas provas finais fui direto para Inglaterra na esperança que minha avó tivesse uma melhora repentina, acho que, eu não suportaria mais uma perda.

A dor, no final das contas, nunca irá deixar de passar de um efeito colateral do amor, são como ímas que se atraem, um não vive se o outro não viver.

Mas assim como tudo levo isso, como uma esperança, afinal, até mesmo depois da chuva vem o arco-íris, espero que o meu arco-íris chegue logo.

Meus avós tinham muitos amigos na Inglaterra, eram um casal conhecido pela generosidade e simpátia que tinham, eu sabia que eles possuíam muito dinheiro mas nunca me importei muito com isso, por ser um casal muito conhecido sabia que eles tinham o apoio de muitas pessoas.

Chegando no aeroporto, pude ver uma placa escrita "Amélia", fui ao encontro da pessoa, não era meu avô muito menos minha avó, era jovem tinha cabelos pretos, parecía conhecida mas não conseguia lembrar da onde, devia ter uns quarenta anos.

-Olá, você é a Amélia? É um prazer lhe conhecer, seus avôs me pediram para que a buscasse no aeroporto. -disse estendendo sua mão até a minha e eu retribui.

-Sim sou eu, eu agradeço por vir me buscar, como eles estão?

-Sua avó nunca perde a fé, continha a mesma mulher incrivel de sempre, e com certeza vai superar isso.

Aquelas palavras me acalmaram, de um jeito que nem mil palavras poderiam explicar. Durante a viajem até a casas dos meus avós, o carro estava em silêncio, só estava eu, e a moça na qual não mencionara seu nome para mim.

A cidade estava bela como sempre esteve, mas as antigas memórias ainda a deixava assombrosa para mim.
Depois de quatro anos longe, as coisas ainda pareciam estar iguais, chegando na casa dos meus avós passei na frente da antiga casa de Catherine, estava escura e ninguém parecía ter mexido lá desde o incidente, estava intacta, e assustadora.

A casa dos meus avós estava linda, sempre esteve, eles tinham bom gosto, tinha vários carros na frente, e isso me fez suspirar já que estava cansada de viajem e com certeza a casa estava cheia.

Desci do carro e a moça me ajudou com as malas, chegando na porta, toquei a campainha, e quem abriu foi Zayn Malik. Foi quando notei que, aquela moça no aeroporto era a senhorita Malik, mãe de Zayn. Eu sabia que meus avós tinham amigos mas nunca pude imaginar que a família Malik estava incluida nessas amizades deles.

Eu não era Directioner, achava as músicas da One Direction legais, aposto que se Catherine estivesse viva ela os amaria, mas acho que ela não chegou a os conhecer. Zayn recentemente tinha deixado a One Direction, e ele deve ter notado minha cara de surpresa.

-Olá, Amélia. Seus avos me contaram muito a seu respeito. -disse ele com um sorriso pela minha expressão de surpresa, em quanto pegava a mala que estava na minha mão.

-Espero que sejam coisas boas as que eles tenham comentado. -disse fingindo que nem sabia quem ele era, mas pela minha cara de surpresa quando ele abriu a porta já era evidente que eu sabia quem ele era.

Unconditionally ❃ MALIKOnde histórias criam vida. Descubra agora