Capítulo 35

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Vinte dois, fevereiro

Logo quando cheguei avisei meus avós que estava bem e fiquei impressionada pelo fato de minha avó não aparentar se preocupar muito pelo fato de estar indo a uma festa, talvez ela não tivesse já que nunca dei motivos pra isso. As únicas palavras dela foram "Tudo bem meu anjo, apenas se cuide e não demore para voltar para casa."

Agora já passava mais de meia noite, faziam uma hora ou talvez um pouco mais que estávamos ali.
Eu perguntava a mim mesma o que eu estava fazendo ali, com aquela música enjoativa, ao lado de pessoas cheirando a alcóol, eu sabia que não pertencia aquele lugar mas era só uma tentativa de o esquecer.

Já havia bebido algumas bebidas alcoólicas que estavam servindo mas não estava embriagada, só sentia muito calor devido a bebida mas me sentia normal e ficava feliz por isso, não queria ficar bêbada só desejava me divertir.

-Tinha um menino vomitando no banheiro, que desnecessário. -Ben disse despertando-me dos meus pensamentos e se sentando ao meu lado com uma expressão de nojo.

-As festas são sempre assim? -digo em quanto levava o copo até minha boca, mas retiro o mesmo assim que tomo um pequeno gole e arde minha garganta.

-Assim como? -ele diz franzindo suas sobrancelhas, com uma expressão confusa.

-Assim, sem graça. -digo apontando para algumas pessoas que dançavam ao som da música extremamente alta que ecoava sobre o lugar.

-As pessoas na sua idade costumam gostar de festas. -ele ri em quanto bebe sua bebida. -Quantos anos você tem mesmo?

-Estou falando sério. -faço uma expressão séria e começo a rir.

-Se você quiser ir embora eu posso te levar. -Ben diz voltando a por seu olhar sobre mim.

-Não, estou bem por em quanto. Só vou até a rua, me sinto sufocada. -Sorrio gentilmente.

-Quer que eu te acompanhe?

-Não, estou bem. Obrigada. -digo em quanto saía do meu lugar em direção a porta.

Caminho em direção a saída e posso notar o quanto de pessoas presente conheço naquele lugar, quase todas vejo na universidade normalmente mas nunca imaginaria que as mesmas seriam dessa forma, todas bebiam muito e pareciam estarem drogadas.
Me pergunto o que as pessoas costumam ver em feliz em uma vida assim, mas continuo sem resposta.

Sinto um líquido sobre meu vestido, e corro meus olhos para cima vendo um menino segurando um copo agora sem nenhum líquido dentro.

-Oh, eu sinto muito. -diz, seus olhos possuiam uma cor mel que entravam em perfeita harmonia com sua pele pálida.

-Ah, tudo bem. -digo passando passando a mão sobre o comprimento do meu vestido.

Contínuo caminhando em direção a porta e solto um alívio quando finalmente sinto o ar puro em meu rosto. O tecido do meu vestido agora molhado começa a incomodar mas tento ignorar.

Apenas algumas pessoas estavam na frente do local aonde estava acontecendo a festa, todas em grupos e pareciam estar se divertindo muito.

Caminho em direção a um banco que havia não muito longe dali, olho para o céu escuro e me lembro das tantas vezes que eu e Zayn o observamos e do quanto ele significava pra nós, lembro-me da voz dele dizendo que quando não pudesse, as estrelas cuidariam de mim por ele. Mas hoje, elas nem se quer aparecem.

Sento no banco gelado, e começo a analisar todos os pequenos detalhes daquele lugar.
Tentei tanto fazer com que as coisas descem certo, chorei tanto quanto, amei-o mais do que a mim mesma, mas ele foi o que virou as costas, não eu.

Lágrimas começam a brotar nos cantos dos meus olhos, mas tento permanecer séria, não iria chorar por ele não outra vez.

Ouço um barulho de um galho se partindo logo atrás, e quando me viro vejo uma menina que acabara de pissar no mesmo.

-Me desculpe. -ela diz, seus cabelos estavam bagunçados. -Posso me sentar aqui?

-Claro. -sorrio gentilmente.

-Por que não está lá dentro se divertindo? -indaga em quanto levava uma de suas mãos até sua cabeça demostrando que sentia dor.

-Eu não me sinto bem. -minto.

-Eu também, minha cabeça estava girando muito e... -ela olha em meus olhos. -Eu conheço você. -afirma sorrindo.

-Conhece? -olho a ela sem entender.

-Sim, já te vi em algumas revistas ao lado de um menino com topete, acho que era de uma banda não sei. -ela pausa. -Meu nome é Zoella.

Ela se aproxima de mim me dando uma visão melhor, seus cabelos eram louro escuro e seus olhos pretos.

-Eu sou Meli. -minha mão vai ao encontro da sua e abro um sorriso gentil.

-Você tiraria uma foto comigo? -sua voz sooa tímida.

-É sim, claro.

Ela retira do bolço de seu casaco preto um celular branco com detalhes prateado nas laterais e juntas sorrimos para foto.

-Acho melhor eu voltar agora, Obrigada pela foto Amélia. -ela sorri, ela pronuncia meu nome e eu não o havia o mencionado, acho estranho porém ignoro.

Ela se levanta lentamente e logo após caminha em direção a um grupo de pessoas conversando afastadas de mim.
Uma coisa cai do bolço de seu casaco e ela parece não notar.

-Zoella! -digo me aproximando do objeto que caiu mas ela não me ouve.

Estendo minha mão até o chão na intenção de o pegar, o que parecía ser como um envelope branco que continha apenas uma letra escrito na sua frente C.

O abro em um ato de curiosidade e me deparo com várias fotos tiradas de alguém despercebidamente.

E esse alguém era eu.

Unconditionally ❃ MALIKOnde histórias criam vida. Descubra agora