Capítulo 20

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(Hey girls, aperte o play antes de ler esse capítulo, amo essa música e ela é especial para mim, love ya)

Naquele momento nada mais importava realmente, minhas pernas agora estavam fracas e era quase impossível me manter em pé.
Sai correndo daquele lugar sem ao menos olhar para os lados, meu Deus como doía sentir aquilo, era como se eu estivesse desmoronando, eu não podia sentir aquela sensação outra vez, eu não queria perder outra pessoa, perder alguém que nós amamos é como andar de montanha-russa, quando você está lá no alto dela e eles te dão a notícia é como se você despencasse rápidamente.
As lágrimas agora não podiam mais ser controladas, elas apenas escorriam no meu rosto e junto com elas meu coração parecia estar desmanchando.
Sentei na grama do pátio do hospital porque já não consiguia me manter em pé.

Talvez ele nunca acordasse, talvez eu nunca mais podesse sentir seu cheiro, tocar na sua mão ou beijar seus lábios, talvez nunca mais iria ouvir sua voz e muito menos abraça-lo quando estivesse com medo, fazia tão pouco tempo mas eu já sentia tanta saudade dele. Talvez o "para sempre" nunca exista realmente, talvez, seja a única maneira que as pessoas encontram de tentar provar seu amor é dizendo que estarão ali para sempre, quando na verdade, sabem que não estarão.

A maioria das pessoas não sabem o tamanho das suas palavras e a responsabilidade que trazem quando fazem uma promessa, acho que essa também é uma das maneiras de tentar provar seu amor. Não acho que as pessoas precisem provar seu amor quando dizem o sentir, vai muito além de tentar fazer a pessoa acreditar, você sabe que você sente, nenhuma promessa e nenhum "para sempre" irão fazer diferença.

As coisas ficam tão frias quando ele não está por perto, fazia algumas horas que eu não ouvia sua voz e parecía uma eternidade, eu já não ligava para o clima, não ligava para tantas coisas que eu sempre costumava observar, porque agora a parte que estava com ele dentro daquele hospital era quase toda a que me mantia forte na maioria do tempo.

-Oi... -ouvi uma voz atrás de mim, era um homem usando um jaléco branco, Thomas.

-O que foi? -disse levantando do chão e tentando limpar as lágrimas do meu rosto.

-Sinto muito... -ele tinha uma expressão de tristeza no rosto e parecia compreender minha dor.

-Eu não quero falar com você. -eu disse me lembrando da noite que ele falou que era irmão de Catherine, ele era um mentiroso.

-Eu sei que você acha que eu sou um mentiroso, mas eu não sou. Você sabe reconhecer quando alguém mente, eu sei que você é capaz de ver que eu não sou um mentiroso. Além do mais eu sei que você não está bem, eu sei o quanto dói.

-Você não sabe uma vírgula sobre a dor! Você não sabe qual é a sensação de ter seu mundo desmoronando! -disse, toda a tristeza que eu sentia se misturava com raiva, era tão injusto.

-Você acha que eu não sei o que é perder alguém? Eu perdi minha família toda! Perdi aqueles que eu mais amava.

-Aqueles que você mais amava? Você disse que era parte da família mas eu nunca ouvi de você, e se você era porque você os abandonou? Isso não é amar alguém, amar alguém é estar ao lado daqueles que amamos todos os momentos possíveis, porque quando for tarde demais você irá lamentar por não ter feito.

Ele puxou sua carteira do bolço de sua calça jeans, a abriu e me mostrou uma foto.
Era Thomas, Catherine e Tobías, ele deveria ter quinze anos, Catherine deveria ter uns nove ou oito e Tobías deveria ter um ou dois anos não sei ao certo, todos eram novos e estavam na frente de uma casa branca quase cobrida pela neve, todos usavam casacos grandes e estavam de toca, ao lado deles tinha um grande boneco de neve com uma cenoura no lugar do nariz e um cachecol no seu pescoço, era era realmente irmão de Catherine.

-Eu perdi aqueles que eu amava Amélia, eu não os deixei porque eu quis mas sim porque era necessário. Você acha que é a única que já sentiu dor, mas não é.  -disse e logo virou as costas voltando para o hospital.

Não conseguía entender como ele tinha deixado sua família, as coisas não faziam sentido mas eu realmente já nem ligava para isso.

Os pais de Zayn chegaram depois de uns minutos e falaram que era melhor me levarem para a casa para eu tirar o pijama e comer alguma coisa porque a única coisa que tinha dentro de mim era somente o alcóol da noite passada, eu quase implorei para poder ficar ao lado de Zayn mas eles não deixaram, falaram que ninguém poderia ficar lá, não naquele momento,e que voltariamos mais tarde.

Quando chegamos as irmãs de Zayn já sabiam da notícia e todas estavam juntas sentadas no sofá da enorme sala, o clima era horrivél, era destruidor, acabava comigo de uma maneira inesplicavél.
Eu não queria olhar no rosto de nenhuma delas simplemente não queria falar com ninguém, subi as escadas correndo até meu quarto e entrei no chuveiro.
As gotas de água agora se misturavam com as minhas lágrimas, me escorei na parede deixando a água escorrer pela parede, aquele era o único lugar que me fazia sentir paz, o chuveiro.

Eu não sentia nada além daquela dor, não sentia fome, frio nem cansaço, somente dor.

Meu celular tocou, sai do chuveiro enrolada na toalha e fui até ele, não era um número conhecido.

-Alô?

-Amélia? -reconheci a voz de Isaac, nem lembrava que ele tinha meu número

-Oi Isaac, sou eu. -disse, tentava achar forças para responde-lo

-Hey, é então... queria me desculpar pelo que aconteceu. Eu fui idiota, me desculpe.

Isso era a última coisa no mundo que eu não ligava nesse momento, pensei.

-Tá tudo bem, sem problemas.

-O que aconteceu? Você não está bem. Foi ele? O que ele fez?

-Zayn sofreu um acidente e está em coma. -comecei a chorar

-Ei Amélia, calma! Isso é sério? Meu Deus eu sinto tanto caramba!

-Por favor Isaac não me deixa também.

-Eu não vou te deixar somos amigos, além do mais as coisas só estão realmente perdidas quando duas pessoas querem. Porque se a duas não quiserem, elas acham um motivo para tornar as coisas fácieis, e eu não podia perder sua amizade, mesmo conhecendo pouco sobre você é o suficiente para saber que eu não quero te deixar. Ams, eu vou estar aqui todos os dias para te apoiar.

-Obrigado!

(...)

Sentei no balanço de pneu que tinha no jardim, fiquei me balançando e sentindo aquele vento no meu rosto que bagunçava os meus cabelos fazendo com que toda hora caissem em meus olhos, meus pés não tocavam no chão, eles parecíam estar flutuando, era como voar, eu gostava daquela sensação.
Em quanto a hora de voltar para o hospital não chegava eu ficava ali, eles já haviam avisado meus avós sobre o acontecido, porque mesmo que eu tentasse eu sei que não conseguiría.
Lembrei que ele havia me falado que as estrelas tomariam conta de mim quando ele não pudesse, mas elas não estavam fazendo isso, elas nem ao menos apareceram aquela noite, parecia que o céu sentia falta dele também.
Então olhei para o meu anel de esmeralda lembrando do dia anterior aonde Zayn ainda estava comigo e eu ainda sentia seu cheiro e sua respiração.
Tirei o anel pela primeira vez para poder o observar, e foi quando vi que dentro dele havia uma palavra gravada a qual eu não tinha visto antes.

Era:

"Unconditionally"

Unconditionally ❃ MALIKOnde histórias criam vida. Descubra agora