Capítulo 23

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Já faziam sete dias, uma semana..
Costumavam me dizer que a dor amenizava com o tempo, mas a minha dor parecia tomar cada vez mais força com o passar dos minutos, das horas, dos dias.
Será que um dia isso teria um fim? Eu já não tinha mais forças para passar por tudo aquilo.

A pressão que a mídia estava pondo em cima de mim era íncrivel, não íncrivel no termo bom da palavra, e sim, no péssimo. As pessoas me xingavam, falavam que eu não era boa o bastante, falavam coisas sobre mim sem nem ao menos saber quem eu era realmente, doía tanto ler todas aquelas coisas sobre mim.
Haviam pessoas que falavam que me conheciam e que eu era esnobe, observação: nunca tinha visto aquelas pessoas em toda minha vida.
Estava sendo difícil aguentar tudo aquilo sozinha, eu sabia que quando Zayn assumisse nosso namoro para as pessoas eu iria ser alvo de comentários, mas ele não assumiu porque ele nem ao menos pode falar, e as pessoas falam de mim esquecendo que ele está ali com a possiblidade de nunca acordar.
Mas eu juro, eu nunca vou perder minhas esperanças. Porque a cada memória que eu lembro do sorriso dele, aquilo me faz saber que ele vai acordar.

(...)

-Amélia... -vovó disse batendo na porta do meu quarto.

-Pode entrar -disse com a voz rouca e um pouco trêmula acordando do primeiro sono que consegui em uma semana.

-Eu posso conversar com você? -ela disse sentando aos pés da minha cama

-Claro vovó.

-Amélia, não me leve a mal...Faz uma semana que você não vai a universidade, você está se alimentando mal e passa a maior parte do tempo quieta. Eu sei o quanto está sendo difícil, eu sei que ele irá acordar. Mas, e se ele não acordar? Você vai viver assim para sempre?

Eu não sabia o quanto doía aquelas palavras até realmente as ouvi-las...

-Não existe "mas", ele vai acordar! E eu... eu, bom, eu vou voltar para a universidade o.k? Eu só precisava de um tempo e eu me alimento bem, eu juro que me alimento.

-Meli, eu sei que você não está se alimentando bem, você está pálida e seus olhos nem o mesmo brilho ainda tem. Por favor, não se mate lentamente e me deixe aqui assistindo. -ela disse, lágrimas surgiram nos seus olhos. No final eu e meu avô eramos tudo que minha avó tinha, e eles eram tudo que eu tinha. Ver que eu estava daquele jeito deveria ferir eles, eu estava sendo egoísta.

-Eu vou fazer o possível para as coisas voltarem ao normal. Vai tudo dar certo, eu vou para a universidade e vou me alimentar bem até engordar dez quilos -eu ri, tentava parecer forte para não faze-lá chorar, mas não acreditava em uma palavra sequer.

Me falavam para retomar a rotina, continuar vivendo normalmente como sempre fiz. Mas era difícil se até mesmo no ar que eu respirava conseguia lembrar dele, a risada dele fazia eco dentro da minha cabeça, seus sorrisos eram como uma foto dentro da minha mente e quando fechava os olhos podia a ver.
A cada segundo que passa eu finjo que ele está aqui e isso de certa forma acalma a tempestade dentro de mim.
Zayn havia reconstruído um coração partido, ele fez inquebráveis as paredes que antes eram quebradas dentro de mim, ele havia curado meus machucados que agora não deixavam de ser apenas cicatrizes. Mas ao mesmo tempo que ele curou todas elas, acabou abrindo um ainda maior no meu peito.

Voltei a frequentar a universidade normalmente, mesmo sem nem ao menos prestar atenção direito nas aulas. Foi em uma das aulas que eu tive a ideia de ir visitar o túmulo da Cat, eu nunca tinha ido antes, não me sentia preparada para aquilo. Então logo que acabou as aulas resolví ir lá e deixar flores para ela pela primeira vez.

-Ams, aonde você vai? -senti um braço em meu ombro e me virei, era Isaac

-Eu vou visitar uma amiga...

-Ah, vou contigo até chegar perto da minha casa então.

-É que eu vou no cemitério...

-Você não ia visitar sua ami... ah, desculpa. -ele disse, parecia sem jeito

-Se você quiser ir comigo tudo bem...

-Ah eu vou sim, não quero te deixar sozinha. -ele disse sorrindo e eu retribui

Não era tão longe e não levamos nem quinze minutos para chegar, os cemitérios daqui eram bem bonitos diferentes dos do Brasil.
Quando cheguei procurei junto com o Isaac pelo nome Catherine Chaise, e depois de longos minutos tentando achar eu resolví desistir.

-Vamos desistir a gente já tá a quase dez minutos procurando parece impossível achar o túmulo dela. -eu disse soava decepsionada

-E se a gente perguntar para alguém que trabalha aqui? Eles tem registros de quem está enterrado aqui.

Fomos até um "escritório" que tinha logo na entrada do cemitério para perguntar, havia apenas uma pessoa trabalhando em um computador, era um homem com cabelos ruivos e olhos pretos, parecía ocupado.

-Com licença senhor? -disse

-Sim, no que posso ajudar?

-Eu procuro o lugar aonde uma amiga minha foi enterrada, mas eu não consigo achar...

-Olha, no computador nós temos todos os registros das pessoas, eu acho curioso você não ter achado porque o cemitério é pequeno mas eu posso tentar achar pra você através do computador se tem alguem com o nome da sua amiga registrada aqui.

-Isso seria ótimo, o nome dela é Catherine Chaise ela nos deixou em 2012 tinha quatorzes anos, precisa de mais informações?

-Não já está ótimo. -disse em quanto digitava no computador

-Eu sinto muito mas o único registro de Catherine que tenho aqui é de uma mulher de trinta anos que morreu ano passado. Sua amiga não foi enterrada aqui.

Era o único cemitério que tinhamos na cidade. Tinha alguma coisa errada, aonde Catherine estaria se não fosse ali?

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HELLO!!! (Não me matem por não ter postado antessss) gente, emfim, quero pedir desculpa por não ter postado antes mas parecia que uma nuvem negra tinha se instalado na minha cabeça fazendo com que eu não tivesse idéias.
Já estamos chegando a quase 3K OMG!!!! E eai gente? Muitos mistérios en?

Unconditionally ❃ MALIKOnde histórias criam vida. Descubra agora