Pérola

Capitulo 2

Acordo duas horas depois com uma comissária de bordo mexendo comigo.

- Senhora acorde, o avião já pousou e todos os passageiros já desembarcaram.

Ainda estou meio sonolenta, olho ao redor e percebo que realmente todos os outros passageiros já haviam desembarcado.

- Obrigada.

Ainda dominada pelo sono me sento ereta bocejando enquanto espreguiço, com o dedo indicador pressiona meu óculos contra o rosto e me levanto da poltrona.

Assim que desembarco do avião e adentro o aeroporto fico encantada com tudo o que vejo, pois diferente do aeroporto de Cadaqués esse e enorme, para onde quer que eu olhe só me deparo com pessoas bonitas e bem vestidas com seus ternos e vestidos caros.

Vou seguindo para uma das saídas do aeroporto maravilhada com tudo o que vejo, atenta a todos os detalhes, sem deixar passar nada despercebido, mas sou tirada de meus pensamentos brutalmente ao dar de cara com um homem que sem que eu percebesse andava em minha direção falando ao celular e carregava uma pasta cheia de papeis que se espalharam pelo chão.

Olho para o tal homem e ele esta visivelmente irritado, seus olhos verdes transbordam sua irá e os músculos de seu rosto se tensionam. Ele e mais alto que eu, e mesmo por baixo do terno e fácil perceber seu corpo escultural, o que me intimida bastante.

- Me desculpe, eu não tinha te visto.
- Droga garota, preste mais atenção por onde anda.

Ele continua esbravejando, o que só faz eu me sentir cada vez mais intimidada. Pressiono meu óculos contra o rosto e envolvo meus braços em volta do meu corpo numa tentativa frustrada de me sentir menos vulnerável.

Ele olha para o chão onde se encontrava esparramados todos os papeis que ha alguns segundos estavam em suas mãos, meu primeiro instinto e me abaixar para pega-lós, mas no mesmo instante que me agacho ele também faz o mesmo, e conseqüentemente nossas cabeças se chocam uma contra a outra.

- Aii.
- Deixa que eu pego.

Ele disse passando a mão na testa que acabará de se chocar contra a minha, me levanto dando alguns passos para trás e ele solta mais um grito comigo.

- Mas que droga! Não basta joga-las no chão, tem que danifica-las também?

Sigo seu olhar que encara meus pés, estou pisando em uma folha, e ao retirar o pé de cima dela, vejo a marca da sola da minha sandália.

Ele parece que vai explodir de raiva a qualquer momento, e pela olhada rápida que dei na folha que pisei se tratava de um documento.

- Me desculpe... desculpe...

Antes que ele possa dizer mais alguma coisa, saio praticamente correndo para fora da aeroporto. ótima , maneira de chegar Pérola. Penso comigo mesmo enquanto abordo um taxista que estava escorado em seu carro olhando para a bunda de duas garotas que passavam por ali com shorts minúsculos.

- Hã, com licencia. Você poderia me levar a pensão. Chica Espanhola?

Ele me olha de cima a baixo, e faz uma careta nada sútil ao encarar minhas roupas. O que me deixa meio irritada, ele diz que pode me levar e eu entro no carro entregado a ele um pedaço de papel com o endereço da pensão.

Meu pai havia reservado uma vaga nessa pensão a uma semana, acho que ele ficou com medo de sua chica não conseguir um lugar para dormi.

Mais ou menos meia hora depois paramos em frente s uma pequena pensão, lhe paguei pela corrida e adentrei a pensão, lá dentro era tão aconchegante como o lado de fora, avistei uma senhora sentada do outro lado da bancada assistindo TV e tricotando... como ela conseguia fazer as duas coisas ao mesmo tempo?

- Com licencia. A senhora e a dona Marisa?

A senhora desvi os olhos da TV e me encara.

- Sim e você quem é?

- Sou a Pérola, meu pai ligou para a senhora semana reservando um quarto para mim.

- Assim Pérola Smith certo?

- Isso mesmo.

- Preencha essa ficha que eu lhe acompanho até seu quarto.

Faço o que ela me pede e seguimos para o andar de cima para que ela me mostrasse meu quarto. Ao entrar me encantei imediatamente com a cesta de frutas que havia em cima do criado mudo, a senhora Marisa sorriu e disse.

- Chegou agora a pouco, o entregador disse que era presente para a nova hóspede... você.

- Quem mandou?

- Não sei, não sou futriqueira, eu não mexi em nada esta como chegou.

- Desculpe, eu não quis dizer isso.

- Tudo bem menina, vou sair para que possa se acomodar melhor.

O quarto e pequeno e simples, porém muito aconchegante, paredes brancas com uma faixa preta passando no meio de todas elas, a cama de casal com uma colcha branca de bolinhas pretas, um criado mudo com um pequeno abajur ao lado esquerdo da cama, um guarda-roupa na cor marfim.

Vou em direção a cesta em do criado curiosa para ver de quem era o cartão, o pego da cesta e o leio.

" Para adoçar o primeiro dia da minha chica longe de casa.

Beijos.
Papai. "

Sorrio e abraço forte o cartão, já são 20:40 da noite, como cheguei a pouco tempo e ainda estou cansada da viagem decido ficar por ali mesmo e comer algumas frutas da cesta que meu pai  mandou.
(...)

Depois de tomar banho e comer algumas das frutas da cesta, desço até a recepção para falar com a dona Marisa, ela estava do mesmo jeito que a encontrei horas antes, tricotando e assistindo TV.

- Dona Marisa?

- Sim menina.

- A senhora tem algum jornal de hoje com anúncios de empregos?

- Tenho sim menina, já vai procurar emprego? Você mal chegou.

Apenas sorrio e confirmo sua afirmação, então ela aponta para um pilha de revistas e jornais em uma mesinha ao me lado e diz.

- Coloquei o jornal de hoje ai.

- Obrigado.

Pego o jornal e sigo de volta para o meu quarto, há vários anúncios, dos mais comuns aos mais esquisitos, pelo menos para mim.

Esses são alguns dos anúncios:

" Precisa-se de garçonete."

"Precisa-se de dançarinas para casa noturna."

" Precisa-se de cozinheira para casa de família."

" Precisa-se de acompanhantes bonitas e sexy para eventos fechados."

" Precisa-se de secretaria."

O anúncio de secretaria me chama atenção, anoto o endereço da Construtora Lemarchal e vou me deitar, amanhã acordarei bem cedo para tentar essa vaga.