| By Night. |

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| Lydia |

Os meus olhos abriram-se mas nada me apareceu à frente, o que significa que ainda não amanheceu.

Levantei-me da cama e fui até à janela confirmando as minhas suspeitas. A lua brilhante ainda se encontrava no céu, rodeada de milhões de pequenos pontos cintilantes. O mar apresentava uma cor tão escura, quanto a do céu daquela noite.

Visto que o meu sono parecia ter voado, vesti um casaco fino por cima do meu top e calcei as minhas pantufas e sai do quarto, fechando cuidadosamente a porta para não acordar Scarlett ou outra pessoa do meu corredor. Caminhei em passinhos de lã até ao convés onde me sentei numa cadeira. 

A brisa soprava, fria mas calma. O som do mar embalava os meus ouvidos. Estava tudo calmo, silencioso.

Fechei os olhos e deixei-me envolver por este ambiente.  Permaneci assim, imóvel, durante uns largos 20 minutos mais coisa menos coisa. Fui interrompida quando senti um peso na cadeira do lado. Mesmo assim continuei de olhos fechados. 

Nenhum de nós disse algo. Talvez a pessoa desconhecida esteja a apreciar isto tanto como eu.

- Porque é que estás aqui às 04 da madrugada? 
- Porque não tenho sono. - respondi simplesmente.


Abri calmamente os olhos, deparando-me com a figura de Harry. 
- Como é que sabias que estou aqui? - sussurro olhando o céu.

- Porque eu ouvi-te. - respondeu.

- Fiz assim tanto barulho?

- Um pouco. - riu-se.

Ri-me e acenti.

- Podia ficar assim para sempre.. 

- Assim como?

- Com este silêncio.. Esta calma, este céu maravilhoso. - sorri.
- É... - Harry acentiu.

- Devias voltar para a cama, ainda te constipas. - disse, pois reparei que estava de manga curta.

- Não tenho frio, e não te vou deixar aqui sozinha. 
- Porquê? Não é que vá fugir mesmo. - ri-me.
- Pode, sei lá, saltar daqui uma baleia e comer-te.

Olhei-o e rolei os olhos, o que o fez gargalhar.

O Harry. A gargalhar. Não sendo melosa mas eu podia ouvir este som o resto da minha vida que não me iria cansar.

Acho que a gargalhada de alguém é algo que nós nunca esquecemos, seja ela importante ou não. Gargalhadas são dadas em momentos felizes, que ao recordar nos fazem felizes também.
Depois de uns minutos de conversa sobre baleias que eventualmente podiam sair e bem, de acordo com o Harry, comer-me primeiro porque sou mais fraquinha, ambos adormecemos nas cadeiras e, por ironia do destino, ou não, as nossas testas acabaram por se juntar.





Lydia. || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora