[ 24 Hours Left - Part I]

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Harry

O dia já nasceu e eu não dormi quase nada, ou talvez nada mesmo. Tenho estado às voltas na cama mas o sono não vêm.
Levantei-me frustrado e calço uns chinelos que estavam para lá perdidos debaixo da cama. Caminho até à porta abrindo a mesma. Está um dia ventoso, e o cheiro do mar parece estar mais acentuado.
Incrível como assim a brincar já se passou um mês. Um mês que embarcamos neste barco. Já estou meio farto de aqui estar para ser sincero e no início não queria embarcar. Não por medo da viagem, mas sim por medo do que acontecia depois desta.
O que é que eu vou fazer? O mundo enlouqueceu. Que futuro terei eu? Ou os outros jovens que viajam comigo?
Como será a vida depois deste barco? O que farei quando chegarmos?

Tenho tantas perguntas e nenhuma resposta.

Arrumei as mesmas na minha "gaveta" bem no fundo do meu cérebro e concentrei-me na realidade. São 6 da manhã e eu estou de pijama parado na porta do quarto a olhar não sei para onde.

Voltei a entrar e a fechar a porta e acabei por me deitar na cama, pegando no telefone mas acabei por pousá-lo novamente na mesa de cabeceira e comecei a pensar em Lydia e naquele dia maravilhoso que aconteceu à relativamente 24h mais coisa menos coisa.

Foi de facto bastante marcante para mim o que ela me disse. Que não iria fugir desta vez.

A verdade é que me fez focar-me no que eu quero agora e não no que o meu pai quer. Porque a razão por eu ter estado fechado naquele quarto foram nada mais nada menos que as suas palavras. O simples pensamento de ele tocar na Lydia fez-me ferver e pensei que afastando-me dela, poderia evitar isso... mas depois lembrei-me de que se me afastar dela só vai fazer pior.

Recebi uma mensagem de Gemma para me encontrar com ela na sala onde comemos. Levantei-me e tomei um duche rápido e vesti-me. Peguei no telefone e sai do quarto. Caminhei pelo corredor até chegar ao buffet. Gemma estava sentanda numa mesa do fundo já com o seu prato à frente. Retirei algumas coisas para mim e fui sentar-me ao seu lado.

- Então miúda. - sorri beijando a sua testa.
- Chegaste rápido. - sorriu olhando-me.
- Não preguei olho esta noite por isso foi só vestir-me. - dei de ombros.
- Então? As coisas com o pai estão piores?
- Piores? Ele ameaçou fazer-lhe alguma coisa se não me casasse com ela! Eu não vou permitir que isso aconteça Gemma, não vou! - gemo frustrado.
- Calma Harry nós vamos conseguir dar a volta por cima. - sorri. - Por muito que neguem vocês gostam um do outro.
- Isso não é verdade! - olho-a.
- É sim Harry. Eu conheço-te. E aviso-te já de uma coisa.. É melhor levares um babete para o baile.
- Porquê?
- Amanhã vês. - piscou-me o olho.

Estou tão curioso para a ver. Como será o seu vestido? Como será que ela está? Quero muito vê-la.

Sorri para Gemma. - E tu? Com quem é que vais? A quem é que eu preciso de pôr um aviso "Cuidado com as patinhas, o meu irmão morde".
Gemma sorri mas rapidamente o seu sorriso desaparece. - Eu não vou.
- Não vais porquê? - ergo uma sobrancelha.
- Não tenho par..
- O quê?! Ninguém te convidou?!
- Não..
- Mas porquê?!
- Não sei... Talvez não seja boa o suficiente... - Gemma diz baixando o queixo.
- Tu não voltes a repetir isso Gemma! - levantei o seu queixo com o meu dedo. - Tu és linda, uma pessoa extraordinária! Tu sabes que eu não digo isto a ninguém mas tu nunca mais repitas isso! Olha para ti Gemma! Tomara muitas! Sabes perfeitamente que se não fosses minha irmã não te largava. - ri-me e consegui fazê-la rir também. - Se não te convidaram azar o deles, são eles que perdem!
- Obrigada. - ela sorriu largamente e abracei-a.
- Quero ver-te lá amanhã!
- Lá estarei.- acentiu.

Geralmente odeio toda a gente.
Mas na minha irmã eu vejo uma pessoa que me entende, que me ajuda e me safa maior parte das vezes! E dói saber que uma rapariga como ela se sente assim, não é justo. Mas eu sei que ela vai superar isto. É só uma questão de encontrar alguém que a complete (e que não seja um completo idiota senão parto-lhe a boca toda. ia partir mas pronto.. )

Depois de comermos ficámos um pouco à conversa, e entretanto o buffet começou a encher. E no meio de tanta gente vejo a minha baixnha a tentar chegar aos pratos. Quer dizer não é minha.. É tipo.. Minha mas sem ser minha.. Tipo não é minha mas tipo, ok esqueçam...

Ri-me das suas tentativas falhadas de alcançar a torre de pratos até que alguém mandado pelo divino acaba com o seu sofrimento e lhe dá um prato.
Como habitual enche-o de comida e pega nos talheres.
- Eu tenho de ir mas digo-lhe que estás aqui. - Gemma diz despedindo-se de mim. Vi-a caminhar até Lydia e apontar para onde eu estava. Esta acente sorrindo e murmura um obrigado.
Caminhou até à mesa e sentou-se ao meu lado.
- Olá. - disse sorrindo e eu perdi-me completamente.
- Olá. - respondi de forma igual.
- Já comeste?
- Sim já! Vim fazer companhia à Gemma.
- Acreditas que ela não vai ao baile?
- Agora já vai! - sorri orgulhoso.
- A sério?
- Sim não há nada que um irmão não faça!

Lydia. || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora