Romance Proibido - Livro 1

6 - Trabalho de Ciências

Cheguei à escola e fui atacada pela Sophie e pelo grupo. Zoe contou-me super feliz, como o seu sotaque britânico, que tínhamos uma nova aquisição no nosso grupo. Senti-me feliz. Eu pertencia ao grupo. E apresentou-me um rapaz alto, com cabelo de cor mel e uns olhos lindos, castanho esverdeados. Pareceu, no entanto, desiludida por eu já conhecer o Damon. À primeira vista, era um nerd. Especialmente dentro da sala de aula. À segunda vista, ao olho mais atento, era uma pessoa super descontraída, brincalhona, engraçada e amiga.

-Fico feliz por ter feito amigos em tão pouco tempo. Obrigada malta.- devo ter deixado escapar uma lágrima ou duas porque senti a mão delicada de Anne a passar pela minha face, como que a secar lágrimas. Um gesto magnificamente ternurento.

-Não precisas de agradecer coisíssima nenhuma! Se não quiséssemos ser teus amigos, não te tínhamos falado! Não penses que nos sentimos obrigados a tal coisa por seres "a menina nova". - referiu Sophie com um ar confiante. É uma guerreira ela.

Entrámos na sala. A professora apresentou-se. Resmungona. Zangada com a vida. Mal-disposta. Alta, loira, nórdica. Com sotaque de norte da Europa, que tornou ainda mais difícil a compreensão de certas palavras. Falou sobre a terra e sobre os animais racionais. Atribuiu-nos um número a cada um e, de seguida, com vários papeis com os respetivos números, todos dentro de um saco, começou a fazer pares de trabalho. Chocalhou bem o saco e retirou dois papeis. Seriam os alunos que formariam o primeiro par. Repetiu o processo com toda a turma. O meu par é o número 17. Já toda a gente tem par menos eu. Deve estar a faltar. Pus a mão no ar e, quando recebi a palavra, questionei a professora de qual seria a pessoa ausente, que seria o meu par. A professora correu o indicador sobre a lista de nomes da turma e disse-me que o meu par seria o Adam. Para mim, o nome nada me dizia sem uma descrição da pessoa. Acenei e virei-me para a Anne encolhendo os ombros e murmurei que não fazia ideia de quem era o Adam. Ela apontou para a mesa vazia ao lado da janela onde o rapaz dos óculos se costumava sentar. Que sorte a minha. Fazer um trabalho com um zombie... Uma pessoa ausente em corpo e em mente. Nas aulas era como se ele nem estivesse lá! Murmurei para mim mesma a minha sorte fatídica. A Lucy tentou trocar comigo, fazendo-se passar por simpática:

- O teu nome é Merlia não é? Olha, eu sei que ficar com o Adam pode ser difícil, por isso, como eu já o conheço à algum tempo, pensei que tipo, eu e tu, pudemos trocar de pares tás a ver?- nunca tinha visto nada tão falso e superficial. Não acho que sou uma má pessoa mas credo, ela tresandava falsidade.

- Parece-me uma boa ideia,- e ela sorriu, convencida de uma vitória fácil- no entanto, eu não conheço o Adam por isso não posso recusar trabalhar com ele com base no perfil que outra pessoa que fez. Não seria correto. Lamento. Pode ser que para a próxima ele calhe como teu parceiro.

Deu-me um sorriso forçado e muito irritado e voltou para a mesa dela. Não me pareceu nada feliz e acho que fiz uma nova inimiga.

-Não acredito que vou dizer isto, mas a Lucy tinha razão. E devias ter aceitado a proposta dela. Trabalhar com o Adam não é nada fácil. Como posso dizer? Ele não faz nada e só te diz para pores o nome dele. É um péssimo parceiro de trabalhos. - avisou Sophie.

- Pode ser que seja diferente, quem sabe? - concordaram em silêncio com um óbvio olhar cheio de dúvida. Na verdade quero conhecer-lo. Parece distante. Não consigo ficar parada e raramente encontro pessoas assim tão sossegadas. O meu cérebro não deve estar programado para notar nelas. Mas por alguma razão, este rapaz não me sai da cabeça. A sua calma irrita-me e a sua indiferença incomoda-me. Não creio que alguém consiga ser assim tão indiferente. Não sei a sua morada e seria rude aparecer de repente na porta de entrada por causa de um trabalho de ciências. Vou esperar até amanhã para falar com ele. Se voltar a não aparecer, depois logo arranjo uma solução.