11- Calor Parte 1

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Senti algo a levantar-me. Algo forte. Senti também que estava a movimentar-me. Nada mais sei.

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-Abre a janela do teu quarto, liga o ar condicionado, liga o chuveiro na água quente e deixa a porta aberta durante um bocado. -disse a Miss Potter com um ar rígido.- Rápido. Deita-a na tua cama e não saias de perto dela até ela acordar. Quando ela acordar diz-lhe apenas que desmaiou e que eu te ordenei que te levasse para o quarto para descansar. Não sabemos se é uma de nós ou não; portanto não fales no assunto da família. Se ela perguntar, diz-lhe que está a imaginar coisas. Agora rápido! É uma Mare, precisa de água. Este ambiente aqui é demasiado seco para ela!

Assenti com a cabeça e, com a Mel nos meus braços, fui até ao meu quarto. Já tinha feito isto antes, mas com uma rapariga de 8 anos, às minhas cavalitas a dormir. Nunca com uma de 16, agarrada ao meu pescoço, desmaiada no meu colo. O seu cabelo meio encaracolado, cor de mel, (para combinar com o nome, deve ser) estavam a roçar na minha mão. É sedoso. Os seus olhos azuis, combinam com ela. Quando está zangada juro que consigo ver o oceano a revoltar-se e a criar ondas enormes. Gosto imenso do cheiro do perfume dele. É sedutor... Ela está quente. Deve estar com febre. Se bem me lembro, pelo que aprendi na história do Bem e do Mal, os Mare não devem ficar com febre porque pode ser grave. Espero que não esteja com febre... Deitei-a na cama e tirei-lhe os sapatos. Puxei o cobertor para trás e agora está só de lençol. O meu quarto é quente, mesmo com a janela aberta. Não sei mais o que posso fazer para a arrefecer. Ela está vestida com uma camisa. Se depois levar um estalo, foi para o bem dela. Tirei-lhe a camisa sem qualquer tipo de desejo perverso. Estou sinceramente preocupado com ela e comigo. Devo estar doente. Só pode. Desde quando é que eu me preocupo tanto com uma pessoa assim? E logo com uma Mare? Nós Lumini não podemos ficar com os Mare; é contra as regras. Oh Meu Deminius! O que raio estou eu a pensar? Porque raio pensei eu em coisas como "ficar juntos". Vou tomar um duche quentinho já que a água está a correr. Ela não deve acordar assim tão cedo quanto isso. Após o duche, fiquei no meu quarto junto a ela durante todo o tempo. Deve ter tido pesadelos porque se contorceu toda durante o tempo todo. Parecia estar a sofrer...Por volta das 18:30, achei que seria tempo de a acordar. Pus a minha mão sobre a dela e chamei-a. Não acordou. Contorceu-se mais uma vez. Vou deixá-la dormir por mais algum tempo. Às 19:00 horas não podia esperar mais. Ao contrário do que alguma vez tinha acontecido, chamei-a pelo seu nome, Merlia. Acordou, olhou para mim e apertou-me a mão.

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Está calor. Não consigo aguentar. Deito-me. O chão está frio por enquanto. Começa a aquecer e eu sinto calor. É verão e está um calor abrasador. Tiro o meu casaco e as botas de neve.Não há água por perto e eles ainda me perseguem. Os seres de fogo que estão a incendiar tudo. Sem água não consigo lutar. Não é justo. Sinto uma brisa leve, gotículas de água em forma de vapor rodeiam-me. Vapor significa calor perto de água. Está Calor. Mas onde está a água? Paro para pensar um bocado e, ao longe vejo uma casa. Deve ter água. Aproximo-me e bato à porta. Um dos seres de fogo abre-me a porta e agarra-me a mão. Está quente. Quase que queima. Os seus olhos azuis são o único sinal de água por perto. Nada mais é azul por aqui. Isto é o deserto. A cada passo que dá, incendeia o chão. Esforço-me por não cair nos buracos de fogo. Ele chama o meu nome. Como sabe ele o meu nome? A casa continua a arder. Cada vez mais e eu não consigo soltar a minha mão da dele. Ele agarra-a forte como se tivesse medo que eu fuja. Já não à esperança. Está tudo a arder. Ele chama novamente o meu nome. Eu acordo. Não passou tudo de um sonho. Quase tudo. Aquele ser quente agarrava-me a mão. Não a deixava ir. Apertei-a de volta e ele sorriu. Um sorriso quente com um olhar caloroso. Pode ser a única vez que vejo esta combinação vinda do Adam...


Romance Proibido - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora