35 - Encontro

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Passado algum tempo, fiquei com fome e decidi descer as escadas. Mas primeiro olhei em redor à procura de vestígios de irmãos ou ex-namorados. Desci as escadas o mais silenciosamente possível até chegar à cozinha para ir buscar alguma coisa para comer. Já era tarde e as luzes estavam apagadas. Não havia ninguém na cozinha. Cheguei-me perto do armário e quando tentei tirar um copo, não cheguei lá e alguém mo deu.

_Obrigada. - Fui até ao frigorífico, tirei o leite e enchi até meio o meu copo. Estava tão ensonada que só me dei conta de que estava mais alguém na cozinha um tempo depois, quando voltei a por o leite dentro do frigorífico e me lembrei que não tinha sido eu a pegar o copo do armário. Fechei rapidamente o frigorífico e virei-me para trás para ver quem era.

_Simon?- perguntei.

_Quase. - respondeu-me a pessoa do outro lado da cozinha.

_Adam? O que fazes aqui? - perguntei eu, incrédula.

_Estava com sede e vim beber água. Ouvi uns passos no corredor e decidi esperar para ver o que era antes de voltar para o quarto. - respondeu ele, dando uns passos em frente, na minha direção, ficando ao lado da janela da cozinha que, com a pouca luz que passava, me permitiu ver um Adam lindo sem t-shirt e despenteado, com um ar muito sonolento. Dei automaticamente um passo atrás.

_Já viste o que era. Já podes ir embora.- respondi eu depois de algum tempo, quebrando o ambiente.

_Podemos falar? -perguntou ele a medo. Eu ia responder mas ele foi mais rápido.- Não demora nada e tu tens de beber o leite por isso tens um tempinho. Por favor. - pediu ele, com dor nos olhos.

_Okay. Mas só até eu acabar de beber o leite. - respondi eu, enquanto me sentava. Ele fez o mesmo e um sorriso apareceu nos seus lábios.

_Só tenho uma pergunta. - disse ele a olhar para mim com um ar muito sério.

_E qual é ela?

_Porquê?

_Porquê o quê? - perguntei eu, sabendo muito bem ao que ele se referia.

_Porque é que foste embora naquele dia em que eu fui para o hospital. Porque é que deixaste de falar comigo? Porque é que ages como se não me conhecesses? Porque é que parece que não significou nada para ti? - Já tinha acabado de beber o leite e abri a boca para responder mas a última pergunta dele fez com que eu a fechasse e pensasse no que ia dizer, ficando novamente destruída por dentro. - Porque é que me deixaste? Porquê?

_Porque é o melhor para ti. - respondi enquanto olhava nos seus olhos e via tristeza. Levantei-me, pousei o copo no lavatório e fui para o quarto. Ao sair da cozinha, fui contra o Simon, que me agarrou no braço e me sussurrou:

_É o melhor para ele ou é o melhor para ti Lia? - e depois largou e andou até à cozinha. Fui para o meu quarto magoada pela aquelas palavras. Ele achava que eu estava a ser egoísta? Que era por mim e não por ele?

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Levantei-me por volta das 9 da manhã e vesti-me para ir ter com o Jace ao cinema. Iríamos almoçar e depois à tarde íamos ao cinema e depois a um salão de jogos que há no centro comercial. Saí do meu quarto, tomei o pequeno almoço e deixei um bilhete em cima da mesa da cozinha a dizer "Vou sair com amigos. Volto antes de jantar. Lia". Saí de casa e fui em direção ao lago. Sentei-me lá a ler durante algum tempo no meu telemóvel, pois era o melhor local do mundo para ler e queria apenas estar fora de casa. Perto do meio dia, fui ter ao centro comercial, onde o Jace estava à minha espera junto à zona de restaurantes.

_Olá Jace! - disse eu alegremente ao o abraçar.

_Lia! Como estás? - perguntou ele retribuindo o abraço.

_Muito melhor agora!- demos as mãos e fomos até a um restaurante com os melhores bifes que eu já alguma vez comi.

Após almoçar-mos, fomos ver algumas lojas de roupa e de jogos, porque eu insisti. Fomos comprar os bilhetes e, vimos o filme com um balde grande de pipocas doces. A tarde estava a ser maravilhosa e stress-free.

Ficámos no salão de jogos até às 7:30, quando eu vi o relógio e me lembrei que tinha que ir para casa. Infelizmente, voltámos para casa e o "intruso" continuava lá em casa. Ele agora não tem casa? Não é que me importe muito de o voltar a ver sem camisola, despenteado, com a luz da lua e..... Foco! Não o quero ver. É isso. Não o quero ver. Mas isso vai ser difícil a não ser que eu tape os olhos dentro de casa, o que não dá muito jeito.

Durante o jantar, o silêncio foi mais do que muito e não olhei para o Adam uma única vez. Com aquele ambiente, perdi a fome e fui para o meu quarto.

_Posso levantar-me? -perguntei eu à minha mãe.

_Não comeste nada!- exclamou ela.

_Perdi a fome. - respondi olhando para o vazio. Ela assentiu e eu fui-me embora. Enquanto estava a ir-me embora, vi a minha mãe a passar a mão dela no braço do Adam como que a dar consolo. Como as mães fazem. Até ela estava do lado dele? É a minha mãe! Minha! Devia estar do meu lado. E ele nem devia estar aqui!

Romance Proibido - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora