34 - Um Novo Amigo

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O Adam saiu do hospital há 1 mês, depois de lá ficar 1 semana. Desde então, não falámos uma única vez. Ele tentou falar comigo algumas vezes mas eu fugia ou não o deixava falar, para não dizer que algumas vezes fingi que ele não estava lá e o ignorei. A principio, doeu bastante ter que o rejeitar e de rejeitar o que ele queria dizer, mas assim era melhor. Cada vez que me via, vinha falar comigo. O que doía mais era o seu ar de magoado e os olhos tristes com que ficava sempre que eu dizia "Não temos nada para falar" e depois ia embora.

Muito mudou desde que ele entrou no hospital. Nunca pensei que pudesse ter mudado tanto.

Logo na semana a seguir ao Adam se tornar num Aliud, a Olivia mudou-se para cá para a vila e por isso, foi transferida para a nossa escola. Infelizmente, não ficou na nossa turma porque escolheu Artes em vez de História. As minhas amigas adoram-na. E acho que o Damon também gostou muito dela, se é que me percebem....

No mesmo dia, um rapaz chamado Jace, foi transferido para a nossa turma. Ficámos amigos e, a cada dia que passa, aquele ruivinho impressiona-me cada vez mais. Ele é bom a artes, a matemática, faz desporto (está na mesma Equipa de futebol que o meu irmão) e é bom conversador e bom ouvinte. E o melhor: não faz perguntas sobre aquilo que nós não queremos falar, como se soubesse que a conversa nos magoa.

Por outro lado, perdia lentamente os meus amigos. Depois de ter contado tudo à Sophie, à Zoe e ao Peter, eles disseram que eu tinha cometido uma estupidez enorme e que ainda me ia arrepender. Eles não me percebem. Ninguém percebe. Nem mesmo a Livi que sabe detalhadamente aquilo por que o Adam passou comigo; o que ele sofreu. Ninguém merece sofrimento!

Ainda estamos juntos nos intervalos, à hora de almoço e algumas vezes depois das aulas mas o ambiente nunca é a 100%. Apenas o Damon e o Jace não percebem isso, visto que eles são Humanos e não sabem o que se passou. O Jace nem sabe quem é o "rapaz" que tenta vir falar comigo mas que rejeito. E prefiro que continue assim.

E por falar em rapazes e em ruivos, a Lucy nem sequer fala com o Adam. Espalhou pela escola toda que acabou com o Adam porque ele a andava a trair. Eu sabia que aquela vaca não ia manter a boca fechada durante muito tempo... Peço oficialmente desculpa a todas as vacas por as ter comparado à Lucy.

Agora, tenta ter alguma coisa com o Damon. Devo dizer que sim, ele é girinho. Começou quando a Olivia veio cá para a escola e começou a tirar os olhos dos rapazes de cima da Lucy. Acho que ela não aguenta saber que não é a mais bonita da escola... Mas o Damon só tem olhos para a Olivia e que, por sorte dele porque ela é super fantástica, ela também só tem olhos para ele. Eles só ainda não admitiram isso um para o outro... O que fazer?...

Enquanto os meus amigos se afastavam de mim, eu aproximava-me do Jace. Ele é o único que não conhece o Adam e por isso, é o único que não me julga.

Até o Simon, que era a pessoa super contra a maninha se apaixonar e namorar com o "bad boy" da escola, está contra mim e acha que eu cometi um erro enorme. Já tentou várias vezes fazer com que eu falasse com o Adam mas claro que eu não falei.

Ainda não acredito que, aqueles dois, o meu irmão que deu um soco na cara do Adam, o Adam que não gostava do meu super protetor irmão, o Simon e o Adam viraram melhores amigos e estão juntos a todos os momentos que passa. Depois das aulas, no futebol, aos fins de semana, em visitas de estudo, em festas... depois de eu acabar com o Adam, ficaram piores que as raparigas e, onde um está, o outro também está.

E eu não aguento isso. Como se não bastasse, o Adam vai várias vezes a minha casa, não só por causa do meu irmão que o convida, mas também por causa dos meus pais, que o querem "estudar", visto que ele agora é um Aliud.

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Já saímos das aulas e, como é hora de almoço, vamos até ao refeitório.

_Lia! - gritou alguém atrás de mim. - Espera por mim!

Olhei para trás e abri um sorriso. Era o Jace. Esperei por ele e, quando me virei para a frente, vi os meus amigos a fazer uma cara de desaprovação. Eu pensava que eram meus amigos mas agora nem isso sei.

Acabámos de comer e reparei que nos tinham deixado sozinhos. Muito obrigada, pensei. Grandes amigos que eu fui arranjar, pensei. Se eles não gostam da minha amizade com o Jace, paciência. Não têm razão para isso! Ele é simpático, alegre, respeitador e faz-me rir e ficar feliz, uma coisa que nos últimos tempos tem sido um pouco difícil.

Não me importo o que eles pensam sobre o Jace. Ele nunca me fez nada de mal. Também não é como se eu fosse ficar magoada ou como se ele fosse uma pessoa tão má como a Lucy.

Estávamos a sair da escola, sexta feira depois de almoço pois não tenho aulas há tarde, e o Jace perguntou-me:

_Lia. Eu sei que pode parecer estranho mas não quero que leves a mal nem nada mas gostavas de ir ver um filme comigo amanhã? Vai estrear o novo filme do Star Wars e eu gostava de ter companhia para ir... - disse ele mexendo no cabelo ruivo, fazendo com que ficasse todo despenteado.

_Claro que sim! Não acho nada estranho! Aliás, é bastante bom porque eu também queria ir ver esse filme mas não conheço ninguém que realmente goste de Star Wars. É sempre bom ir ao cinema com amigos, não é?

_Sim, claro, totalmente. Com amigos... - respondeu ele com um sorriso. Depois despediu-se e foi-se embora. Reparei que o meu irmão estava a sair da escola e pensei ficar à espera dele para irmos para casa juntos mas depois notei que ele estava acompanhado da "pessoa cujo nome não deve ser pronunciado" e então fui para casa o mais rápido que pude, pois não queria ter de dar de caras com ele a entrar na minha casa.

Tinha acabado de fechar a porta do quarto quando ouvi a porta da entrada ser aberta.

_Maninha! Estou em casa e trouxe companhia. O Adam hoje vai dormir cá em casa. - E ouvi-os a subir as escadas e, automaticamente, fui até à porta e tranquei-a no mesmo momento em que o Simon estava a tentar abrir a porta.

_Trancaste a porta? -perguntou

_Sim. - respondi rápida e rudemente. Ouvi-o afastar-se e a porta do seu quarto bater.

Fui até à cama e sentei-me. Esfreguei a cara com as mãos e senti um frio metálico. Quando olhei para as mãos, reparei que ainda tinha o anel que o Adam me deu. Aquele que tinha pequenos cristais a decorar e que era lindo como nunca tinha visto e que significava tanto para mim. Que ainda significa. Tirei-o e pu-lo em cima da mesa de cabeceira. Fiquei a olhar para ele durante minutos a fim e, levantei-me, fui até a uma caixinha onde guardo fios e colares e retirei de lá um colar com um símbolo da paz. Tirei o símbolo e voltei a guardá-lo na caixa. Fui até ao anel e pu-lo no fio e, de seguida pus ao pescoço. Anel no dedo significa que tenho namorado. Anel ao peito significa que ainda não o esqueci.

Queria fazê-lo, não por mim mas pelo bem dele. Mas era demasiado cedo para deixar de usar um dos símbolos que significava a nossa união. Voltei a para a cama e deitei-me, toquei no colar e fiquei a pensar no Adam, no nosso namoro, na forma como as coisas tinham acabado e como seria que ele se estava a sentir.

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Espero que gostem. A história vai sair um pouco do rumo mas vai voltar logo depois.

Obrigada por lerem e boas Leituras! :D

Inês

Romance Proibido - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora