31- A Escolha parte 1

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Sábado de manhã. Hoje é O Dia da Escolha. Estou super nervosa. Eu sei que independentemente do resultado da Escolha que eu não o vou deixar por causa disso. Mas saber que ele pode ficar como eu, um Angeli, faz com que eu fique feliz, de certa forma. Assim podia apresentá-lo aos meus pais, o nosso namoro deixava de ser proibido e tudo passava a ser mais fácil. Mas ele deixava de poder falar com a família e com Miss Potter. Fui para casa dele e ele estava a preparar as coisas que tem de levar. Não são muitas mas nunca se sabe do que irá ser preciso. A Cerimónia da Escolha começou hoje há meia noite mas só acontece à hora em que ele nasceu. Ele nasceu às 6 da tarde por isso a cerimónia começa às 5. É uma cerimónia bastante estranha, devo dizer. Quando foi a cerimónia do Simon, eu assisti e foi estranho. Fomos para o andar de baixo, onde iríamos esperar pelos pais dele, pela "namorada" Lucy, pelos "sogros" (pais da Lucy) e por uns "amigos" dele. Depois, juntamente com o resto da família, iriamos almoçar num restaurante fino e depois, por volta das 4, iremos para o local da cerimónia.

_Mel! - gritou uma voz feminina.

_Livi! - gritei eu de volta para a Olivia. Tornamo-nos boas amigas e, mesmo nos conhecendo à pouco tempo, parecia que nos conheciamos desde sempre.

_Estás preparada para conhecer os tios?- perguntou.

_Nem por isso. Mas desde que não digamos que não sou uma Angeli, deverá ficar tudo bem. Só tenho de agir um pouco pior do que o que costumo. Nada de mais... - na verdade, não sabia como fazer isso e não estava nada preparada. Só de pensar que ia conhecer os pais dele, o irmão e o resto da família e que tinha de fingir ser uma Deminius, dava-me arrepios e deixava-me super nervosa.

Quando os pais dele chegaram, o silêncio foi assustador. O pai dele, quase que nem notou a minha presença mas a mãe dele olhou-me de forma ameaçadora. Ele apresentou-me como Merlia Beatrice Mare, a namorada dele, sempre com um ar de "vamos despachar já isto que eu tenho fome". Fiz ar de indiferente e com toda a coragem que consegui arrajar portei-me tal e qual uma Deminius se portaria. Segui o exemplo da Lucy e tentei fazer exatamente como ela e ser uma fingida de primeira, desde o momento em que nos conhecemos (eu e os pais do Adam). A mãe dele não me aceitou lá muito bem, visto que ele supostamente namorava com a Lucy mas ele disse logo que eu não me importava com isso e que, quantas mais raparigas melhor. O pai dele esboçou um sorriso e deve ter pensado "estou orgulhoso de ti meu filho" enquanto eu apenas me tentava conter enquanto processava o que ele tinha acabado de dizer. Mas só assim a mãe dele nos aceitou.

Saímos e fomos para o restaurante, onde encontrámos o resto da família e a Lucy e os seus pais. Não sei porquê mas aquela caixa de maquilhagem barata não me denunciou. Fui apresentada ao resto da família como fui apresentada aos pais do Adam e eles aparentemente ficaram felizes pelo Adam ser um engatatão. Ieiii.....(viram a ironia?? -.-)

O tempo passou mais rápido do que parecia e quando dei por mim, estávamos em frente a uma igreja. Ok. Os Deminius podem entrar em igrejas?? Mas isso não é tipo... Sei lá.... Uma coisa de Angeli? Aparentemente não. Olhei em volta e ninguém estava surpreendido por isso agi da mesma forma. Assim que entrámos, vi que não era igreja nenhuma. Era mais uma sala de audiências/tribunal com imagens de humanos em sofrimento ao redor da sala.

Em frente a nós, bancos corridos, daqueles que se vê nas igrejas, ocupavam algum espaço e era o lugar onde a família e amigos iriam ficar. No centro, uma cadeira de madeira, uma mesa de pedra e duas balanças enormes. Em frente à mesa, ao lado esquerdo dos bancos de igreja, estava uma espécie de palco com bancada em madeira, igual aos dos juízes nos tribunais, mas para 6 pessoas em vez de 1. A um canto, atrás da cadeira que estava no centro, ao lado direito dos bancos corridos de igreja, estavam duas cadeiras acolchoadas. Sentámo-nos nos bancos corridos e ficámos à espera.

O Adam viu o meu nervosismo e, sem ninguém ver, beijou-me e disse-me que ia ficar tudo bem. Mas eu sei que não ia. Mesmo que ele ficasse um Angeli, as coisas nunca iriam ficar bem. Aos poucos, a sala começou a encher e uma aura negativa assombrava o local. Entraram, em fila, 6 Deminius membros do Concelho de Deminius, cada um com um elemento diferente. Vestiam umas capas pretas com uns capuzes grandes que tapavam a cara. Atrás deles, dois outros sujeitos entraram, porém, com capas brancas. O concelho de Deminius sentou-se na bancada alta de juizes enquanto os outros dois sentaram-se nas suas cadeiras acolchoadas e retiraram os capuzes. Eram os representantes dos Angeli.

Eu sei, eu sei. Por que razão estariam dois Angeli ali? Simples. Nunca se sabe se o jovem que está a passar pela Escolha se tornará num Angeli e se se tornar, será logo acolhido por eles.

O Adam saiu de ao pé de mim e foi para o centro da sala escura, sentou-se na cadeira e um dos membros do Concelho de Deminius disse:

_Que comece a cerimónia da Escolha!- ao redor da sala, tochas acenderam-se, permitindo uma melhor visão sobre o local. Ao observar bem, nem quis acreditar no que os meus olhos viam...

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Lamento pelo capítulo curto mas quero criar suspance. 

Espero que entendam. Obrigada!
Obrigada por lerem a minha história e boas leituras!

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Romance Proibido - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora