Romance Proibido - Livro 1

32-A Escolha parte 2

-------------------------------------RACHEL (Mãe de Merlia)----------------------------------

Saímos cedo de casa e fomos para uma reunião chata sobre mais uma Cerimónia de Escolha. Como somos membros importantes do Concelho de Angeli, fomos escolhidos para ser os representantes na cerimónia de Escolha de um Deminius aqui da zona. Informaram-nos do local, das coisas que precisávamos de saber sobre o rapaz e sobre a família e a que horas seria a Cerimónia. Eu e o David, o meu marido, ficámos o dia todo fora e fomos almoçar a um restaurante gerido por uns amigos nossos, também Angeli.

Ali, lê-mos o relatório todo e a ficha pessoal do rapaz. O seu nome é Adam James Lumeni Deminius e hoje é o seu dia de aniversário quando irá completar os 18 anos. Vive com os pais, cujos nomes não constam na ficha que nos foi dada, com uma ama, Elizabeth Potter, e com duas irmãs, Hollie e Ellie. Por alguma razão o nome destas duas raparigas é me familiar... Tem ainda um irmão mais velho mas este vive noutro estado.

É raro nós sermos chamados para cerimónias destas visto que não é o nosso cargo dentro do Concelho de Angeli mas como os representantes, que têm de ser homem e mulher, também são casados e estão de férias, ficámos nós com esta tarefa.

Muitos não entendem a razão pela qual nós temos de ir a Cerimónias de Escolha de Deminius mas eu acho bastante correto e simples. Imaginando que o jovem se torna um Angeli, não seria mais bem vindo na sua própria família. Nesses casos, nós estaremos lá para ajudar.

Chegado a hora de irmos, dirigimos-nos para o antigo tribunal que depois foi transformado em igreja de culto ao Deus Deminius. Pessoalmente acho que igrejas e Deminius não combinam e é apenas irónico, mas o que ei-de eu fazer?

Vestimos as capas e pusemos o capuz, faz parte da Cerimónia que os nossos rostos não sejam vistos pela audiência. Vimos algumas pessoas nos bancos corridos da igreja e calculámos que fosse a família. Sentámos-nos e, com todo aquele calor, sentimos vontade de retirar os capuzes. Como estava-mos numa zona escura, não havia problema. Quase não conseguíamos ver as pessoas.

O juíz deu ordem para a cerimónia começar e o jovem levantou-se, dobrou-se e depois beijou uma jovem ao lado dele. O rapaz, alto e bonito, olhou para a sala toda e depois para nós. Sorriu discretamente, de forma calorosa. De certa forma, encheu-me o coração ver um jovem Deminius sorrir daquela forma para mim.

_Ouvi dizer que ele ia trazer a namorada- sussurrou David ao meu ouvido- e que ela é uma Não Humana, de certo uma Deminius, mas ninguém sabe o seu elemento.

_Deve ser aquela ali.- respondi eu, apontando para a rapariga que me pareceu ele ter beijado.

_Como sabes? Há ali pelo menos, que eu consiga ver, mais duas raparigas que podem ser a namorada.- porque razão eles (rapazes) acham que têm de ter sempre razão?

_Porque eles se beijaram. E não me parece que seja outra. Vês a forma como aquela olha fixamente para ele e como parece nervosa, sem parar de mexer nas mãos?- sim, eu sou muito observadora.- Estranho, ela perece-me alguém mas não sei quem... Se ela se virásse para cá para eu lhe ver a cara...

A rapariga olhou em volta, a observar o local e as pessoas e os nossos olhos encontraram-se por instantes. Aí eu soube.

_Aquela não era a... Parecia a... - começou David a dizer, um pouco pálido.

_A nossa menina.- tapei a boca com o espanto. Mas a pensar. Eu disse à Nana para não deixar as crianças sair de casa e sei que ela não a deixaria sair de casa sem saber para onde ela vinha. E a minha menina não consegue esconder nada à Nana. Devia haver uma explicação para isto.

_Ela está aqui? A fazer o quê? E porquê com ele!? Isto tem de acabar agora! - David começou a levantar a voz a eu tive que o acalmar ou teríamos de sair da sala.