9- A Casa Parte 1

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Andei durante vinte minutos em círculos à procura da casa. Ao fim de algum tempo, após dar de caras com o mesmo poste de sinalização pela 3ª vez, vi o Adam encostado a uma parede, com a perna fletida e a bota com terra a sujar o branco cal com que a parede fora pintada. Tinha as mãos nos bolsos e um casaco fechado. Olhou para mim e, sem dizer uma única palavra, deitou a cabeça para o lado a indicar o caminho. Segui-o em silêncio e, em 5 minutos estávamos em sua casa ou melhor, na sua mansão! Aquela casa devia ser o triplo ou o quádruplo da minha. Passámos o portão verde escuro e continuámos a andar. Quando Adam abriu a porta eu nem quis acreditar no que os meus olhos viam! Uma casa branca e telhado preto do lado de fora, completamente normal. Do lado de dentro, uma palete de infinitos tons de vermelho reinava. Não completamente. As paredes não estavam pintadas e coisas assim... No entanto, a casa era um tanto peculiar: no hall de entrada encontrávamos uma cómoda antiga, grande e larga com algumas fotos de pessoas e uns quantos mais objetos, à esquerda. À direita via-se um cabide alto que se parecia com uma árvore e um lugar para por chapéus de chuva, de cor bordô. No entanto, o que mais me fez confusão foi o facto de estarem tanto de um lado, como do outro, até ao fim da parede, vários quadros, fotografias, parece-me, de diferentes edifícios, de diferentes épocas, a arder. Num laranja avermelhado vivo, que consumia o olhar. Tentei não fixar o olhar em nada para não parecer rude. Continuámos sempre em andamento, com o intuito de pararmos apenas no lugar onde faríamos o trabalho. A casa do lado de dentro era interessante. Em frente ao longo hall de entrada havia uma escada que depois bifurcava. Ao lado direito da escada, um corredor e à esquerda outro; davam a volta e encontravam-se no mesmo lugar, formando um só (um quadrado de corredores à volta da escadaria).

-Do lado direito é a cozinha- abriu a porta e fechou-a tão rápido que eu nem tive tempo para olhar- aqui à esquerda a sala -(não havia porta, apenas um grande arco), virámos à direita antes de começar a subir a escada, onde ele me indicou algumas coisas- a porta a seguir são escritórios e esta é a casa de banho número um, esta aqui é uma arrecadação e aquela é uma biblioteca. Casa de banho número dois e, como pudeste ver, as portas são todas paralelas. E tour do piso de baixo concluída. - quando dei por mim já estávamos novamente em frente à escada, prontos para subir. - Cuidado com a escada. É escorregadia- e continuou a subir.

-Que sala era aquela em frente à arrecadação? Mesmo nas costas da escada?- perguntei enquanto subia.

-Lugar interdito. - e a voz dele tornou-se áspera novamente como se eu tivesse perguntado algo que não devia- Não tens nada a ver com isso.- e continuou. Que má educação, pensei. Subimos pela ala da esquerda.

- Aqui é o quarto dos meus pais, o das minhas irmãs gémeas, o do meu irmão e o meu. Casa de banho particular para cada quarto. Feita a tour. Agora vamos para baixo para fazer a porcaria do trabalho.- acabada a explicação, sem nunca ter saído da escada, apenas apontando para as portas, começou a descer.

- As escadas da direita vão dar a onde?- perguntei eu a medo. Da última vez quase que me ia arrancando a cabeça com a mente...

-Aos quartos do pessoal da casa e aos quartos de hóspedes. Mais duas casas de banho. Agora vais descer ou continuar aí em cima para todo o sempre? - e olhou para mim do fundo da escada, à espera que eu descesse. Apressei o passo para o apanhar.- Se a menina descer assim tão rápido, ainda perde o sapatinho de cristal! - e depois riu-se.

-Ha! ha! ha!, muito engraçadinho...- e continuei em passo apressado. Nas últimas três escadas, porém, escorreguei. Para meu espanto, o chão onde eu havia caído não era assim tão duro como eu pensava. E estava a agarrar-me?!? Adam.



Romance Proibido - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora