14- A Tarefa

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Sentámos-nos na grande mesa para jantar e Miss Potter aproximou-se para por a comida em cima da mesa. Sentia-me observado, tanto pelos meus pais como por Lucy. Ela acabara por não dizer o que pretendia e agora estava sentada à nossa mesa, pronta para jantar. A minha mãe falou de um trabalho para mim... que trabalho será?

-Têm vindo bastantes Não Humanos para a cidade. - disse minha mãe após um grande tempo sem falar- Adam, -olhou para mim com um olhar perigoso- quero que o menino descubra alguns. De certo que estes Não Humanos terão descendência (filhos) e, como a escola que o menino frequenta é a única da cidade, com certeza que as criaturas (crianças) a ão-de frequentar. Alguns ão-de ser Angeli e outros Deminius, mas o menino tem conhecimento de como a nossa população está a diminuir drasticamente certo? Necessito que o menino observe, reporte e influencie.

-Influencie?- perguntei.

-Sim- pela primeira vez naquele dia ouvi o meu pai. Sempre que eu digo "olá" ou "adeus" ou "vou a um bar mesmo que amanhã seja dia de semana e eu tenha teste na primeira hora e só volto às 3 da manhã", ele apenas acena com a cabeça; como se gastar a sua fala comigo fosse desnecessário. E depois continuou- como sabe, os Deminius estão a diminuir devido à boa influência dos Angelis. Nós temos de nos impor e jogar o mesmo jogo que eles. Se eles andam a roubar os nossos, nós roubamos os deles. A sua tarefa é fazer com que os Deminius continuem Deminius e os Angeli se tornem Deminius. Percebeu?

-Sim, sim percebo pai. Mas como é que eu descubro Não Humanos? Não é como se eles tivessem um sinal na testa a dizer "Não Humano"! - levantei um pouco a voz e o meu pai lançou-me um olhar ardente e eu senti o calor da sala a aumentar. Olhei para Lucy e vi-a a abanar a mão em frente à cara para afastar o calor. Sem pensar duas vezes olhei-o nos olhos e pedi desculpa, acrescentando que encontraria as minhas maneiras de encontrar as nossas "presas".

-Isto também serve para si menina Lucy - disse-lhe a minha mãe.

-Claro senhora. Farei todos os possíveis para que tal seja feito - e depois sorriu-lhe falsamente. Como elas se odeiam, pensei.

-Sim, pois claro que fará. Agora diga-me. O que faz aqui? - pergunta-lhe a minha mãe.

-Eu vim falar com o Adam, senhora. Temos... uns assuntos.... para tratar...- respondeu-lhe Lucy, fazendo longas pausas para escolher as palavras.

-Então, de certo que pode falar com ele agora. Se é algum assunto importante, não deve esperar certo?- a minha mãe quer-me tramar. E a Lucy aliou no jogo dela. Estou morto.

-Bem,- continuou Lucy- acho que tem razão. Problemas destes são familiares e como tal devem ser tratados em família- deu um sorriso maléfico que até a mim me arrepiou e eu sou considerado um Deminius bastante mau. O que é que vem daqui?- Adam, meu malvadinho, estás cada vez mais a afastares-te de mim. Eu sinto-me sozinha sabes?!? Não me podes ignorar assim como tens feito e lembrares-te de que eu sou tua namorada e como tal tens de passar mais tempo comigo!- depois de fazer um espetáculo destes, a minha mãe olhou para mim muito furiosa.

-O menino anda a fazer o quê?!?!!-gritou ela.- Como pode ignorar assim uma rapariga? Para além do mais a sua namorada?! O menino não aprendeu nada com as aulas de sedução? Não sabe que, para tal, tem de falar com as raparigas?

-Mas ela não é minha namorada de verdade e a mãe sabe-lo bem pois foi a mãe que me arranjou este namoro!

-E devia estar grato!- com a sua falta de charme e com a forma com que fala com as mulheres não sei como é considerado o rapaz mais bonito do liceu! Se não fosse eu, nunca arranjaria alguém!

- Eu não tenho a culpa de ter sido envolvido nesse seu acordo de Aliança com os Naturali. Eu nunca pedi para a mãe me arranjar uma namorada. Nem percebo o porquê de, termos de fingir namorar em primeiro lugar!

-O menino sabe bem que para uma aliança entre Famílias, tem de haver uma ligação amorosa durante pelo menos 2 anos antes de a aliança se tornar definitiva!

-Eu não sou assim tão burro para não perceber isso. O que eu não entendo é o porquê de ter que ser eu! Não existem mais jovens?

A minha mãe ia começar a responder-me mas, ao ver a discussão feia que eu e a minha mãe tínhamos criado por causa da grande boca da Lucy, o meu pai intreviu.

-Chega! Isto é ridículo e envergonhante! O menino não tem de questionar, apenas aceitar! A partir deste momento não quero ouvir nunca mais, de mais ninguém, que o menino não é sedutor para com as mulheres, de que o menino não passa tempo com a sua namorada e muito menos que o menino ignora a menina Lucy em frente de todos! Percebeu??- eu não respondi e olhei para ele com raiva nos olhos- Eu perguntei: Percebeu??

- Percebi senhor. Não volta a acontecer.- respondi eu rispidamente, sem levantar a voz.

-Agora Miss Potter, faça o favor de acompanhar a menina Lucy à porta. - Lucy poisou os talheres em cima do prato e, depois de vestir o casaco e pegar na mala, veio ter comigo, beijou-me forçadamente e foi-se embora.

Levei uma última garfada de comida à boca para poder limpar os lábios, agora besuntados de batom vermelho de Lucy.

-Vá para o seu quarto. Agora!- Nem argumentei com o meu pai. É inútil argumentar com ele nestes momentos. Fui para o meu quarto, super revoltado.

Comecei a pensar na tarefa que a minha mãe me havia dado. Não queria pensar em Lucy agora. A minha mãe disse-me para descobrir novos Não Humanos. Como é que eu vou fazer isso?




Romance Proibido - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora