Demon's Love

Cap.15-Quem?

      Eu estava quietinha lendo um livro, quando Hillary teve mais um de seus acessos.
      -O filho de Lúcifer está chegando, cuidado Celestiais, ele está chegando e ele trará rios de sangue quando ultrapassar os portões de prata...-Hilary sussurrou, enquanto eu anotava rapidamente suas palavras, marcando aquilo que ele dizia com mais frequência. Ela voltou a se deitar e eu fui ler outro livro, já que aquele não estava desviando minha atenção de nada.
       A campainha tocou depois de um tempo e eu calcei meus chinelos, me levantando.
       Mike, Dylan, Ester, Simon e alguns Anjos que reconheci como sendo da minha escola estavam na minha porta.
      -Hey pessoal.-Eu disse, sorrindo de leve.
      -E aí, flor do dia. Tá a fim de ir no cinema com a gente? -Perguntou Mike, sorrindo e com as mãos no bolso.
      -Vou perguntar para Callie.- Respondi, me virando e fazendo um. Olho para minha mãe e ela lê meus pensamentos, o que apesar de ser útil, era meio irritante ás vezes.
      -Volte às nove.-Disse ela me olhando, antes de tomar um gole de café.
Divirta-se.-Eu sorrio em resposta e volto para a porta.
      -Ela disse sim.- Cantarolei fechando a porta e desejando que Hillary ficasse bem sem mim. Os outros sorriem e nós pegamos o elevador.
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      Nosso grupo andou até o cinema branco perolado que ficava na esquina de uma galeria com lojinhas de roupas alternativas. Eu ainda não havia ido lá, porque Hilary não gostava de cinema e minha mãe passava muito tempo trabalhando.
Além disso, eu e Michael nunca chegamos a ter um primeiro encontro, nós sempre nos encontrávamos no duplex de minha mãe. Acabamos optando por um filme de ação que havia acabado de estrear nas telinhas, o que me fez ficar mais animada ainda para assisti-lo.
      Mike senta do meu lado esquerdo e Dylan no direito, enquanto todos os outros tomam seus lugares, lentamente se silenciando quando a tela liga e os comerciais começaram a passar.
     Depois de mais ou menos uma hora de filme, uma explosão acontece eu sou pega desprevenida e me encolhi para um dos lados da cadeira pelo o volume do som, agarrando-me ao peito de Dylan.
       Ops. Lado errado. Eu pensei, arregalando os olhos, corando. Dylan ficou com os olhos vermelhos e deu uma risadinha maliciosa.
       Eu olhei para o Perdoado cheia de irritação e me afastei, não sem antes dar um tapa com as costas da mão na sua barriga que pelo o que deu para sentir, era perfeitamente definida.
      Por algum motivo que não entendi bem, o vermelho de seus olhos só aumenta de intensidade e ficam mais encantadores, me fazendo suspirar.
     Ele dei um sorrisinho quando eu me peguei me inclinando levemente para o lado, mais próxima dele.
      Olho nervosamente para Mike, já havia experimentado de seu ciúme é sabia que não era legal.
      Mas ele estava com um sorriso brincalhão nos lábios, parecendo segurar o riso. Dylan e Mike dão um soquinho no ar e eu cruzo os braços, suspirando e fingindo irritação.
      Michael me puxa para seu peito, e dá uma risadinha no meu ouvido.
      -Não precisa levar as coisas a sério assim.- Ele me disse, soltando outra risadinha, me fazendo arrepiar.
      Só isso bastou para que eu ficasse mais calma.
       Já quase no fim, não prestava nenhuma atenção no filme, enquanto observava minha mão.
       Gostaria de fazer um sol ali. No meu pulso direito, para ser mais exata. Suspirei, sabendo que minha querida mãe Anjo-perfeitinha não deixaria nem em sonho.
        Dylan leu meus pensamentos e disse, mentalmente:
        "Seria legal, vamos fazer isso. Conheço alguém. A não ser que não queira mesmo."
        Eu olhei para ele com as sobrancelhas levantadas.
         "Tá inspecionando o que eu penso?" Perguntei, tranquilamente.
         "Ô esperteza, eu sou um íncubo. Qualquer pensamento a ver com desejo surge na minha cabeça, mesmo que eu não queira." Ele pensou, como se fosse óbvio.- E é. Mas não vou deixar ele saber disso."Topa ou não?"
         "Por mim ok, mas acho melhor perguntar pra minha mãe antes e..."Comecei a falar, antes que ele me interrompesse.
        "Emma, Emma. A vantagem de ser uma Mestiça é não precisar ser certinha sempre." Ele disse em minha mente, com um sorrisinho.
        "Okay então." Suspirei, revirando os olhos."Sexta, depois da aula?"
        "Pode ser."Ele respondeu.
        "Acha que Mike vai curtir?" Perguntei. Sem Hillary, Dylan é o único para quem tenho coragem de perguntar algo assim.
        "Sei lá. Pergunta pra ele." Ele falou, dando de ombros.
        "Não. Quero que seja uma surpresa." Disse, olhando para Mike, por alguns segundos.
         "Danadinha." Ele diz em um tom cômico, com um sorrisinho malicioso.
         "Idiota." Respondo, no mesmo tom.
        Quebramos a conexão e eu tentei prestar atenção no filme, mas pareceu algo inútil, diante do fato de que eu não assisti nem metade dele, de qualquer maneira.
        Acabo passando o resto do filme reencostada em Mike, brincando com sua mão.
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          Depois do cinema e de um lanche rápido, no Mc Donal's (Sim, Mc Donald's no Céu), eles me levaram para casa.
         Ester parecia um pouco distraída e infeliz durante o caminho. Eu não tinha intimidade com ela mas perguntei mesmo assim:
        -Algum problema Ester?
        -Milhares.- Ela respondeu com um suspiro distante.
        -Há algo que eu possa fazer?- Perguntei, me aproximando mais dela, preocupada.
       -Nada, além de me dar um pedaço do seu chocolate.- Ela disse, apontando para a barra de chocolate ao leite na minha mão.
       Parti uma fileirinha e dei para ela. Depois de devorar a fileirinha e de eu acabar minha barra, finalmente chegamos na minha casa. Me despeço do pessoal e entro em casa.
      Coloco meus sapatos na área e vou até o meu quarto, me jogando na poltrona. Hillary está lá e está acordada. Mas seus olhos não estam na cor acolhedora e com aquele brilho cômico nos olhos que eu tanto adorava, mas em transe e de um tom esmeralda muito esquisito.
        -Emma.- Ela diz. Sua voz parece multiplicada em mil vezes, não muito diferente de quando ela tinha visões, tirando o fato de que a voz não era dela, mas de um homem. - Quanto tempo...
        -Te conheço?- Perguntei, me levantando.
        -Não, você não me conhece. Mas eu conheço você. Não se preocupe.... A hora está chegando.
        -Hora de quê? - Perguntei recuando, confusa.
        -Da sua destruição.- Disse a voz, juntamente com uma risada maquiavélica.
        -Quem é você?!- Perguntei furiosa.
        Ele só ri enquanto Hillary volta ao coma lentamente, fazendo com que a risada vá se dissipando até se tornar inaudível.
        Fico parada. Meu coração bate forte, fazendo minha respiração ficar desregulada. Quase no ritmo de uma risada maquiavélica. Uma risada que duvido que tenha sido a última vez que ouvi.
          Foi apenas a primeira.