Cap. 25- O Desaparecimento do Criador.

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     Já eram uma da tarde e Mike tinha ido embora três horas antes. Eu não pude deixar de me sentir em êxtase. Ele era tão... Incrível. E ainda cabelos castanhos claros e os olhos incrivelmente azuis que me enlouqueciam. Eu tentei recuperar minha respiração.
       Só de lembrar dos acontecimentos da noite passada, eu me sentia sem Chão e não conseguia parar de sorrir.
       A campainha tocou e me fez sair de meus devaneios. Eu fui lentamente abri-la, sem nenhum ânimo e dei de cara com um Dylan furioso e preocupado. Suas olheiras estavam mais fundas do que nunca e seus cabelos negros lisos estavam mais bagunçados que nunca. Seus Olhão negros estavam arregalados e ele me lembrava um personagem de um anime que eu vi quando criança.
      -Emma! Te liguei umas mil vezes e você não me atendeu! Nem se dê o trabalho de me dizer o que tava rolando por que eu não quero saber, mas você me deixou preocupado!!!-Ele falava rápido, e entrou sem eu nem convidar.
      -Você vai dizer o que tá acontecendo ou vai continuar nessa histeria?- perguntei cruzando os braços impacientemente.
      -Ok.-ele respondeu, tentando se acalmar.- Uma coisa impossível aconteceu, e é a pior coisa que poderia ter acontecido...

       -O que? Fala logo.- eu disse chegando mais perto dele, já começando a ficar preocupada.

        -Emma, Deus... Deus sumiu. Desapareceu, ninguém sabe onde ele está. Não se sabe o que houve, e estão todos entrando em pânico. Por favor, me ajude a reorganizar as pessoas, o exército de Lúcifer logo passará pelos portões, do jeito que as coisas estão indo.- O íncubo falou, com as mãos nos cabelos negros e depois pendendo aos lado do corpo, inquietas. Foi a primeira vez que vi Dylan desesperado e não sei se aquela imagem iria realmente sair da minha mente.
 

      -Mas Lúcifer havia dito que havia capturado Deus naquele dia em que me possuiu, achei que já estávamos preparados para isso.-eu argumentei, cruzando os braços, tensa.
       -Ele disse, mas não dá para se confiar em Lúcifer. Poderia ser apenas mais um de seus truques infernais.-respondeu Dylan, tão sério que eu me senti burra por ter falado aquilo.

       Eu não consegui falar nada, eu estava em choque. Tinha alguma coisa que a gente estava deixando escapar, com certeza. Mas eu não disse isso a Dylan, apenas meneei com a cabeça, e nós sentamos na mesa de jantar, para bolar um plano.

        Hillary chegou nessa hora com a mesma expressão que Dylan tinha quando entrou. Ela ofegou um pouco, olhando pra mim na mesa em que eu estava sentada com Dylan.

       -Sim, eu sei e estamos tentando bolar um plano, senta a bunda aqui pra ajudar ou cai fora.- eu falei, ríspida, antes que ela dissesse qualquer coisa.

      A coisa boa de nós três podermos ler mentes é que podíamos nos entender sem precisar falar nada. Em pouco tempo, nós criamos uma estratégia para fortificar os muros e poder ir investigar o palácio do Criador sem maiores problemas.

       Callie chegou na sala e não disse nada, apenas olhou brevemente para o nosso plano e assentiu com a cabeça, em sinal de aprovação antes de ir para a cozinha. Eu tenho a leve impressão de que socar a carne a fazia extravasar um pouco.

       Olhei para os meus amigos. Hillary deu um sorriso trêmulo e Dylan pegou a minha mão para me confortar, apesar de eu poder ver o luzir do sofrimento em seus olhos, mesmo não sabendo exatamente o porquê deles.

       Fui para o meu quarto e peguei o que precisaria, coloquei o arco e a aljava nas costas e olhei para meus companheiros.

        -Vamos?-perguntei a eles, tentando soar otimista mesmo com tudo que estava contra a gente.

        -Vamos, preparados pra tudo.-Respondeu Hill, com uma determinação que nunca havia visto antes.

       -Que assim seja, Escolhida.- respondeu Dylan, com secura e um sorriso que não combinava com ele. Com certeza eu teria que conversar a sós com ele mais tarde.

       Eu assenti e nós três subimos as escadas até o terraço.
       Então eu abri as minhas asas lilases. As pontas de minhas penas reluziam bronzeadas contra o brilho suave do luar.
       Vi mais dois pares de asas, um branco e dourado, um preto e branco e nós três alçamos vôo na noite fria e escura.
 

    E nada iria nos parar.

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