Cap. 24-Surpresa!

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Eu já tinha voltado para casa, e jantava completamente calada, enquanto remexia a minha macarronada. Era meu aniversário de dezoito anos, era também aniversário de namoro de dois meses entre mim e Mike, ou melhor, seria. Ele nem deu as caras e ainda tinha aquela maldita cara. Não sabia como podia ter me enganado tanto sobre ele. Ele parecia tão perfeito para mim e eu pensei que ele me amasse de verdade.
Minha mãe, Hill e Dylan tentavam me animar. Depois do jantar, Ester chegou ao mesmo tempo que meu pai. Eles me abraçaram e me deram presentes. Eu tentava sorrir, enquanto todos riam e conversavam, eles me amavam, Mike não, então me concentraria neles.
Eu fui até a varanda, olhar a paisagem um pouco, e quase não percebi Dylan atrás de mim. Ele me abraçou por trás e colocou o queixo no meu ombro.
-Dylan, não... -eu digo.
-Shhh. Agora não tem mais ninguém pra me impedir de fazer isso. -ele disse baixo.
Eu relaxei um pouco, nos braços do meu amigo, sentindo seu cheiro tão familiar.
-Emma, sabe eu estive pensando...-ele começou, subitamente interrompido pela campainha. Devia ser Scott.
Abri a porta com um sorriso que logo murchou. A única pessoa que eu não queria ver estava parada na minha frente com um grande sorriso no rosto.
-Ah. Oi Mike.-ela disse. -Pra quê o violão? Uma nova maneira de partir o meu coração?
-Não, é só uma coisinha que eu preparei pra você.-ele disse ainda com aquele sorriso imenso no rosto. Ele trouxe o violão para frente do corpo, tocando uma melodia extremamente familiar para mim. Quando eu reconheci a canção, ele começou a tocar.
Ele parou por ali e deu um sorriso imenso. Eu o olhei e cruzei os braços. Era um tolo se achava que era só cantar uma música linda que eu ia voltar correndo para ele.
-Lembro que no segundo dia de aula eu roubei um dos fones do seu ouvido e você me apresentou a essa música. Acho que foi quando eu comecei a gostar de você... -ele deu um risinho.- Idiota né? Se apaixonar um dia depois de se conhecer... Mas desde que nós começamos a namorar eu não sei eu... Queria mostrar que gostava de você, que gostava muito, mesmo. E queria que envolvesse essa música, a nossa música, por que eu acho que ela diz exatamente o que eu sinto. -ele disse, jogando o violão para trás.-Então eu comecei a dar uma pesquisada... Aprendi a tocar violão um pouco, e a cantar sem quebrar nenhum vidro, e... Organizei isso para você. Lembra do que dizia na carta? A felicidade que eu estava buscando não era com você, e sim você. Você é a minha felicidade Emma. E eu nunca, mesmo pensei que isso tudo a pudesse fazer sofrer, eu achei que você imaginaria o que tava rolando. Desculpa, de verdade. E se você fechar a porta na minha cara e nunca mais querer me ver eu vou entender totalmente, por que eu meio que tô merecendo.
-É, meio que tá.-eu disse, rindo e piscando para afastar as lágrimas que eu nem percebi que haviam começado a cair.
-E então você me perdoa? Por que sério, isso aqui deu muito trabalho e eu ainda tenho que pagar o professor de violão então... -ele disse, me fazendo rir.
-Cala a boca e me abraça, seu idiota.- Eu respondi, sorrindo.
Ele me olhou perplexo por um segundo, como se não esperasse isso, antes de largar tudo no chão e me abraçar, rindo. Ele me girou no ar e ficou me olhando.
-Eu te amo.- Ele disse.
-É, deu pra notar.-eu respondi, antes de beijá-lo.-E também deu pra notar que esse pessoal resolveu dar no pé...
-Não culpo eles. Ficar de vela não é uma das coisas que as pessoas gostem de fazer, principalmente quando o cara tá morrendo de saudade da namorada.- Ele faz graça.
Eu ri e mordi o lábio inferior, o olhando como uma boba.
-Eu também te amo.-respondi. Ele então me agarrou e fechou a porta, atrás de si, deixando todas as coisas que não importavam pra trás.

XXX

Um homem branco, de cabelos negros e olhos vermelhos deu um sorriso diabólico quando viu a cena de Emma e Mike se abraçando na porta da casa dela. Um riso baixo pôde-se ouvir saindo de seus lábio.
-Vamos dar a esses dois um pouco de privacidade, certo?-ele comentou, antes de fazer um gesto com a mão, fazendo a imagem desaparecer.
A súcubo checava algo em uma prancheta negra a sua frente. O homem andou até ela e a olhou e esperou que ele delatasse.
-Ela não tem treinamento suficiente senhor, não o derrotará assim.-falou a súcubo.-Apesar dos movimentos polidos, eles ainda são limitados. Ela treina com manequins de madeira rudimentares que não retratam as verdadeiras habilidades do exército. E apesar de ela ter o amigo íncubo para ajudá-la com isso, ele também não está muito a par da situação de nossa força.
-Então, minha querida Safira, as coisas estão acontecendo como esperávamos.-ele disse, se sentando em um trono todo de cristal quartzo branco, com uma pele de urso negro por cima. -Essa menininha mestiça é dispersa demais, se perde muito fácil e não escuta quem tem razão. Emma não terá escolha além de se ajoelhar perante mim.
-Absolutamente. E, se me permite dizer, seu filho está fazendo um belo trabalho.- Safira disse, afastando a prancheta do rosto.
-Sim, realmente está. Ela nem imagina que ele sempre esteve por perto, para espioná-la. E agora, ele entrou na vida dela. É um menino esperto, devo dizer.- comenta o homem, com um pequeno sorriso de satisfação no rosto belíssimo.
-E ela nem desconfia que você têm a influenciado e estado perto dela esse tempo todo.- comentou a súcubo Safira, rindo.
-Ela é ingênua. Confia demais, é cega, sem nenhuma visão ou percepção, e é por isso, cara Safira, que ela é perfeita para o que eu estou planejando.- disse o homem, olhando para Safira e rindo. Safira logo o acompanhou.
-Venha querida. - Ele disse, se levantando e indo até a porta de madre-pérola. Não demorou nada para que a súcubo o acompanhasse, ainda com um sorriso maligno no rosto.- Está na hora do Xeque Mate.

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