Cap.12- O Perdoado

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Acordo na minha cama, com um menino a me olhar, olhos negros, cabelos castanhos muito escuros e forte... Dylan, aquele Demônio Perdoado que tinha visto da outra vez na escola, no meu primeiro dia de aula, quando conheci Mike.
-An? O que houve?-Disse eu, olhando-o. Minha voz saiu rouca e desgastada.
-Um demônio se apossou da sua mãe.-Disse ele.-eu moro aqui do lado e ouvi um barulho alto, viu checar se estava tudo bem.
-Mas... Pensei que Perdoados vivessem em casas sem contato com anjos. -Olho-o meio desconfiada, recuperando totalmente a minha visão.
-E vivemos. Nunca percebeu que não tem nenhum anjo nesse prédio? Apenas a sua mãe. E ela está aqui por ordem do Conselho. É uma exceção, para que possa cuidar de sua amada filhinha Mestiça. Como se sente?
-Com dor de cabeça. Uma grande dor de cabeça e a minha garganta parece não existir. -Falei, colocando a mão em minha cabeça, finalmente lembrando do que havia acontecido, suspirando e fechando meus olhos, tentando assimilar tudo.
-Eu vou pegar um remédio. -Avisou ele, se levantando e indo em direção a porta.
-Dylan.-Eu chamo, agora com a voz um pouquinho melhor.
-Sim?-Perguntou ele, parando no meio do caminho e se virando para me olhar.
-Por que veio aqui me salvar mesmo não me conhecendo?-Perguntei com os olhos quase se fechados.
     -Bem, como você deve saber, eu sou, ou melhor, era um demônio diferente da maioria. Posso ouvir os desejos de todos perto de mim e meu dever era realizar alguns deles. Mas quando eu a ouvi pedindo ajuda, bem... Pensei abriu meu repertório de realização de pedidos .-Sorriu ele, de maneira divertida.
Meus olhos foram se fechando e os sonhos foram começando. Vi Mike me olhando com certa mágoa nos olhos, e me encarando.
"Escolha. Eu, ou o demônio." A raiva parecia estar o tomando por completo, com um tom traído na voz. Depois vi Dylan, com um sorriso triste, amarrado em uma estaca. "Não importa a decisão que você tome Emma. Eu vou estar ao seu lado." Ester apareceu ao seu lado com a mão em seu ombro, enquanto tentava desfazer as amarras.
Ela o amava. Depois disso, toda a cena mudou. Uma flecha negra acertou e se fincou no chão e em volta vários anjos mortos e seu sangue branco. Demônios e gritavam com a vitória. Vendo os moradores do Céu caídos. Minha mãe estava lá, com três flechas no peito, de olhos abertos com uma expressão aterrorizada em seu rosto.
Então uma voz vinda do fundo da minha mente disse "Isso irá acontecer... Se você não for a guerra."
Um grito diabólico preencher o ar me fazendo tremer e eu acordei, suando e respirando pesado, o que não era nada bom para minha garganta sensível. Dylan me olhava, de maneira atenta.
-Eu sei o que você viu.-Seu olhos negros ficaram azuis, parecendo mais pacíficos agora.
-Dylan... O que é você?-Pergunto o olhando, desconfiada e ainda assustada pelo pesadelo.
-Acho que você já sabe mesmo não querendo admitir. -Ele deu mais um de seus sorrisos sexys de parar o trânsito e eu tive de me concentrar muito para não me perder em seus olhos.
       Maldito íncubo. Eu pensei, vendo seus olhos se tornarem vermelhos com o meu pensamento.
        -Bem, eu vou indo. Michael, seu namoradinho, já deve estar chegando.-Ele fala, dando alguns passos para trás.
-Dylan?-Eu o chamo novamente e ele se aproxima. E dou um beijo em sua bochecha. -Obrigada por fazer isso por mim. -Sorrio, fazendo carinho em sua bochecha.
Deixo ele ir e vejo Mike parado no batente da porta.
-Então é assim. Me beijou não há nem três horas atrás e agora já está com outro... Eu pensei que você sentia o mesmo que eu.-Disse ele com seus olhos luzindo de raiva.-Desde o início eu vi que rolou uma química, entre vocês dois. Mas não pensei que ia chegar a esse ponto...
-Mike, essa é a coisa mais infantil do mundo. Foi apenas um beijo na bochecha! Quantos anos você tem? Sete?-Eu cruzo os braços, olhando-o impaciente.
     -Eu estou aqui já faz um tempo, Emma. Nós dois sabemos que foi mais do que isso.-Ele sai do meu quarto e apenas um ou dois minutos se passam até que eu possa ouvir a porta se bater com um estrondo.
     -Ah, eu vou é dormir.-Eu falo, sem nenhuma vontade de correr atrás de ninguém.

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