Cap.5 - Socializando

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      O sinal tocou. Eu Hilary andávamos pelos corredores tentando atribuir a maior quantidade de informações possíveis naquele caos de alunos e professores. Os armários de prata resplandeciam ao sol matinal que entrava pela grande abertura no teto. Pelo que eu soube, nunca chovia naquela época do ano, então não haviam motivos para fechar tudo. Anjos andavam calmamente e quase parecia uma escola comum. Nada de querubins rechonchudos que ficavam flutuando em cima nuvens zoando... Pelo menos não rechonchudos. A maioria dos anjos era lindo daquele tipo de meninos e meninas perfeitos, com um físico excepcional e cabelos sedosos.
        Hilary desmaiava a cada garoto que passava, enquanto eu tentava não bufar diante de tanta besteira. Minha amiga andava pelos corredores e ajeitava os cabelos compulsivamente, para ficar mais bonita do que já era. Como se ela precisasse dessa arrumação toda. Fala sério. Pensei, revirando os olhos.
        Com seus cabelos vermelhos vibrantes, qualquer um poderia se apaixonar por Hill só de olhar para ela, ainda mais com aquele sorrisinho tímido que ela mostrava pra todos, menos para mim, claro. Comigo ela conseguia ser um capetinha.
Ela é super romântica e sonhadora, acha que o príncipe vai passar no cavalo branco e levá-la para seu castelo onde serão felizes para todo o sempre. Iludida. Eu pensava de outra maneira completamente diferente. Odiava essa historinha. Pra mim, nós temos de batalhar para conquistar. "Quem quer consegue, não espera chegar." Era o meu lema.
          Eu peguei os livros que haviam deixado no meu armário e chequei os horários. Aula de História, com o Prof. Noperly. E na verdade, a aula já havia começado faziam quase vinte minutos.
           -Hillary, nós estamos atrasadas. E não é um pouquinho, não.-Eu falo, olhando-a.
           -Droga, no primeiro dia de aula!-Ela xinga, bufando.-Qual é a sala?
           -Vinte e três. Por aqui.-Eu a puxo, voando rápido até a maldita sala de aula.

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         A sala de aula era em um tom creme, completamente imaculada, desprovida das pixações e banalidades que costumamos a ver nas paredes de salas de aula da Terra. A lousa era branca, aquela á caneta, mas escrevia sozinha, anotando cada palavra que o professor dizia, e incentivando os alunas a fazerem o mesmo sem ao menos hesitar.
O sr. Noperly olhou-me de maneira reprovadora. Odiava atrasos, eram o que os outros alunos diziam. Não haviam lugares próximos vagos. As carteiras eram divididas em duplas e só haviam dois lugares restantes. Um lugar ao lado de uma menina de olhos dourados e um ao lado de um menino de olhos castanhos e cabelo louro.
      Hilary se precipitou e ficou do lado da tal garota de olhos amarelos. E eu consequentemente fiquei com o garoto louro. Ele tinha uma aura escurecida, um Puro, provavelmente. Um demônio que nunca fez nenhum tipo de mal, por isso, podia morar no céu, mas que mesmo assim, mas não deixava de ser um demônio.
      Olhou-me de maneira divertida. Talvez tenha percebido que eu sou uma mestiça, mais parecida com ele que a maioria.
       -Mestiça.-Ele disse. Sua voz era grave e segura. Parecia já ter visto mestiços antes, o que não é uma coisa muito comum, diga-se de passagem. Eu mesma nunca conheci nenhum, o que foi algo que apenas facilitou para que meu pai na hora de mentir para mim sobre minhas origens.
       -Puro.-Digo olhando-o nos olhos, enquanto sentava e colocava a mochila no chão. Analisei seus olhos castanhos. Não eram nem muito claros, nem muito escuros. Tinham uma coloração hipnotizante, que me davam vontade de olhá-los o dia inteiro. Ele usava um suéter azul marinho, por cima de uma blusa social branca e calça bege. Seus cabelos cacheados estavam despojados e seu sorriso era fascinante.
       Ele riu enquanto eu abri a mochila para pegar os meus materiais escolares e arrumei-os meticulosamente na carteira.
       -Errado.-Ele falou num tom jocoso e eu o olhei, com um olhar de desconfiança e estranhamento. Ele tinha aura de demônio e se não era puro ele só poderia ser... -É legal conhecer alguém como eu.-Ele comentou casualmente, enquanto eu sentia a informação vibrar no meu cérebro, enquanto este fazia esforço para entender o que estava acontecendo ali.

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