Os seus olhos castanhos encontram os meus. Um sorriso de orelha a orelha está estampado na sua cara. Mas o que é que ele quer?
"O que quer o Sr.Cristo?" Provoco hoje pela centésima vez. Ele em vez de falar agarra-me pela cintura e leva-me contra o seu corpo musculado uma das suas mãos passa para o meu cabelo e os nossos lábios tocam levemente. Arrepios repentinos atravessam a minha espinha quando a sua língua força a encontrar-se com a minha. Acordo deste sonho de ilusões e afasto-me rapidamente dele sem perceber uma estalada cai da minha mão para o seu rosto. Agarro a minha mala e saio daquele lugar.
O tempo suposto de estar em casa deveria ser vinte minutos, mas estava lá nem em cinco. Abro a porta e tropeço no caralho do tapete de entrada, mas quem é que o mandou por aqui. Quando me recomponho após ter discutido mentalmente com o raio do tapete, dou de caras com uma plateia de três pessoas a olharem para mim.
"Sem comentários." Digo de uma forma rude e desapareço no quarto. Mas porquê? O que o fez me beijar? Atiro-me para a cama da Leonor o meu telemóvel vibra. Ignoro quem quer que seja. Não estou com o mínimo de disposição para ouvir reclamações, ou para ouvir lamentações.
Um duche de água quente relaxa os meus músculos mas não o suficiente. Saio do chuveiro a passo de caracol embrulhada numa toalha, visto uma simples camisola comprida e subo para a minha cama. Um sono tremendo e pesado faz a minha cabeça cair em desespero e os meus olhos fecham.
POV Cristovinho
Após vinte minutos ainda estou sentado no chão dos balneários a rever aquele beijo. Ela é que provocou no buffet em frente ao Coimbra ela simplesmente disse "Gostava de ver isso." E acho que ela gostou, quando senti a sua língua macia a passar pela minha e os seus lábios carnudos a passar pelos meus. Encontro um espelho para ver o meu rosto e está um pouco vermelho da sua pequena mão. Caramba ela tem tanta força. Foda-se, dói-me a cara!
"O que estás aqui a fazer?" Uma voz feminina ecoa pelo balneário.
"Olá Íris! Não te preocupes, já estou de saída."
"O que aconteceu à tua cara?" Está assim tão mau? Os seus olhos escuros, encontam os meus no espelho.
"Raparigas." Passo por ela e saio daquela maldita faculdade.
Pelo caminho decido ver se ela já ela já respondeu às mensagens. Pois, tirei o número dela do telemóvel da Leonor durante aquele terrível jantar no shopping. Entro no meu carro e por um momento pensei em ir ter com a miúda nerd irritada que me deu uma estalada, mas decido ir para casa e por gelo na minha bochecha. A casa está quente e como um iogurte fresco, sento-me no sofá e pego na minha guitarra, saudades que eu tenho dela. Os meus dedos movem-se formando uma melodia que nunca tinha feito. Um bloco em cima da mesa e uma caneta é tudo o que eu preciso agora, e saem as primeiras letras.
Ás vezes não sei o que queres
E digo, ok
Ás vezes não sei o que faço
E tu, tá bem
Ás vezes fazes de propósito,
Eu sei
Uma vez não são vezes
E eu não digo a ninguém.Não sei, mas aquela estalo deu-me inspiração. Nunca escrevi musicas antes mas parece ser divertido. Muito mais a pensar nos olhos e nos seus lábios a tocar nos meus. Ela é uma deusa, até mesmo a bater nos outros. Mas eu sei que ela sentiu o mesmo que eu naquele beijo. Ela sentiu os mesmos arrepios que eu.
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Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)
Fanfiction"Ás vezes quando tudo parece dar errado, acontecem coisas boas na nossa vida que não teriam acontecido se tudo tivesse dado certo" Uma estudante universitária (Teresa) conhece um rapaz (Miguel Cristovinho). Vinda do Porto para Lisboa estudar gestão...