Capítulo 11

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Os seus olhos castanhos encontram os meus. Um sorriso de orelha a orelha está estampado na sua cara. Mas o que é que ele quer?

"O que quer o Sr.Cristo?" Provoco hoje pela centésima vez. Ele em vez de falar agarra-me pela cintura e leva-me contra o seu corpo musculado uma das suas mãos passa para o meu cabelo e os nossos lábios tocam levemente. Arrepios repentinos atravessam a minha espinha quando a sua língua força a encontrar-se com a minha. Acordo deste sonho de ilusões e afasto-me rapidamente dele sem perceber uma estalada cai da minha mão para o seu rosto. Agarro a minha mala e saio daquele lugar.

O tempo suposto de estar em casa deveria ser vinte minutos, mas estava lá nem em cinco. Abro a porta e tropeço no caralho do tapete de entrada, mas quem é que o mandou por aqui. Quando me recomponho após ter discutido mentalmente com o raio do tapete, dou de caras com uma plateia de três pessoas a olharem para mim.

"Sem comentários." Digo de uma forma rude e desapareço no quarto. Mas porquê? O que o fez me beijar? Atiro-me para a cama da Leonor o meu telemóvel vibra. Ignoro quem quer que seja. Não estou com o mínimo de disposição para ouvir reclamações, ou para ouvir lamentações.

Um duche de água quente relaxa os meus músculos mas não o suficiente. Saio do chuveiro a passo de caracol embrulhada numa toalha, visto uma simples camisola comprida e subo para a minha cama. Um sono tremendo e pesado faz a minha cabeça cair em desespero e os meus olhos fecham.

POV Cristovinho

Após vinte minutos ainda estou sentado no chão dos balneários a rever aquele beijo. Ela é que provocou no buffet em frente ao Coimbra ela simplesmente disse "Gostava de ver isso." E acho que ela gostou, quando senti a sua língua macia a passar pela minha e os seus lábios carnudos a passar pelos meus. Encontro um espelho para ver o meu rosto e está um pouco vermelho da sua pequena mão. Caramba ela tem tanta força. Foda-se, dói-me a cara!

"O que estás aqui a fazer?" Uma voz feminina ecoa pelo balneário.

"Olá Íris! Não te preocupes, já estou de saída."

"O que aconteceu à tua cara?" Está assim tão mau? Os seus olhos escuros, encontam os meus no espelho.

"Raparigas." Passo por ela e saio daquela maldita faculdade.

Pelo caminho decido ver se ela já ela já respondeu às mensagens. Pois, tirei o número dela do telemóvel da Leonor durante aquele terrível jantar no shopping. Entro no meu carro e por um momento pensei em ir ter com a miúda nerd irritada que me deu uma estalada, mas decido ir para casa e por gelo na minha bochecha. A casa está quente e como um iogurte fresco, sento-me no sofá e pego na minha guitarra, saudades que eu tenho dela. Os meus dedos movem-se formando uma melodia que nunca tinha feito. Um bloco em cima da mesa e uma caneta é tudo o que eu preciso agora, e saem as primeiras letras.

Ás vezes não sei o que queres
E digo, ok
Ás vezes não sei o que faço
E tu, tá bem
Ás vezes fazes de propósito,
Eu sei
Uma vez não são vezes
E eu não digo a ninguém.

Não sei, mas aquela estalo deu-me inspiração. Nunca escrevi musicas antes mas parece ser divertido. Muito mais a pensar nos olhos e nos seus lábios a tocar nos meus. Ela é uma deusa, até mesmo a bater nos outros. Mas eu sei que ela sentiu o mesmo que eu naquele beijo. Ela sentiu os mesmos arrepios que eu.

Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora