Capítulo 15

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POV Teresa

Um dos homens aproxima-se de mim e eu reconheço instantaneamente as suas feições do rosto. Ele está tão diferente... e no entanto melhor desde a última vez que o vi.

"Teresa... és tu? Filha és mesmo tu?" Ele pergunta os meus olhos piscam para ter a certeza de que não é um sonho. O meu pai, aquele homem que se divorciou da minha mãe e me deixou está aqui, à minha frente. Agarro o pulso do Miguel para me manter firme ao chão e ele percebe a minha aflição colocando uma das suas mãos livres no meu ombro. As mãos do meu pai, envolvem os meus braços e leva-me para o seu peito num abraço apertado. Sem pensar em mais nada ponho as minhas mãos no seu peito e empurro-o para trás.

"Larga-me!" Grito para ele e agarro na minha mala que se encontra no sofá. "Volto aqui mais tarde." Informo o diretor e saio o mais rápido possível daquele lugar e ando a passos largos até a um banco de jardim passos pesados seguem-me, mas ignoro.

Não consigo conter as lágrimas e estas escorrem pelas minhas bochechas. Atiro a minha mala para o chão em sinal de frustação e os livros espalham-se pelo chão pontapés são despejados em cima deles.

"Foda-se! Caralho!" Grito bem alto. "Ahhhhh!" Umas grandes mãos puxam-me pela cintura e sentam-me no banco. Quem eu precisava de ver agora, está mesmo aqui, ao meu lado a pegar nos meus livros e a guardá-los na minha mochila, em seguida o meu Cristo, aliás quem dera que fosse meu, senta-se ao meu lado no banco. Pouso os meus cotovelos nos meus joelhos e meto a cabeça entre as mãos. Não quero nem saber como é que o meu "pai" está, verdade é uma e única aliás ele é que me deixou e ainda tem a lata de chegar à minha beira com um sorriso estampado na cara. E ainda mais... ele tinha uma aliança no dedo eu reparei quando me agarrou.

"Hey..." o ser que está ao meu lado chama. "O que aconteceu alí?" Devo contar-lhe tudo da minha vida? Ele nunca se abriu comigo, mas talvez se eu falar ele pode fazer o mesmo. Levanto a cabeça e olho para ele, uns soluços entre lágrimas caem da minha cara e os meus olhos encontram os seus. Quero que ele me beije outra vez, mas é impossível ele ler os meus pensamentos. O tal homem a quem eu devia chamar de pai aproximar-se de nós e o Miguel olha para mim.

"Podemos sair daqui? Por favor!" Peço desesperadamente, ele confirma e levantamo-nos do banco frio.

"Espera! Teresa!" O meu pai... o Luís chama por mim mas eu não volto para trás. Em vez disso, olho para o Miguel e faço uma expressão facial como quem pergunta o que devo fazer. Ele olha-me e dá um longo suspiro.

"Não sei... talvez seja melhor falares com ele." Ele sugere e eu paro o nosso contacto visual.

"Não agora." Ele responde com um "ok" e liga o carro. Aqui dentro cheira a Cristo. É um pouco estranho pronunciar o seu nome em certas ocasiões, mas eu gosto. Ele está indeciso para onde me levar e eu respondo aos seus olhos.

"Para o apartamento se faz favor." Ele está a tentar aliviar os meus nervos e começa por brincar.

"Para onde a senhora desejar." É melhor não revelar os meus pensamentos em voz alta, mas a minha resposta seria, Cristo leva-me ao céu. Um pouco constrangedor, talvez, então decido ouvir o meu subconsciente a rir sozinho e a bater palmas pela minha argumentação.
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Olá!!! Espero sinceramente que estejam a gostar. Por favor, não se esqueçam de votar e comentar é muito importante para mim.
Obrigado por lerem e bjs!

Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora