Capítulo 35

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POV Cristovinho

A Teresa acabou de abandonar o espaço onde nos encontrávamos e vai para a sala. O pai dela não tem cara de muitos amigos e a sua mulher tem cara de ingênua. O ar à nossa volta está a ficar tenso e eu posso dizer que a 'minha namorada' também o sentiu. Eu sei que eu fiz asneira em dizer que era o namorado dela, sei que isso talvez nunca vá acontecer, mas quando eu o disse o meu coração explodiu de uma forma inigualável. Eu tenho sentimentos por ela, e eu sei disso mais do que ninguém, só não o quero admitir para mim mesmo pois posso me vir a arrepender. Isso é possível? Não sei. Ela gosta de mim? Talvez. Eu gosto dela? Talvez. Tudo está incerto neste momento, tudo está nas minhas mãos, porque se eu não admitir a mim mesmo o que sinto, e se eu não der o primeiro passo, eu sei que ela não o fará de nenhuma maneira.

"Então Miguel, certo? Só espero que tenha cuidado com a minha filha, porque ela não é uma coisa que se possa usar e depois se deite fora." Fodasse! Eu ainda nem namoro verdadeiramente com ela e já estou a ouvir sermões de pais protetores. Ele não é assim tão mau quando ela está ao meu lado.

"Não se preocupe, não seria capaz de deixar a mulher que amo." Talvez sirva de indireta. Porque está mais que provado que ele deixou a mãe da Teresa e ainda gostava dela. Dou-lhe um sorriso torto e saio dali.

Caminho a passos leves pela sala, e lá está ela. A rapariga que provoca sensações estranhas em todo o meu ser. Ela está a falar com a sua... posso chamar meia irmã? Acho que sim. A pequena menina percebe a minha presença e vai para o quarto, não sei se sou eu, ou se vai e depois volta. Eu não estou aqui para intimidar ninguém, muito menos uma criança de seis anos. Bom, mas vamos ao que interessa, porque eu tenho dois lindos olhos verdes a olharem para mim e um sorriso perfeito na cara dela. O que eu sinto, posso dizer que estou apaixonado? Vamos lá ver, eu acordo a pensar nela, visto-me a pensar nela, tomo banho a pensar nela, como a pensar nela, sonho com ela e os seus lindos olhos e... resumindo a minha vida nos dois últimos meses deste a primeira vez que a vi e que lhe parti o telemóvel, achando que era uma nerd insignificante, está baseada nela, eu estou apaixonado! Só não espero que esta confissão à minha subconsciente traga problemas.

Ela corre para os meus baços e aperta a minha cintura e eu devolvo um abraço, quente e forte. A campainha toca por toda a casa e nuns meros segundos uma rapariga morena de cabelos aos caracóis e com uma sai curta se fosse ela, vinha nua, concordo, entra na sala e olha-me de cima a baixo. Posso já dar-lhe uma alcunha: puta. Simples e eficaz. No lugar dela eu colocava ainda mais gloss naqueles lábios porque a quantidade que ela tem é mínima, ah e também os cinco metros de eyeliner faz com que pareça que levou um murro em cada olho. E ainda acha que tem classe, ela que ponha os olhos na rapariga perfeita ao meu lado e na maneira simples como se maquia e só em ocasiões e depois as diferenças são inúmeras. Por falar em por os olhos a minha menina, eu vou repetir minha menina está a matá-la com os olhos. A sua expressão facial demonstra que é capaz de lhe estar a mandar bocas silenciosamente. Agora pensando bem esta boneca de porcelana que entrou parecia a Marta, mas não é. Também, como podia ser? É da família da tal Alice no país da maravilhas, o problema é que eu não considero isto uma maravilha, excepto a preciosidade de mulher ao meu lado.

...

Estamos todos sentados no sofá e a Teresa ainda lhe manda olhares de fúria e eu coloco a minha mão por cima da sua não só para a acalmar, mas também para mostrar que ela é minha. Neste momento só queria uma certeza, saber se ela sente alguma coisa por mim. Se eu pudesse ler pensamentos acho que passava a vida a ler os dela.

"Queres ir para casa?" Sussurro-lhe ao ouvido.

"Sim..." ela murmura de volta, ela está cansada e isso nota-se perfeitamente. "Pai, dona Alice, eu vou andando se não se importam tenho aulas amanhã cedo."

Mais uma hora e estou à porta de casa dela com a sua mala da noite passada, ai foi tão bom tela lá, é como se preenchesse o espaço vazio da minha vida. Ela faz 18 anos sexta e vou preparar algo inesquecível não só porque ela merece, mas também porque eu acho que estou apaixonado e não se faz 18 anos todos os dias.

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Ui, ui o que será? Eles são tão fofos apaixonados sem admitirem um ao outro não acham?

OMG nunca pensei em ter tantas leituras e só vos devo agradecer por tudo. Mt obg!
Bj :*

Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora