POV Cristovinho
A Teresa acabou de abandonar o espaço onde nos encontrávamos e vai para a sala. O pai dela não tem cara de muitos amigos e a sua mulher tem cara de ingênua. O ar à nossa volta está a ficar tenso e eu posso dizer que a 'minha namorada' também o sentiu. Eu sei que eu fiz asneira em dizer que era o namorado dela, sei que isso talvez nunca vá acontecer, mas quando eu o disse o meu coração explodiu de uma forma inigualável. Eu tenho sentimentos por ela, e eu sei disso mais do que ninguém, só não o quero admitir para mim mesmo pois posso me vir a arrepender. Isso é possível? Não sei. Ela gosta de mim? Talvez. Eu gosto dela? Talvez. Tudo está incerto neste momento, tudo está nas minhas mãos, porque se eu não admitir a mim mesmo o que sinto, e se eu não der o primeiro passo, eu sei que ela não o fará de nenhuma maneira.
"Então Miguel, certo? Só espero que tenha cuidado com a minha filha, porque ela não é uma coisa que se possa usar e depois se deite fora." Fodasse! Eu ainda nem namoro verdadeiramente com ela e já estou a ouvir sermões de pais protetores. Ele não é assim tão mau quando ela está ao meu lado.
"Não se preocupe, não seria capaz de deixar a mulher que amo." Talvez sirva de indireta. Porque está mais que provado que ele deixou a mãe da Teresa e ainda gostava dela. Dou-lhe um sorriso torto e saio dali.
Caminho a passos leves pela sala, e lá está ela. A rapariga que provoca sensações estranhas em todo o meu ser. Ela está a falar com a sua... posso chamar meia irmã? Acho que sim. A pequena menina percebe a minha presença e vai para o quarto, não sei se sou eu, ou se vai e depois volta. Eu não estou aqui para intimidar ninguém, muito menos uma criança de seis anos. Bom, mas vamos ao que interessa, porque eu tenho dois lindos olhos verdes a olharem para mim e um sorriso perfeito na cara dela. O que eu sinto, posso dizer que estou apaixonado? Vamos lá ver, eu acordo a pensar nela, visto-me a pensar nela, tomo banho a pensar nela, como a pensar nela, sonho com ela e os seus lindos olhos e... resumindo a minha vida nos dois últimos meses deste a primeira vez que a vi e que lhe parti o telemóvel, achando que era uma nerd insignificante, está baseada nela, eu estou apaixonado! Só não espero que esta confissão à minha subconsciente traga problemas.
Ela corre para os meus baços e aperta a minha cintura e eu devolvo um abraço, quente e forte. A campainha toca por toda a casa e nuns meros segundos uma rapariga morena de cabelos aos caracóis e com uma sai curta se fosse ela, vinha nua, concordo, entra na sala e olha-me de cima a baixo. Posso já dar-lhe uma alcunha: puta. Simples e eficaz. No lugar dela eu colocava ainda mais gloss naqueles lábios porque a quantidade que ela tem é mínima, ah e também os cinco metros de eyeliner faz com que pareça que levou um murro em cada olho. E ainda acha que tem classe, ela que ponha os olhos na rapariga perfeita ao meu lado e na maneira simples como se maquia e só em ocasiões e depois as diferenças são inúmeras. Por falar em por os olhos a minha menina, eu vou repetir minha menina está a matá-la com os olhos. A sua expressão facial demonstra que é capaz de lhe estar a mandar bocas silenciosamente. Agora pensando bem esta boneca de porcelana que entrou parecia a Marta, mas não é. Também, como podia ser? É da família da tal Alice no país da maravilhas, o problema é que eu não considero isto uma maravilha, excepto a preciosidade de mulher ao meu lado.
...
Estamos todos sentados no sofá e a Teresa ainda lhe manda olhares de fúria e eu coloco a minha mão por cima da sua não só para a acalmar, mas também para mostrar que ela é minha. Neste momento só queria uma certeza, saber se ela sente alguma coisa por mim. Se eu pudesse ler pensamentos acho que passava a vida a ler os dela.
"Queres ir para casa?" Sussurro-lhe ao ouvido.
"Sim..." ela murmura de volta, ela está cansada e isso nota-se perfeitamente. "Pai, dona Alice, eu vou andando se não se importam tenho aulas amanhã cedo."
Mais uma hora e estou à porta de casa dela com a sua mala da noite passada, ai foi tão bom tela lá, é como se preenchesse o espaço vazio da minha vida. Ela faz 18 anos sexta e vou preparar algo inesquecível não só porque ela merece, mas também porque eu acho que estou apaixonado e não se faz 18 anos todos os dias.
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Ui, ui o que será? Eles são tão fofos apaixonados sem admitirem um ao outro não acham?OMG nunca pensei em ter tantas leituras e só vos devo agradecer por tudo. Mt obg!
Bj :*
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Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)
Fanfiction"Ás vezes quando tudo parece dar errado, acontecem coisas boas na nossa vida que não teriam acontecido se tudo tivesse dado certo" Uma estudante universitária (Teresa) conhece um rapaz (Miguel Cristovinho). Vinda do Porto para Lisboa estudar gestão...