Os seus olhos verdes dele não enganam ninguém. E eu posso dizer que está bastante elegante. Ouço os saltos da minha mãe na calçada em direção a nós e o meu sangue gela. Acho que o Miguel já percebeu pois agarrou a minha mão e apertou levemente como se quisesse dizer 'eu estou a aqui'.
"O que é que estás aqui a fazer?" O meu pai pergunta friamente à minha mãe. Eu limito-me a olhar.
"Vim ver a minha filha." Ela dá ênfase na parte da 'minha'.
"Não foste só tu que a criaste!" O ser a quem acho que posso chamar de pai atira.
"A mim não me parece o mesmo, não fui eu que a abandonei com dez anos!" Ela atira de volta. Espera... mas que merda é que se está aqui a passar? Sem pensar meto-me no meio doa dois e eles param de falar.
"Chega! Que merda se passa aqui?" Grito.
"Olha a língua Teresa." A minha mãe bufa. Pois eu sempre fui controlada nos palavrões em frente ao meus pais. "E isso pergunto eu ao teu pai."
"O mesmo à tua mãe!" Parecem crianças a discutirem.
"Ok... pai o que estás aqui a fazer?" Vou resolver à minha maneira porque isto vai dar guerra declarada.
"Eu estou a trabalhar, sou professor aqui, mas não por muito tempo, pois há uma escola perto de minha casa, mas não muito longe daqui." Esclarecida.
"Agora mãe... eu só faço anos sexta o que estás aqui a fazer?" Teresa controla-te, controla-te...
"Eu vim mais cedo porque tenho que entregar os novos desenhos da nova coleção à empresa." Ah... pois esqueci-me de dizer que a minha mãe é designer de moda. "Mas até aposto que o teu pai nem se lembrou do teu aniversário." E lá vamos nós outra vez.
"Lembro sim, todos os anos mando presentes para ela." Ai manda? Não sabia! A mãe manda um olhar de furiosa ao meu pai e este enconhe os ombros.
"Pois, mas os presentes não compram o tempo que a deixaste de ver crescer!" Estou farta, viro costas e agarro na mão do Miguel e estava estupefato a olhar para a minha família. Isto é família, certo? Não, não é. Já com alguns passos de distância ouço a voz fina da minha mãe "Se soubesses a dor que foi ter sido..." ter sido o quê? Paro onde estou e o Miguel agarra as minhas mãos. Olha-me sério e uma lágrima rola bochecha a baixo sem que a possa controlar. O seu polgar vem ao meu rosto para a parar, mas mais rolam à velocidade da luz. Baixo a cara e sigo caminho com o rapaz mais perfeito à face da terra. Eu estou apaixonada por ele e tenho plena consciência disso. Entramos no restaurante que era suposto almoçar com a minha mãe e sentamo-nos fazendo o pedido para o garçon.
...
Já em frente ao balcão para pagar, e mais uma vez perco sendo ele a pagar, a campainha por cima da porta tilinta e revela dois seres, os meus progenitores. A cara da minha mãe está vermelha de chorar e pergunto se o meu pai lhe bateu outra vez como à sete, quase oito anos atrás.
"Filha, estás aqui..." o meu pai diz calmo. "Não sabíamos de ti."
"O que se passou para estrares a chorar?" Pergunto como uma criança que vê a mãe ou o pai a chorar.
"Nada p-princesa..." ela soluça e eu fixo o olhar no meu pai
"Tem calma, não fiz nada." Ele assegura.
"Então o que é que..." eles olham-se e o telemóvel do meu pai toca.
"Sim Alice... tudo bem... ok eu vou buscar a Kika à escola não te preocupes... beijo... amo-te." Deve de ser a outra mulher dele. Ok... agora pergunto-me novamente o que raio se passou para a minha mãe estar a chorar. Mas os meus pensamentos voam como papel assim que a minha mãe fala.
"Então, quem é esse rapaz bonito? É teu namorado?" Olho para o Cristo e ele ri sem dizer nada.
"N-não... é... eu..." engasgo-me. Eu realmente não sei o que somos, se é que somos. Ele olha-me e sorri, um sorriso lindo e puro, os seus olhos brilham e a minha vontade era de beijá-lo, agora. Sorrio também.
"Senhora?" Ele pergunta.
"Susana, mas trata-me por Susie como faz a Teresa."
"Sim senhora Susie, nós somos namorados." O meu pai olha-o de cima a baixo e rio baixando a cabeça, estou envergonhada.
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Outra vez Sr.Cristo? A dizer que namora com ela? Será desta?Ai... quem me dera estar no lugar da Teresa ahahha e vocês?
Esperem que vem aí novidades nos próximos capítulo e posso dizer que a vida da Teresa vai dar uma volta gigante *0*.
Bj ;* e obg por votarem.
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Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)
Fiksi Penggemar"Ás vezes quando tudo parece dar errado, acontecem coisas boas na nossa vida que não teriam acontecido se tudo tivesse dado certo" Uma estudante universitária (Teresa) conhece um rapaz (Miguel Cristovinho). Vinda do Porto para Lisboa estudar gestão...