Capítulo 34

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Passo pelos grandes portões de cor cinza e os meus saltos fazer barulho na calçada ouço vozes a falar de dentro da habitação e risos de uma criança. Provavelmente a Francisca, como ela é? Ela irá gostar de mim? Adoro crianças por isso acho que não vai ser difícil de ganhar confiança com ela. Chego dentro da sala e o ar quente bate contra a minha pele fria da noite. É agora tudo vai começar. Não encontro a minha mãe em nenhum canto da sala branca, apenas uma criança de cabelos castanhos sentada no chão a brincar com bonecas. Tem um ar adorável e simpático, é ela a minha irmã? Oh... nunca pensei em ter uma irmã na vida, fui sempre filha única e a mais mimada, mas contra claro. A minha vontade era ter a casa cheia de crianças, todos meus irmãos, como um orfanato, mas aqui éramos todos filhos de dois pais capazes de educar e dar amor aos seus filhos.

A menina volta os seus olhos verdes para mim e sorri. Ela tem os olhos da mesma cor que eu exceto o cabelo e eu diria que éramos irmãs de sangue.

"A mãe?" Pergunto finalmente ao homem que está ao meu lado.

"Não vem." Ele suspira.

"Como assim, não vem!?" Ela disse que vinha, ela garantiu.

"Teve uma reunião de trabalho e não pode vir. Mas anda conhecer a Alice." Ele tenta agarrar a minha mão, mas afasto fazendo com que pareça que vá agarrar a mão do Miguel. E ele encaminha-nos para a cozinha, grande e moderna. E uma mulher está de sorriso na face assim que entro.

"Muito prazer, sou a Alice. Tu és a Teresa, certo? O teu pai fala muito de ti." Imagino para quem já não me vê à sete anos!

"Sim, sou. Prazer." Cumprimento com beijo na cara e ela faz o mesmo com o Miguel. Ela parece simpática, o seu olhar transmite alegria. A Kika é memo parecida com ela exceto os olhos que herdou do meu pai assim como eu. Está a ficar um ar tenso dentro da cozinha e acho que se ninguém falar antes de eu abrir a boca...

"És o namorado da Teresa?" Ufa! Eu estava a a ficar nervosa.

"Hã... sim sou. Miguel." Ele fala. Oh céus! O meu namorado só não sei se é a sério, ou só para causar boa impressão.

"Bom... vou falar com a Francisca." Digo e saio da cozinha deixando lá o Miguel, o meu pai e a Alice.

A menina ainda está sentada na mesma posição de à dez minutos atrás e eu pergunto como é que uma criança consegue estar tanto tempo com um brinquedo na mão. Eu era um pouco diferente sempre gostei de coisas mais radicais como futebol, fazer pistas de carros com o meu vizinho que era da mesma idade que eu, ou até mesmo andar de bicicleta pelas ruas da cidade com as nossas mães nos dias quentes de verão. Não que eu não gostasse de bonecas, porque eu gostava, mas acho que era mais "Maria-rapaz". A pequena percebe a minha presença assim que me sento no sofá em frente a ela. Esta atira um sorriso tímido e veste a sua Barbie com outras roupas.

"Olá... és tu a princesa Francisca?" Decido falar primeiro pois sei que ela não o faria.

"Princesa!?" Ela sorri. "Obrigada, sim sou eu." É educadada e simpática para a sua idade até tem uma boa linguagem. "Como te chamas?" Ela olha-me.

"Sou a Teresa." Respondo e sento-me no chão com ela.

"Princesa Teresa." Ela completa. Princesa? Talvez, se considerar o Miguel o meu príncipe, sim, sou. "Queres brincar comigo? Eu brinco sempre sozinha..."

"Sim, claro." Ela fica alegre e eu acaricio os seus cabelos sedosos.

"Eu vou buscar mais uma Barbie." Ela vai a saltitar para o quarto e vejo o Miguel atrás de mim a sorrir, levanto-me e sigo para a sua frente num abraço apertado. A campainha toca e o meu pai apressa-se a atender. Uma rapariga alta, morena, de cabelos castanhos aos caracóis de mini saia e de uma forma elegante entra na sala e os seus olhos correm pelo Miguel de cima a baixo. Eu levanto as sobrancelhas mostrando o meu olhar de fúria e o Miguel ri para mim beijando a minha testa.

Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora