Capítulo 61

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- Teresa... - as nossas testas colam-se para tentar recuperar o fôlego. - Eu amo-te.

A minha mão acaricia a sua bochecha, os nossos olhares presos, a sua mão na minha cintura e outra entre o meu cabelo. Fecho os olhos e dou um longo suspiro. A minha cabeça pousa no seu peito. Como ficamos agora? Não somos namorados. Mas também não quero ser a amiga com "benefícios". Rodeio a sua cintura com os meus braços enquanto o sinto a inspirar o meu cheiro.

- Desculpa interromper. - murmuro. - Mas a lasanha está a chamar por mim, não ouves? Já chateia, é melhor eu a ir comer. - um gargalhada rouca passa no meu ouvido e arrepio-me.

- Vamos.

Sentamo-nos novamente e um silêncio confortável instala-se. Acabamos ds comer e levos os pratos para o lava loiça. Sinto o seu olhar a queimar o meu corpo e quando o olho ele sobe e desce o seu olhar desde as minhas pernas até aos ganchos do cabelo suspirando no fim. Ergo uma sobrancelha e olho-o confusa com uma mão em cada lado da cintura.

- Hã... o que disseste? - ele pergunta.

- Eu? Nada! - ele deve ter ido dar uma volta ao universo em cinco minutos. Se te considerares o universo... Já cá faltava o Beckham. - Queres bolo?

- Sim. Pode ser. - ele olha-me outra vez. Devo de ter cara de fatia de bolo de caramelo, não? Se calhar és a fatia que ele quer comer. Ignora-o Teresa, é só no chato do teu subconsciente disfarçado de David Beckham.

- O que é? - pergunto.

- Nada, esse vestido fica-te bem... - coro novamente. Aposto o euro milhões que o pensamento dele neste momento é: "O vestido fica-lhe bem, mas ainda fica melhor sem ele." Podia pedir um subconsciente mais perverso?

- Obrigado. - murmuro.

***

- ISTO É O QUE EU ESTOU A PENSAR QUE É!? - a voz estridente da Tatiana desperta-me, espera, eu adormeci?

- Chiu! Ela está a dormir! - Cristo resmunga com ela e a sua mão masseja o meu couro cabeludo e eu perco a vontade de abrir os olhos. Com algum esforço pestanejo e abro os olhos.

- Teresa Maria, precisamos de ter uma conversa muito importante!

Estamos sentados numa pequena poltrona na cozinha. Estou sobre as suas pernas e entre os seus braços. Não há melhor lugar que este sem dúvida. Com muito esforço, levanto-me e ele faz o mesmo.

- Quem precisa de conversar, sou eu e contigo menina Leonor! - resmungo enquanto me espreguiço.

- Bom, eu vou andando. - ele dá-me um beijo na testa e despede-se de todos.

Subimos para o quarto e mil pergunas atormentam a minha mente. E agora? Como ficamos? Somos amigos? Somos mais que amigos? Somos amigos coloridos? Não somos nada? Bem, só amanhã é que respondo agora vou aterrar, estes doidos deixaram-me na cozinha trancada até à uma da manhã. E era só um jantar? Isto assusta. Tomo um duche demorado e desço as escadas apercebendo-me que os meus pais já chegaram e estão a conversar.

- Tens de lhe contar Susana! Ela passou dezoito anos da sua vida nesta mentira, a Teresa não merece isso. - o meu pai fala.

- Não é fácil dizer. Agora que a Tatiana está cá... - a minha mãe diz como um sussurro.

- Mais uma razão! Ela tem de saber, custe o que custar! E eu estou do teu lado. - o meu pai, sempre atencioso tenta acalmar a minha progenitora.

- COMO ACHAS QUE É FÁCIL DIZER À TERESA QUE ELA É FRUTO DE UMA VIOLAÇÃO! E NÃO TUA FILHA NA REALIDADE! - a minha mãe eleva a voz. Mas o que é que eu acabei de ouvir? Eu não... eu não posso ser... NÃO! Não! Não! Desço as escadas já inundada em lágrimas.

- É verdade? - murmuro desabando em lágrimas.

- Desculpa filha... - a minha mãe chora e agarra-se ao meu pai.

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Waw! Que cena! Bem, DUBLE UPDATE!

LY4EVER ♥.

Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora