- Teresa... - as nossas testas colam-se para tentar recuperar o fôlego. - Eu amo-te.
A minha mão acaricia a sua bochecha, os nossos olhares presos, a sua mão na minha cintura e outra entre o meu cabelo. Fecho os olhos e dou um longo suspiro. A minha cabeça pousa no seu peito. Como ficamos agora? Não somos namorados. Mas também não quero ser a amiga com "benefícios". Rodeio a sua cintura com os meus braços enquanto o sinto a inspirar o meu cheiro.
- Desculpa interromper. - murmuro. - Mas a lasanha está a chamar por mim, não ouves? Já chateia, é melhor eu a ir comer. - um gargalhada rouca passa no meu ouvido e arrepio-me.
- Vamos.
Sentamo-nos novamente e um silêncio confortável instala-se. Acabamos ds comer e levos os pratos para o lava loiça. Sinto o seu olhar a queimar o meu corpo e quando o olho ele sobe e desce o seu olhar desde as minhas pernas até aos ganchos do cabelo suspirando no fim. Ergo uma sobrancelha e olho-o confusa com uma mão em cada lado da cintura.
- Hã... o que disseste? - ele pergunta.
- Eu? Nada! - ele deve ter ido dar uma volta ao universo em cinco minutos. Se te considerares o universo... Já cá faltava o Beckham. - Queres bolo?
- Sim. Pode ser. - ele olha-me outra vez. Devo de ter cara de fatia de bolo de caramelo, não? Se calhar és a fatia que ele quer comer. Ignora-o Teresa, é só no chato do teu subconsciente disfarçado de David Beckham.
- O que é? - pergunto.
- Nada, esse vestido fica-te bem... - coro novamente. Aposto o euro milhões que o pensamento dele neste momento é: "O vestido fica-lhe bem, mas ainda fica melhor sem ele." Podia pedir um subconsciente mais perverso?
- Obrigado. - murmuro.
***
- ISTO É O QUE EU ESTOU A PENSAR QUE É!? - a voz estridente da Tatiana desperta-me, espera, eu adormeci?
- Chiu! Ela está a dormir! - Cristo resmunga com ela e a sua mão masseja o meu couro cabeludo e eu perco a vontade de abrir os olhos. Com algum esforço pestanejo e abro os olhos.
- Teresa Maria, precisamos de ter uma conversa muito importante!
Estamos sentados numa pequena poltrona na cozinha. Estou sobre as suas pernas e entre os seus braços. Não há melhor lugar que este sem dúvida. Com muito esforço, levanto-me e ele faz o mesmo.
- Quem precisa de conversar, sou eu e contigo menina Leonor! - resmungo enquanto me espreguiço.
- Bom, eu vou andando. - ele dá-me um beijo na testa e despede-se de todos.
Subimos para o quarto e mil pergunas atormentam a minha mente. E agora? Como ficamos? Somos amigos? Somos mais que amigos? Somos amigos coloridos? Não somos nada? Bem, só amanhã é que respondo agora vou aterrar, estes doidos deixaram-me na cozinha trancada até à uma da manhã. E era só um jantar? Isto assusta. Tomo um duche demorado e desço as escadas apercebendo-me que os meus pais já chegaram e estão a conversar.
- Tens de lhe contar Susana! Ela passou dezoito anos da sua vida nesta mentira, a Teresa não merece isso. - o meu pai fala.
- Não é fácil dizer. Agora que a Tatiana está cá... - a minha mãe diz como um sussurro.
- Mais uma razão! Ela tem de saber, custe o que custar! E eu estou do teu lado. - o meu pai, sempre atencioso tenta acalmar a minha progenitora.
- COMO ACHAS QUE É FÁCIL DIZER À TERESA QUE ELA É FRUTO DE UMA VIOLAÇÃO! E NÃO TUA FILHA NA REALIDADE! - a minha mãe eleva a voz. Mas o que é que eu acabei de ouvir? Eu não... eu não posso ser... NÃO! Não! Não! Desço as escadas já inundada em lágrimas.
- É verdade? - murmuro desabando em lágrimas.
- Desculpa filha... - a minha mãe chora e agarra-se ao meu pai.
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Waw! Que cena! Bem, DUBLE UPDATE!LY4EVER ♥.
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Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)
Fanfiction"Ás vezes quando tudo parece dar errado, acontecem coisas boas na nossa vida que não teriam acontecido se tudo tivesse dado certo" Uma estudante universitária (Teresa) conhece um rapaz (Miguel Cristovinho). Vinda do Porto para Lisboa estudar gestão...