Capítulo 62

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- Desculpa  filha... -  ela soluça. - Não  queria que o soubesses desta maneira.

Puxo lentamente uma cadeira e sento-me apoiando os cotovelos na mesa e e enterrando os dedos no meu cabelo. E agora? Quem é o meu pai? Um sentimento desconhecido atinge-me como uma onda forte. A minha mãe foi violada e eu sou fruto dessa violação. Sinto-me nojenta, mas não culpo a minha mãe por ter sofrido. Culpo-a por me ter escondido isso durante a porra de dezoito anos. Lágrimas escorrem cara abaixo e os únicos sons audíveis na cozinha são os soluços da minha mãe, os meus e os suspiros do meu pai. Apesar de tudo ele é o meu verdadeiro pai. Não de sangue, mas foi ele que me criou durante todos estes anos.

- Teresa... - o meu pai sussurra e olho para ele. Suspiro e levanto-me agarrando a minha mãe puxando-a para um abraço. Rapidamente o meu pai se junta a nós. E sim, esta é a minha família!

- Amanhã quero explicações... - murmuro ao seu ouvido. - Agora vou-me deitar. - beijo a testa da minha mãe e ele concorda beijando-me em seguida. Subo as escadas e encontro a Tatiana e a Leonor numa luta de almofadas em cima da minha cama. O Coi e o Kasha foram dormir no quatro de hóspedes.

- Hey Teresa! Anda cá!  - a Leonor guinchava enquanto se sentava nas costas da Tatiana.

- Oh vá lá não sejas uma mosca morta e ajuda-me a sair daqui! - a Tatiana ria-se. Eu não respondi e sentei-me no cadeirão do quarto a pensar no que se tinha passado la em baixo. Ambas pararam e sentaram-se à minha frente.

- O que se passa? - a Leonor falou.

- Está tudo bem? - a voz da Tatiana fez-se ouvir. E não consegui aguentar novamente as lágrimas escorreram cara abaixo.

- Fala! Foi o Cristo? Foi o Coi? Foi o Kasha? Fui eu? Foi a Tatiana? Foi...- interrompi as suaa perguntas levantando a mão.

- Não. Foram os meus pais.- os olhos delas abriram tanto que eu pensei que se iam rasgar.

- Conta amiga... - Leonor pede e acaricia o meu cabelo.

***

Adormeci a chorar entre as minhas duas amigas. Contei tudo, o que sabia, porque vou descobrir tudo hoje. Sem mais nem menos.

Já tomamos o pequeno-almoço, a Leonor, o Kasha, a Tati e o Coimbra foram dar um passeio e eu estou sentada no sofá à espera da minha mãe na tentativa de ter uma conversa com a minha mãe sobre a noite passada. O seu corpo senta-se ao meu lado e desligo a televisão para lhe dar toda a atenção. Ela suspira e começa.

- Então... tudo começou quando eu tinha vinte anos e como sabes namorava para o teu pai. Uma noite saí do meu trabalho e já era tarde quando alguém me agarra o braço e sou lavada repentinamente para um beco, escuro e sujo. - as mãos da minha progenitora tremiam. - Senti o fecho das minhas calças a ser aberto. Foi horrível. Quando consegui voltar a casa, com muito esforço o teu pai ficou chocado. E não quis ir logo ao hospital. Fiquei nojenta e não queria ver ninguém. No final da semana o teu pai levou-me ao hospital e diagnosticaram uma gravidez. Apesar de tudo, eu não abortei. Seria incapaz de o fazer. - ela soluçava. - Passado nove meses, estava eu, deitada numa maca dentro de uma ambulância pronta para dar à luz. O mais engraçado foi terem quw para a ambulância no meio da autoestrada para fazerem o parto. Mas não nasceram não uma, mas duas lindas meninas...

Espera... DUAS!?

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Olá meus amores, desculpem a demora, mas os testes...

Vem mais aí...

LY♥

Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora