- Desculpa filha... - ela soluça. - Não queria que o soubesses desta maneira.
Puxo lentamente uma cadeira e sento-me apoiando os cotovelos na mesa e e enterrando os dedos no meu cabelo. E agora? Quem é o meu pai? Um sentimento desconhecido atinge-me como uma onda forte. A minha mãe foi violada e eu sou fruto dessa violação. Sinto-me nojenta, mas não culpo a minha mãe por ter sofrido. Culpo-a por me ter escondido isso durante a porra de dezoito anos. Lágrimas escorrem cara abaixo e os únicos sons audíveis na cozinha são os soluços da minha mãe, os meus e os suspiros do meu pai. Apesar de tudo ele é o meu verdadeiro pai. Não de sangue, mas foi ele que me criou durante todos estes anos.
- Teresa... - o meu pai sussurra e olho para ele. Suspiro e levanto-me agarrando a minha mãe puxando-a para um abraço. Rapidamente o meu pai se junta a nós. E sim, esta é a minha família!
- Amanhã quero explicações... - murmuro ao seu ouvido. - Agora vou-me deitar. - beijo a testa da minha mãe e ele concorda beijando-me em seguida. Subo as escadas e encontro a Tatiana e a Leonor numa luta de almofadas em cima da minha cama. O Coi e o Kasha foram dormir no quatro de hóspedes.
- Hey Teresa! Anda cá! - a Leonor guinchava enquanto se sentava nas costas da Tatiana.
- Oh vá lá não sejas uma mosca morta e ajuda-me a sair daqui! - a Tatiana ria-se. Eu não respondi e sentei-me no cadeirão do quarto a pensar no que se tinha passado la em baixo. Ambas pararam e sentaram-se à minha frente.
- O que se passa? - a Leonor falou.
- Está tudo bem? - a voz da Tatiana fez-se ouvir. E não consegui aguentar novamente as lágrimas escorreram cara abaixo.
- Fala! Foi o Cristo? Foi o Coi? Foi o Kasha? Fui eu? Foi a Tatiana? Foi...- interrompi as suaa perguntas levantando a mão.
- Não. Foram os meus pais.- os olhos delas abriram tanto que eu pensei que se iam rasgar.
- Conta amiga... - Leonor pede e acaricia o meu cabelo.
***
Adormeci a chorar entre as minhas duas amigas. Contei tudo, o que sabia, porque vou descobrir tudo hoje. Sem mais nem menos.
Já tomamos o pequeno-almoço, a Leonor, o Kasha, a Tati e o Coimbra foram dar um passeio e eu estou sentada no sofá à espera da minha mãe na tentativa de ter uma conversa com a minha mãe sobre a noite passada. O seu corpo senta-se ao meu lado e desligo a televisão para lhe dar toda a atenção. Ela suspira e começa.
- Então... tudo começou quando eu tinha vinte anos e como sabes namorava para o teu pai. Uma noite saí do meu trabalho e já era tarde quando alguém me agarra o braço e sou lavada repentinamente para um beco, escuro e sujo. - as mãos da minha progenitora tremiam. - Senti o fecho das minhas calças a ser aberto. Foi horrível. Quando consegui voltar a casa, com muito esforço o teu pai ficou chocado. E não quis ir logo ao hospital. Fiquei nojenta e não queria ver ninguém. No final da semana o teu pai levou-me ao hospital e diagnosticaram uma gravidez. Apesar de tudo, eu não abortei. Seria incapaz de o fazer. - ela soluçava. - Passado nove meses, estava eu, deitada numa maca dentro de uma ambulância pronta para dar à luz. O mais engraçado foi terem quw para a ambulância no meio da autoestrada para fazerem o parto. Mas não nasceram não uma, mas duas lindas meninas...
Espera... DUAS!?
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Olá meus amores, desculpem a demora, mas os testes...
Vem mais aí...
LY♥
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Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)
Fanfiction"Ás vezes quando tudo parece dar errado, acontecem coisas boas na nossa vida que não teriam acontecido se tudo tivesse dado certo" Uma estudante universitária (Teresa) conhece um rapaz (Miguel Cristovinho). Vinda do Porto para Lisboa estudar gestão...