Capítulo 60

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Os nossos olhares não se desprendem um do outro e ele dá passos lentos como a provocar. Os seus lábios entre abertos, o seu olhar tentador, a sua face bem cuidada, porém com um pouco de olheiras. Sem dar por nada o seu corpo está colado ao meu e a sua respiração quente bate-me no nariz devido à diferença de alturas. Os seus lábios tocam nos meus ao de leve e... AI MEU DEUS!

- Não. - apenas digo e afasto-me.

- Qual é o teu problema? - ele está irritado. - São melhores os lábios do outro? - Autch.

- Olha Miguel, eu não sei o que tens na cabeça mas eu era incapaz, e repito, i-n-c-a-p-a-z de te trair. Merda. - digo frustrada. - De onde foste desencantar isso? Parece que não me conheces! Miguel nós namoramos muito tempo, devias conhecer-me melhor! Aquele dia em que estive em tua casa e tu me disseste aquelas palavras frias foi como se o mundo desmoronasse à minha volta, eu tinha perdido uma parte de mim. E após cinco meses, cinco meses Miguel, tu aceitas jantar em minha casa? Mas o que é que tu queres? Já te disse a verdade, tu é que não a queres ouvir, a Leonor, o Kasha, o Coi e a Tatiana foram os meus únicos pilares para eu não ir ao fundo, mesmo aquele fundo que a tua única solução é a mais terrível de todas. Eu senti-me assim, sem metade do meu coração que é ocupada pelo teu sorriso, pela maneira que és, pelo teu olhar, pelas tuas gargalhas, até mesmo pelas nossas discussões. Podes pensar que não, mas o meu coração é um livro de recordações. Bons e maus momentos estão aqui. - coloco a mão no meu peito. - Todas as pessoas que passaram, passam e vão passar, têm um lugarzinho para elas aqui dentro. Mas tu, tu não foste só um lugar, não foste só uma cadeira na enorme plateia, tu foste o palco. O centro. O meu equilíbrio. Foste aquele que deu pela primeira vez, o toque no botão chamado "amor" e não estou a falar de amor familiar, mas aquele amor que sentes por uma pessoa que é tudo para ti. Sim, foste tu e sempre serás, o meu primeiro pequeno grande amor. Foste, és e serás sempre o dono do meu coração. Se me magoaste quando disseste a temível palavra "acabou"? Magoaste. Mas aqui estou eu cinco meses depois. Primeiro ano de gestão completo, familia completa, amigos completo, e o meu coração? Sente que uma parte morreu. Sente que uma parte dele se foi. E foi, mas foi contigo. - suspiro e limpo as lágrimas. - Eu não tenho mais nada a dizer. Também mesmo que não quisesses ouvir a minha palestra, eras obrigado, porque a porta está trancada.

O seu olhar está preso em mim e sinto as minhas bochechas a arderem, apesar de tudo o efeito que ele ainda causa em mim está bem visível. Desvio o olhar para a mesa repleta de comida.

- V-vamos jantar. - ele gagueja. A sério que ele não vai dizer nada após aquele discurso todo? Mas a sério? O que é que queres? Parecias um papagaio a falar. Mas um papagaio poeta.

Sento-me à sua frente enquanto vejo o aspeto fabuloso da lasanha.

- Bem, eu... - ele levanta-se. - Eu não sei o que dizer depois de tudo o que falaste. Foi, eu não sei... especial? - lasanha linda, espera cinco minutos a mamã já vem. Levanto-me ficando à sua frente.

- Não precisas dizer nada. Eu só deitei para fora o que tinha entalado à mui... - uma textura suave toca nos meus lábios e apercebo-me que me está a beijar ao qual tu respondeste. Já tinha saudades deste sabor a menta que ele carrega. Uma corrente elétrica a muito desaparecida voltou e com mais intensidade.

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Olá minhas princesas! Bem, eu morri com esta declaração mas eu estava inspirada (comer chocolate dá nisto ahaha).

Mt obg, já chegamos aos 100 comentários, eu AMO-VOS!

LY FOREVER ♥

Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora