Capítulo 8

281 20 0
                                    

Tinha tantas saudades dele. Eu preciso dele aqui.

"Eu conheci-os a todos quando estive aqui a tirar o curso." O Pedro explica.

"Queres alguma coisa?"

"Não, obrigado."

Até chegarmos ao apartamento, estivemos a tirar batatas fritas uns dos outros e conhecer as novidades de todos. O "Cristo" não parecia estar muito interessado na conversa, mas que coisa. Só o vi duas vezes e ele parece não me largar de vista.

O apartamento está gelado. O Miguel, o Miguel Cristo e o Kasha deixaram-nos em casa. O Pedro subiu connosco, para cima. Nem posso querer que ele está aqui, amanhã tenho aulas e não posso querer que já é tão tarde.

Fecho os olhos e o sono toma conta de mim. No meu sonho começo por encontrar um ser de cabelos compridos claros, alto e olhos castanhos. Perfeito.

POV Cristovinho

Assim que me deito na cama, não consigo para de pensar nos olhos verdes e cabelos loiros dela. Tento tirar estes pensamentos da cabeça, mas não consigo. Já são duas da manhã e ainda não me conformei que ela namora com o Pedro e que ele ainda por cima está no apartamento dela. Mas o quê eu estou com ciúmes? Não. É preocupação apenas.

O sono não chega de maneira nenhuma e amanhã tenho a merda das aulas de gestão. Fui a este jantar para absolutamente fazer nada a não ser encontrar aqueles olhos verdes de novo.

...

O som do meu despertador ecoa pelo meu quarto e dou por mim completamente atravessado na cama com os lençóis brancos enroscados nas minhas pernas, com a minha cabeça na ponta do colchão e a minha mão estendida ao logo do chão frio. A luz clara a invadir o meu quarto encontra-se com os meus olhos.

Preguiçoso! Anda lá Cristo! A pé! Parecendo uma múmia por completo a rondar a minha casa, visto uns calções de ganga e uma t-shirt preta. O lugar das botas nos meus pés é ocupado rapidamente pelos meus ténis brancos. Escovo os dentes, arranjo o meu cabelo e vou tomar o pequeno almoço. É o que dá morar sozinho, a esta hora já tinha o pequeno almoço à minha espera em cima do balcão, mas não. Panquecas é a minha primeira opção, mas dá demasiado trabalho, opto por uma sandes e uma maçã.

POV Teresa

O barulho irritante do meu telemóvel pelas sete da manhã enerva profundamente, mas ele já está partido que chege então decido não o atirar para o chão a alta velocidade. Os gemidos de sono da Leonor são perfeitamente audíveis e não a quero acordar. Desço da beliche sem fazer barulho e vou tomar um duche. Deixo o meu cabelo ter tempo o suficiente para secar ao natural e um vestido preto assume as curvas do meu corpo nu. Os saltos que a Leonor me deu são incríveis e decido calçar. Um toque suave de eyeliner e rímel ficam perfeitos e ajudam com a minha cara de ensonada.

Abro a porta do corredor para a sala e encontro o Pedro com os seus lábios um pouco abertos. Deposito um beijo leve na sua bochecha e pego na minha mala. Como pequeno almoço, uma simples maçã é o ideal.

Com o caminho percorrido até à faculdade, passo pelo café e compro um bolo para não desmaiar a meio da aula de gestão. As cadeiras da frente estão vazias, e por isso decido sentar-me na segunda fila ao lado de uma rapariga morena. Tiro o meu caderno de apontamentos e o meu porta-lápis. O professor de gestão entra na sala, bem disposto como sempre e começa por dizer os bons dias enquanto outros alunos chegam e ocupam lugares.

Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora