Capítulo 17

273 19 2
                                    

Dediquei estes dois dias ao meu melhor amigo, que acabou por levar com os meus problemas em cima. Mas como ele é, animou-me ao máximo. Fomos jantar fora, e ao cinema foi o melhor fim-de-semana desde que aqui cheguei, mas também foi o que mais rápido passou. A sua companhia faz esquecer os problemas, mas quando a distração se vai... não há quem pare os problemas de voltarem,  e com mais força. O Pedro insistiu para que eu fala-se novamente com a minha mãe,  eu acabei por aceitar, no entanto, fui rude demais com ela. Assim o fiz, quando ele foi embora, marquei o número da minha mãe e tentei ter uma conversa calma com ela, uma conversa civilizada. À medida que ela ia falando eu sentia-me cada vez culpada de ter falado daquela maneira com ela.

O Miguel não se deu ao trabalho de me ligar, nem mandar mensagem, mas não sou eu que o vou fazer primeiro. Estou sentada na minha cama, com o computador no colo a melhorar o meu trabalho de gestão, os meus fones levam música aos meus ouvidos o que me faz de uma certa forma acalmar.

POV Cristovinho

Mais um fim-de-semana sem nada para fazer. Por acaso, até estive ocupado a pensar numa certa rapariga, nada de mais, apenas nos seus olhos verdes, cabelo loiro, lábios suaves e a pensar nisso acabei por escrever a letra de uma música que comecei assim que ela se cruzou comigo. Chama-se "Ás vezes" e retrata-nos por completo, quando não sei o que ela quer, ou quando não sei o que faço. Vejam só o que ela me faz: põe-me a pensar no seu corpo, põe-me a escrever letras a pensar em nós, agora por falar em nós. Temos alguma coisa? Ela nunca mais disse nada desde que a beijei.

São cinco da tarde de domingo e resisti a não lhe mandar mensagem ou ligar para ouvir a sua voz, pois sei que ela estava com o Pedro. Mas agora ela não está, pois não? Ou seja, "the champion" vai entrar em ação. Sr. Miguel Cristovinho, toca a ligar para um restaurante e marcar um jantar para dois. Ela não me pode fazer a desfeita de não ir, não... ela vai, quando lhe disser que já está tudo marcado. Marco o número de um restaurante chique, e reservo mesa.

Sigo para a casa de banho, e ligo a água quente, o mais quente possível. Dispo a minha roupa e entro na banheira.

"Au! Foda-se! Tão quente não!" Reclamo com a água, como se ela me pudesse ouvir. Esfrego o meu corpo e o meu cabelo, saio da água e embrulho uma toalha na cintura. Vou para o quarto e os nervos apuderam-se da minha mente assim que imagens dela a recusar o meu convite aparecem. Não Miguel! Ela não vai recusar! O meu lado positivo está a fazer uma dança de claque para me dar força. Umas calças pretas são atiradas para cima da cama e estou indeciso entre uma t-shirt ou uma camisa branca. O meu subconsciente lembra-me que ela irá gostar da camisa então visto-a desaperto os botões de cima deixando um pouco do meu peito à mostra. Seco o meu cabelo, que já não corto à algum tempo, passo apenas a minha mão por ele puxando-o para trás. Desta vez deixo as botas em casa e calço umas sapatilhas Nike Air completamente brancas fazem contraste com a camisa. Nunca me preparei tanto para um encontro como hoje. É dos nervos, só pode. Ligo o carro e o meu rádio, informa que já são seis horas.

Ás Vezes - D.A.M.A (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora