Capítulo 1

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Colar da Nyxie

(...)

Sem ânimo me levanto, sem ânimo me arrasto, tenho a leve sensação de que hoje não será um bom dia, talvez seja por amanhã, a reunião de pais, sempre me olham estranha quando eu chego na reunião de pais sozinha.
Como ninguém me adotou eu pedi de joelhos pra diretora do orfanato me ajudar a emancipar, acho que ela não ia muito com a minha cara, o que facilitou o processo.
Eu sou australiana, vim pra New York há dois anos, trabalhando em uma cafeteria para sobreviver, estudando na escola pública mais perto e morando em uma casa minúscula alugada. Não era uma vida luxuosa, mas era a que me servia naquele momento.
Após tomar um banho rápido, me troco e me apresso, pois não quero me atrasar. No caminho da escola, passo no meu trabalho e pego meu almoço, o comendo no café da manhã.
Sempre vi coisas estranhas, fadas, gnomos, posso jurar até ter visto um centauro, nunca entendi porquê apenas eu via aquelas coisas.
Ao chegar na escola, rapidamente pego meus livros no armário e sigo para a aula de história que iniciaria a manhã tediosa.
E lá estava ela, Griselda, com seus cabelos de cobre ressecado e seus olhos cor de mel, que sempre pareciam que iam me engolir, por um motivo desconhecido Griselda me odiava, e eu nunca fiz bagunça em sua aula.
A aula inteira ela ficou me encarando, o que me deixou extremamente incomodada, apenas tentei não ligar e me concentrar na lição.

-Senhorita Hertmann, por favor, dirigir-se para a diretoria.-Diz, a voz estridente, da secretaria do diretor, na caixinha conectada a câmera.

Suspiro imaginando mil e um motivos para ser chamada na sala do diretor, arrumo minha coisas, pedindo licença para a professora, que me olhou letalmente e seguindo caminho para a sala do diretor.
Ao chegar, bato duas vezes na porta e escuro sua voz dizer "entre e feche a porta."
Faço o que ele me pediu, quando entro vejo duas garotas sentadas, elas não parecem ter mais do que dezenove anos.

-Essas são Amy e Rose, são funcionárias de um acampamento de jovens super inteligentes.-Diz, sorrindo. Não entendo o que eu tenho haver com isso, arqueo uma sobrancelha o esperando continuar.-Estão interessadas em você.

-Por quê?-Digo, olhando para elas.

-Seus conhecimentos em história são realmente impressionantes para uma pessoa da sua idade, você se destaca no grego avançado, e essas são qualidades que prezamos.-Diz, a de cabelos roxos.

-Você tem mais do que potencial para estar no nosso acampamento.-Diz, a de cabelos loiros.

-Não tenho como pagar.-Digo.

-Fornecemos cama, comida, fora atividades físicas e extra curriculares, como grego, luta Greco-Romana, aulas sobre mitologia grega e muito outras coisas.-Diz, a loira.

-Eu não estou interessada, com licença.-Digo, me retirando.

Não posso me dar ao luxo de ir pra esse acampamento e não ir trabalhar, quando sair de lá, não vou ter casa e nem emprego.

-As coisas estranhas que vê, eu posso te explicar o motivo.-Diz, a garota de cabelos roxos.

-Eu não quero saber.-Digo, andando mais rápido.

-Eu posso ver nos seus olhos que sim.-Ela sorri.-Não quer conhecer seus pais?

-Meus pais!?-Digo, eufórica.

-E se eu te disser que eu pode te apresentar eles?-Ela diz, tentadoramente.

-Eu vou, eu só preciso ir em casa e arrumar minhas coisas.-Eu digo rápida.

-Noa levamos você.-Diz, a outra garota, surgindo do nada.

Eu sei que pode parecer loucura, mas essas garotas me transmitem confiança, talvez daqui há algumas horas eu esteja em um vala morta, mas eu não tenho nada a perder, a não ser a vida, que também não me importa muito.

(...)

Estamos há algumas horas em um carro, indo pro acampamento, pego meu celular pra ver se encontro sinal, a garota ao meu lado simplesmente joga ele longe, o que me faz ficar muito brava.

-Qual o seu problema?! Sabe o quanto eu demorei pra comprar um??-Digo, agressivamente.

-Ei, ei, calma ai, querida. Eu estou apenas salvando sua vida, tecnologia atrai seres mitológicos, aqueles que você vê, só que pense nos maiores, gigantes, ogros, goblins são de estatura mediana, mas são muito ágeis na luta.-Diz, respiro fundo e encosto minha cabeça na parede.

(...)

Quando chegamos, sem ataques de monstros, que para Amy era algo novo, fomos até uma casa, que tinha um centauro! Eu vi um centauro de perto e por mais que dez segundos, isso é maravilhoso.

-Tem razão, Annabeth, eles são bem parecidos, mas é necessário a confirmação dos deuses.-Diz, o Centauro, que se chama Quiron.-Leve- a para o chalé se Hermes.

Saímos de lá, e eu estava muito confusa, chalé de Hermes? Eles realmente exageram no negócio grego.

-Você deve estar confusa. A propósito me chamo Annabeth e essa é a Maia.-Diz, a de cabelos loiros, a outra garota acena pra mim.-Somos filhas de deuses gregos, todos aqui são.

-Aham, e eu sou o avatar.-Digo, ironicamente.

-Eu sou filha de Hécate, deusa da magia, senhora das bruxas.-Diz, ele estende a mão e uma chave aparece.-Esse é o símbolo de Hécate.-Ela estende a outra mão, e uma pedra aparece.-Esse é o símbolo de Nicolau, meu pai.-Ela pega a mão da garota e uma coruja aparece na mão dela.-Filha de Atena, deusa da sabedoria.

-Uau.-É apenas o que consigo dizer.-Pode fazer isso comigo?

-Eu consigo, mas eu não posso, os deuses precisam te dizer, eu não posso interferir, e você vai gostar de saber quem são seus pais, mas eu posso te dizer que ambos são deuses.

(...)

Semideusa: A Filha de Poseidon e AnfitriteOnde histórias criam vida. Descubra agora