Capítulo 17

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(...)

    Chegamos ao hospital depois de ter andado um pouco. Annabeth tenta falar com as moças da recepção pra saber se a Maia foi encaminhada aqui, me sento em uma cadeira a fim de respirar, estava muito preocupada com o estado da Maia, saber que ela está gravida só aumenta as minhas preocupações. Fecho os olhos fortemente, suspiro, quando os abro vejo o Nico passando rapidamente por um corredor.

–Nico!–Grito. Os outros o veem e corremos até ele.

–Oi.–Ele diz abatido, sua voz estava baixa e ele me olhava com pesar. 

–O que houve? Como ela está?–Digo e ele fecha os olhos com força e engole em seco. 

–Ela teve uma concussão, o sangue foi da cabeça, as costas estão machucadas, é como se ela tivesse sido jogada pra longe. Ela está fazendo uns exames, mas está desacordada, eu espero que ela fique bem.–Ele diz respirando fundo.

    O Percy senta ao lado dele e o abraça, Nico expressa surpresa, mas o abraça de volta.
    Suspiro e me sento ao lado do Connor, ele pega a minha mão e a beija, sorrio tristemente, Annabeth anda nervosamente de um lado pro outro, mordo o lábio aflita...

(...)

    Quatro horas se passaram, ela fez todos os exames e estava acamada no quarto.
    Estávamos sentados esperando o médico nós dizer como ela estava.

–Bom ela teve um concussão, quando ela acordar pode ter dor de cabeça, confusão mental, falta de coordenação, perda de memória, náuseas, vômitos, tonturas, zumbido nos ouvidos, sonolência e fadiga excessiva. Nenhum órgão foi danificado com a queda, e o machucado na cabeça não foi profundo, mas ela perdeu um pouco de sangue, já as crianças, milagrosamente, estão bem.–O doutor diz com seu sotaque francês.

–C-crianças?–Nico pergunta gaguejando.

–Sim... Ela está grávida de dois meses.–Ele diz olhando na prancheta.–Eu volto assim que ela acordar pra fazer os exames. O horário de visita acaba as 19:00, só um poderá ficar dentro do quarto.–Ele diz e saí.

–Ela está... Grávida.–Nico diz surpreendido. Ele se levanta e toca no rosto dela com uma cara triste.–Por que você não me disse?... Espero que você acorde logo.

–Temos vinte minutos do horário de visita, você não quer ir no hotel e buscar algumas coisas pra passar a noite? Nós esperamos aqui.–Digo.

–Eu vou rápido.–Ele diz suspirando pesadamente. Em questão de segundos ele some, não acho muito prudente ele usar viajem das sombras, ele está mal e abatido, espero que todos fiquem bem. 

–Ela sempre se mete em problemas, é incrível.–Anne diz meio brava, mas a preocupação é obvio em sua voz. 

–Estou muito curiosa sobre o que aconteceu, será que alguém tentou machucar ela?–Questiono.

–Só tem uma pessoa no mundo que não mediria esforços pra machucar a Maia.–Percy diz, Annabeth concorda não verbalmente.

–Aquela mulher mesquinha e sem escrúpulos, quando eu a encontrar ela vai lastimar o dia de ter se quer pensado em fazer mal pra Maia.–Annabeth diz duramente, normalmente já fico meio apreensiva pelo seu jeito de ser, agora falando dessa maneira tão dura, me deixa meio amedrontada.

  Alguns minutos se passaram desde a partida rápida de Nico e o súbito ataque de raiva de Anne, e nada da Maia acordar ou mexer um músculo, estamos aflitos e preocupados, eu temo que a Maia tenha enfrentado uma força muito maior do que ela podia, o que me deixa mais preocupada, é que a Maia é um dos seres mais poderosos que conheço, a pessoa que a deixou assim só pode ter uma força igual ou pior, maior, do que a dela.

–Nada?–Questiona Nico de repente me dando um leve susto, nem havia me dado conta de seu retorno.

–Nada...–Responde Percy tristemente. Suspiro pesadamente, o relógio marcava 18:54, ou seja, em breve deveríamos sair daqui. Eu sentia que deveria ficar aqui, sentia que algo iria acontecer.

–Já já temos que ir, Nico, eu sinto que algo ruim vai acontecer, por favor, não tire os olhos dela.–Peço.

–Vou protege-lá com se fosse a minha vida, o que de fato ela é.–Ele diz. Sorrio minimamente com a demonstração de afeto.

   Caminho lentamente pelos corredores vendo as pessoas com suas expressões tristes, algumas macas passando rapidamente e umas enfermeiras passando com suas pranchetas.
    Após sairmos do hospital e finalmente chegarmos no hotel, noto o forte clima melancólico que exalava de nós, eu não entendo porque tantas coisas ruins acontecem conosco, é incrível o fato de sermos filhos de Deuses gregos, mas viver se torna uma tarefa duplamente difícil, somos sempre atacados, vivemos constantemente machucados, as vezes eu só queria voltar a ter uma vida meramente normal.
  Mas sou eternamente agradecida por ter essas pessoas ao meu lado, de ter um irmão, bons amigos e um quase namorado.

–Pra você.–Connor diz me entregando um refrigerante.

–Obrigada...–Digo.

–Tem uma máquina no corredor que dá coisas ótimas.–Ele diz calmamente.

–Eu tenho quase certeza que ela não dá, ela vende.–Digo. Ele dá um sorrindo e pega uma barra de cereal.

–Vocês precisam ver isso.–Annabeth diz seriamente. Vou até ela.

–O que é aquilo?–Percy questiona assustado.

  O céu estava negro e estava ventando muito, olho confusa pra Anne.

–Acho que são ets.–Percy diz. Annabeth o olha com uma expressão engraçada.

–O céu não, a mulher, no quarto!–Anne diz. Olho pra janela do hotel na nossa frente, havia uma mulher flutuando em cima de um berço, ela tinha roupas brancas e sujas, com um rosto assustador.

–É uma banshee?–Questiono impressionada.

(...)

Semideusa: A Filha de Poseidon e AnfitriteOnde histórias criam vida. Descubra agora