Capítulo 19

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(...)

  Sabe o momento onde você se vê entre a cruz e a espada? Então, era dessa forma que estávamos, após a Maia acordar do hospital, de termos total certeza de que ela e seus filhos estavam bem, fomos armar um plano, mais um, pra ajudarmos o casal e seu filho e acharmos o tesseract, ambos os objetivos eram extremamente difíceis e ambos colocavam em risco as nossas vidas. O motivo da Maia ter sido gravemente ferida não era apenas um, quando foi até a sua antiga casa, sozinha, tentar procurar pistas de onde o tesseract poderia estar, acabou se deparando com barreiras mágicas que jogavam ela longe toda vez que ela encostava, a confusão que ela expressou ao nos contar o que aconteceu foi imensa, pois não entendia o fato dela não conseguir passar pelos seus próprios feitiços, infelizmente a memória dela era confusa, havia certos fragmentos que ela não se lembrava ou que estavam desconexos em sua mente, sendo difícil de encontrar um contexto, o outro motivo foi a banshee, pra ela que está compartilhando a sua energia com duas outras almas, tentar fazer feitiços tão elaborados e consumidores de energia era muito perigoso, mas estávamos aqui pra ajudá-lá.
    Annabeth passou horas pesquisando opções menos agressivas e igualmente eficientes para expulsarmos a banshee de vez, Maia começou a anotar tudo o que ela achava importante pra recuperar o objeto, nos separamos em dois grupos, a fim de concluir rapidamente nossos objetivos.
  Eu sentia que as coisas não iriam acabar bem, poderia ser meu lado pessimista assumindo meus pensamentos e me tornando ansiosa, ou eu poderia estar realmente certa, eu não fazia a mínima ideia, mas era certo de que estava muito preocupada.

–Tá tudo bem?–Connor diz pegando na minha mão, dou um sorriso fraco.

–Está sim, só estou um pouco cansada.–Digo, ele me olha preocupado.

–Em breve vamos voltar pra casa e você vai poder descansar bastante.–Ele diz.

–Eu espero que sim.–Digo suspirando.

–Consegue fazer isso?–Annabeth pergunta mostrando um livro pra Maia.

–Parece simples, mas não sei se temos um objeto forte o suficiente pra prender uma banshee.–Maia responde.

–E se colocarmos ela em uma ônix?–Questiono.

–Por que uma ônix?–Connor questiona.

–É um cristal que tem uma capacidade de absorver grandes quantidades de energias negativas, tenho quase certeza que funcionaria com ela.–Digo, Annabeth faz uma cara pensativa e Maia me olha duvidosa.

–Pode dar certo!–Maia exclama batendo as mãos.–Mas precisamos de uma bem grande e seria melhor se ela não estivesse lapidada.

–Onde vamos achar isso?–Questiono.

–Deixa comigo.–Connor diz sorrindo de lado.

–Vamos ajudar os outros a...–Começo a dizer.

–Ainda não, precisamos de um plano B e C.–Ela diz e eu suspiro pesadamente.–Devemos ser sempre precavidas, Nyx.

–Tudo bem, você tem razão.–Eu digo.

–Vou ir encontrar sua pedra, querem mais alguma coisa?–Connor diz colocando os óculos escuros.

–Não, se precisarmos de algo nos viramos.–Maia responde se ajeitando na cadeira.

–Podemos tentar o espelho também.–Annabeth propõe. Connor bate a porta.

–Como assim um espelho?–Questiono confusa.

–Acredita-se, e eu posso confirmar a veracidade, que quando alguém morre, uma alma pode ficar presa nos espelhos do local, por isso os espelhos devem ser cobertos, podemos usar o espelho como uma espécie de sugador de almas, no caso, sugador de banshee, é um feitiço muito simples, a probabilidade de funcionar é imensa.–Maia diz.

–Isso é ótimo!–Exclamo aliviada.

–Porém, pra um ser tão poderoso, precisamos de um espelho grande e antigo, quanto mais antigo melhor.–Annabeth diz e Maia me olha.

–O que foi?–Questiono.

–Em Versalhes, tem a galeria dos espelhos...–Ela começa a dizer, mas Annabeth a corta.

–Isso é dentro do palácio, quer roubar um palácio?–Anne questiona. Maia ri.

–Temos um filho de Hermes, podemos roubar qualquer coisa.–Ela diz, a olho abismada.

–Você tem quase razão, mas é um palácio, Maia, um palácio, com diversos seguranças.–Digo.

–O Connor tem uma habilidade muito grande de manipulação, aposto que ele consegue roubar algum espelho de lá...–Ela diz pensativa, faço uma cara de desaprovação.–Podemos ir em um bazar, mas duvido que vamos encontrar um espelho tão antigo quanto em Versalhes.

–Prefiro não arriscar minha liberdade.–Digo, Maia dá os ombros.

–Eu vou a um bazar.–Annabeth diz e Maia revira os olhos.

–Queria fazer algo mais emocionante.–Digo.

–Mulher pelo amor dos Deuses você acabou de sair do hospital depois de ser jogado vários metros de distância por uma barreira mágica, não tá bom de emoção não?–Digo e Maia começa a dar risada.

–Você precisa pensar na saúde dos seus filhos.–Anne diz, concordo inverbalmente.

–Deuses, como vou criar duas crianças?–Ela questiona suspirando pesadamente.

–Você tem o Nico, e tem nós, vai tudo dar certo, não se preocupe.–Anne diz e Maia me olha.

–Vocês me imaginam tendo crianças? Ainda mais duas crianças? Pelos deuses, isso é insanidade, por que eles não escolheram outra?–Maia diz e olha pra sua barriga.–Tadinha dessas crianças, eu vou ser uma mãe terrível.

–Eu discordo, Maia, você pode ser meio avoada e um pouquinho impulsiva, mas você é gentil e bondosa.–Digo, ela me olha e sorri.

–Meu maior medo, é trazer duas almas inocentes nesse mundo cruel e elas sofrerem, por isso sempre fui contra a ter filhos, fora a responsabilidade de criar um ser humano, que nesse caso se torna pior, pois será um ser humano com poderes, também tem a parte onde eles podem se virar contra seus pais. Sinceramente, não estou nada preparada.–Ela diz e fecha os olhos com força.

–Maia, calma.–Digo.

–Nyxie, imagina como é estar responsável por duas vidas? Elas vão depender de nós pra tudo...–Maia diz e respira fundo, olho pra porta do quarto e Nico está ali, a observando.

    Ele anda até ela e toca nos seus ombros.

–Eu aposto que você será uma mãe maravilhosa, e você não vai estar sozinha.–Ele diz e ela sorri minimamente ao mesmo tempo que uma lágrima solitária escorre pela bochecha direita.

–Eu amo você.–Ela diz e ele sorri, não a responde, mas acho que ela sabe que ele a ama também.–Mas enfim, conseguiram?

–Com o que você nos disse, conseguimos ir até sua casa, não entramos, mas outra coisa encontrou.–Percy diz e Nico sorri orgulhoso.–Aqui tem um mapa, está meio apagado, mas consegui indentificar algumas coisas–Ele diz e coloca o papel antigo em cima da mesa. Maia levanta e o toca, seus olhos ficam em um tom de roxo vívido.

–Parece que minhas habilidades artísticas não evoluíram de acordo com o tempo.–Ela diz e eu observo melhor os rabiscos do mapa dela.–Me impressionam você ter conseguido indentificar alguma coisa. A propósito como conseguiram passar da barreira?

–Não passamos, o esqueleto passou.–Nico disse.

–Muito inteligente, o feitiço só barrava pessoas vivas, agora eu sei porque eu não consegui passar, eu não queria que eu passasse, eu escondi de mim mesma e depois eu apaguei minhas memórias.–Maia diz enquanto toca o pergaminho.–Muitas coisas possuem energia, e a partir delas eu consigo ver sua história.

–Então você sabe onde está o tesseract?–Questiono olhando suas mãos no mapa, seus olhos ainda estão roxos.

–É claro que sei.

(...)

Semideusa: A Filha de Poseidon e AnfitriteOnde histórias criam vida. Descubra agora