Semideusa: A Filha de Poseidon e Anfitrite

Capítulo 14

(...)

 Estávamos em um silêncio agradável, o tempo estava bom, parecia que nada poderia estragar esse momento, exceto...

–Nyx!–Percy aparece e grita de repente, me fazendo pular de susto.

–O que?–Respondo me recompondo.

–A Maia tá completamente fora de si, acredita que ela quer ir sozinha encontrar o tesseract?–Ele diz exasperado.

–Eu faria o mesmo, ela está se sentindo culpada por tudo o que houve, Percy, é mais do que justificável ela ir buscar o objeto e deixar em um lugar mais seguro, o Olimpo seria uma boa.–Digo, ele parece finalmente racionar.

–Mas acabamos de voltar de uma missão, será que não podemos aproveitar um pouco a calma.– Ele diz. A Maia aparece cruzando os braços sobre os peitos.

–Eu não preciso de ajuda, posso fazer isso sozinha.–Ela diz e se senta na minha frente meio brava. 

–Mas como seus amigos não iriamos deixar você fazer isso sozinha.–Diz Annabeth, que até então estava calada. 

–Eu sei, Anne.–Maia diz meio triste.–Só não quero que vocês se machuquem, eu preciso ir no Olimpo, falar com a minha mãe, já que meu pai está em uma jornada cientifica com o Verne.– Ela diz.

–Julio Verne? O escritor?–Digo confusa.

–Você acha que quem conseguiu chegar no centro da terra não estaria vivo até os dias de hoje? Ele e meu pai são muito amigos, trocam muito conhecimento, principalmente como se manter jovens, bom no lado do meu pai é mais eficaz, já que ele usa essa formula desde mais jovem.–Maia diz e eu faço um olhar espantado.–Nunca disse que meu pai tem uns bons séculos de vida?

–Não...Mas enfim, quando partimos pra nossa jornada do cubo.–Digo. Maia eleva a sobrancelha.

–Como sabe que o tesseract é um cubo?–Ela questiona. Não mencionei o encontro com Hell, nem os sonhos com as garotas que eu nunca tinha visto, desenhei todas elas, as vezes eu conseguia ver elas com uma jóias coloridas.

–Eu sonhei...–Digo dando os ombros.

–Enfim, eu não acho necessário irmos todos juntos, não é algo complicado, vocês podem descansar.–Diz Maia.

–Já falamos sobre isso.–Annabeth diz de maneira firme, Maia suspira pesadamente.–Onde você deixou?

–Eu não me lembro, mas provavelmente foi perto da onde eu vivi. Por isso preciso falar com a minha mãe, pra saber onde morávamos e eu preciso descobrir onde aquela vagabunda está.–Diz Maia entre dentes.

–Quem?–Questiono confusa.

–Há dois anos, uma mulher me sequestrou e me torturou, era minha ex melhor amiga, da minha vida passada, que tinha inveja da minha relação com o Loki e me culpava da morte dele, sendo que ele só se fingiu de morto porque ela era insuportável, também devo destacar que ela estava junto com os gigantes fazendo parte do meu assassinato.–Ela diz.

–Quem é ela afinal?–Pergunto.

–Éris.–Ela diz brava. Annabeth arregala os olhos.

–Éris? Não fazia ideia de que eram amigas.–Ela diz.

–Ela não é muito bem recebida no Olimpo, e por ser filha de uma Deusa, éramos próximas, mas ela não perdia a oportunidade de destilar seu veneno.–Diz. Éris, a Deusa da discórdia, imagino que ela realmente não seja uma boa amiga.

–Eu vou pro Olimpo e vou conseguir informações sobre onde morávamos.–Maia diz.

–Mas você não se lembra?–Questiono confusa.

–Me lembro do local e das pessoas, mas não me lembro da localização geográfica.–Ela diz e se levanta.–Estou indo.–Ela diz e movimenta as mãos, sumindo em uma fumaça roxa.

–Nossa!–Exclamo. Percy ri.

–Ela era muito ruim antes, uma hora os feitiços davam certo, outros não, as vezes ela esquecia, mas ela se tornou incrivelmente habilidosa.–Percy diz com orgulho. A relação deles é uma graça.

–Todos estamos orgulhosos dela.–Annabeth diz.

–Ela parece ter passado por muita coisa.–Digo.

–É, ela passou...–Diz Nico tristemente.

(...)

     Estava deitada no chalé enquanto lia um livro, me distraio várias vezes e desisto de tentar, do nada uma fumaça roxa aparece no meio do chalé, revelando uma Maia preocupada.

–O que aconteceu? Você está bem?–Questiono preocupada.

–Eu fui no Olimpo....–Ela começa a dizer e se senta na cama, ela estava distante.–Eu estava grávida quando morri.–Ela diz e começa a chorar.

–Eu sinto muito, Maia. Algo mais aconteceu?–Questiono.

–Sim... Eu estou grávida, de novo, Hécate me olhou e disse, eu fiquei estática, incrédula...–Ela diz.

–Do Nico?–Questiono meio surpresa.

–Sim, só que a parte pior é que meus filhos estão presos em uma profecia. Eu não queria isso pra eles...–Ela diz.

–Eu... Quando fui sequestrada Hell me contou que nós, eu, você e mais algumas garotas, fomos criadas pra formar um exército que lutaria no Ragnarok.–Eu digo e ela não demonstra surpresa.

–Minha mãe me disse a mesma coisa, acrescentando o fato de que os meus filhos, gêmeos, terão as bençãos dos Deuses, eles são um plano B, caso nós não consiga protege-lós.–Ela diz e deita ao meu lado, a abraço.

–Eu sinto muito, eu sei o que está sentindo, achei totalmente injusto eles fazerem isso.–Digo mordendo o lábio.

–E se tudo que eu sinto pelo Nico foi forçado pelos Deuses pra mim ter esses bebês?–Ela pergunta. A imagem de Hell me pedindo pra não deixar eles separados rondam minha cabeça.

–Ei, o sentimento de vocês é puro e genuíno, os deuses não forçaram nada.–Digo. A realidade é que eu estava questionando isso também.

–Eu nem sei como dizer isso a ele. Eu nem sei como vou cuidar deles, eu sou tão nova, pelos Deuses eu só tenho dezenove anos.–Ela diz suspirando.

–Eu posso entender o seu desespero, mas você tem apoio de todo mundo e aposto que o Nico seria um pai incrível.–Digo a reconfortando.

–Eu sei, disso eu não duvido, mas ainda tenho muito medo.–Ela diz passando as mãos pelos cabelos.

   A porta do chalé abre rapidamente e se fecha.

–Eu não acredito no que está acontecendo.–Annabeth diz aflita.

–O que houve?–Digo.

–Eu tô grávida.–Ela diz assustada. Olho pra minha barriga me questionando se eu também não estava, pelos Deuses, é uma chuva de bebês.

–Você também?–A Maia questiona.

–Vocês conhecem um artefato incrível chamado camisinha?–Questiono. Elas me olham com tédio.

–Eu realmente não sei como isso foi acontecer...–Ela diz andando de um lado pro outro.

–Geralmente quando duas pessoas sentem algo uma pela outra, elas transam.–Maia diz, dou risada.

–Eu sei essa parte, estou me referindo a ter engravidado, eu sempre fui muito organizada com as prevenções, isso só pode ser brincadeira.–Ela diz e se senta na cama.

–Eu acho que o Percy vai surtar quando você disser que está grávida.–Digo.

–Quem está grávida?–Percy diz entrando no chalé.

(...)