Capítulo 20

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(...)

–Depois que eu percebi que estava enlouquecendo por conta dele, eu resolvi esconder em um local onde eu nunca iria, a igreja, como uma bruxa na época onde bruxas eram maltratadas pela igreja, ali seria o último lugar que eu iria. Está na parte mais alta da catedral, mas tem um porém, só vamos conseguir pegar quando a lua cheia surgir.–Ela diz.

–Mas por que na lua cheia?–Questiono.

–É onde eu fico mais forte, meus poderes são alimentados pela lua.–Maia diz.

–Tipo um lobisomem?–Percy pergunta. Ela ri.

–Tirando a parte de virar um bicho grande, peludo e assassino, basicamente, não sou só eu, a maioria das bruxas tem a sua força alimentada pela lua. Se eu tivesse com a intensidade normal dos meus poderes eu simplesmente retiraria o feitiço, mas como não estou, o jeito é esperar e pegar o tesseract na igreja.–Ela diz enquanto começa a dobrar o papel.

–O que vamos fazer com ele quando recuperarmos?–Pergunto.

–Eu estava pensando em deixar no Olimpo.–Maia diz, dou de ombros.

–Agora devemos nos concentrar na banshee, quero resolver isso logo, não aguento mais.–Digo suspirando.

   Connor entra no quarto carregando uma sacola grande, o olho esperançosa e ele sorri orgulhoso.

–Uma bem grande e não lapidada.–Ele diz colocando a sacola em cima da mesa. Maia me olha animada enquanto rasga a sacola, ela pega a Ônix na mão, com uma certa dificuldade, parecia pesada.

–Ela é perfeita. A probabilidade de funcionar é grande.–Ela diz sorrindo aliviada.

–Caso não funcione, o espelho irá.–Anne diz. Percy havia saído há algumas horas atrás de um espelho antigo e grande.

–Espero que tudo dê certo, não vejo a hora de voltar pro acampamento.–Digo supurando pesadamente.

–Só precisamos esperar mais dois dias pra lua cheia e ter fé de que tudo vai dar certo hoje, então estaremos em casa antes do fim da semana.–Maia diz.

–Bom, vamos nos preparar antes de começar, aqui tem algumas informações sobre a banshee. Espero que estejam com um bom treinamento para um possível confronto corporal.–Anne diz nos entregando algumas folhas.

     Olho atentamente pra folha que contém um desenho do ser com flechas indicando quais são seus pontos corporais mais frágeis e a outra que explica sua história, arrepiante... Por mais que me dê medo, é pra um bem maior, salvar aquela família, que mesmo sendo tão recente se amavam muito.
  
–Vou ir falar com eles.–Diz Maia, ela se levanta com dificuldade e sai pela porta.

–Ela não deveria fazer esforços, não está bem.–Percy diz, Nico continua calado.

–Ela sabe o que faz...–Digo.

(...)

     Estávamos todos prontos no quarto do casal, Anne e Percy estavam deitados esperando na cama, o espelho estava na frente do berço, no banheiro estava a Maia e o Nico, Connor estava levando o casal e o bebê pra longe do hotel. E eu estava em baixo da cama com a pedra, só estávamos esperando a banshee aparecer, caso tudo desse errado e precisarmos lutar estávamos preparados.
  Começa a ficar frio, escuto algo arrastando pela janela, como se uma unha tivesse passando pelo vidro, é ela!
    A porta do banheiro se abre bruscamente e eu escuto um grito estridente, tão alto que sentia que meus tímpanos estavam sendo estourados, vejo um vulto preto ser jogado na direção do espelho, me arrasto pra fora da cama e olho ao redor desnorteada e vejo algumas coisas quebradas, o boneco que estava no berço estava sem a cabeça, ainda bem que a criança não estava lá.
  A Maia estava na frente do espelho falando alguma coisa, mas eu não conseguia entender, a sua voz estava distante. Toco nas minhas orelhas e sinto um líquido, olho e vejo que era sangue, pisco algumas vezes pois meus olhos estavam ardendo.

–Nyx...–Leio os lábios de Percy enquanto ele segurava meus ombros fortemente, o olho confusa, eu não estava conseguindo deixar meus olhos abertos, era como se um sono imenso tivesse me possuindo.

–Ta tudo bem...–Balbucio devagar, Percy me olha preocupado.

Maia vem até mim e coloca duas mãos nas minhas orelhas, um calor preenche meu corpo e eu abro os olhos com força.

–Está se sentindo bem?–Ela questiona. Suspiro aliviada quando a escuto perfeitamente.

–Agora está, eu não sei o que aconteceu comigo.–Digo confusa.

–O grito da banshee pode nos deixar meio desnorteada mesmo, mas tá tudo bem, foi bem fácil, o espelho funcionou perfeitamente, fico feliz de que agora esteja tudo bem.–Maia diz animada.

–Estamos a um passo de casa!–Digo aliviada.

–Queime esse espelho em algo lugar.–Maia diz pro Nico.

–Vou junto.–Percy diz. Eles saem do quarto.

–Vamos pro nosso quarto, precisamos relaxar.–Maia diz cansada.

   (...)
 
    Depois de um bom banho, coloco uma roupa confortável e me jogo na cama.

–Toma.–Diz Maia e me joga uma embalagem pequena. Máscara facial?–Depois de tanto estresse precisamos de um descanso, até a próxima luta...

   Olho pra Anne que estava lendo um livro enquanto usava uma máscara de banana. Dou risada e coloco a minha.

–Vou buscar algo pra gente comer e vamos ver um filme.–Maia diz e sai do quarto.

–Finalmente um pouco de normalidade.–Digo suspirando.

–Seu conceito de normalidade é estranho.–Anne diz calmamente.

–Eu sei... O Connor não deveria ter voltado há algum tempo?–Questiono.

–Não se preocupa, ele nunca vai chegar na hora.–Ela diz, dou de ombros e fecho os olhos.

   Eu não tinha me dado conta do quão cansada eu estava até deitar, é como se meu corpo afundasse a cada respiração, meus pés doíam tanto que me perguntei se tinha corrida alguma maratona, uma boa noite de sono vai me deixar novinha em folha.
  Maia entra no quarto com algumas coisas na mão.

–Assaltou um mercado?–Questiono.

–Besta. Olha foi tudo o que eu encontrei de gostoso, agora vamos comer, esquecer que temos muita coisa pra fazer, e que em poucos meses eu vou parir duas crianças.–Ele diz com desespero, dou risada. Annabeth continua lendo seu livro calmamente, como se nada a preocupasse.

–Vai ficar tudo bem.–Eu digo, ela me olha com os olhos arregalados e depois dá risada. Essa menina é doida

–Vamos ver "dez coisas que eu odeio em você"–Ela diz e coloca o filme na televisão.–Vem, Anne!

–Usar tecnologia não seria recome...–Anne começa, mas Maia a corta.

–Blá, blá, blá. Vamos ver o filme.–Maia diz, deitamos nós três na mesma cama e começamos a ver o filme.

   Era estranho estarmos deitadas vendo filme como garotas normais, depois de termos visto uma banshee gritando de dentro de um espelho.

(...)

Semideusa: A Filha de Poseidon e AnfitriteOnde histórias criam vida. Descubra agora