Capítulo 21

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(...)

  Acordo, olho ao redor e vejo a Maia e a Anne abraçadas, a máscara da Anne estava caida no travesseiro e a da Maia no cabelo da mesma, elas estavam muito fofas, se eu tivesse um celular, daria uma bela foto.
  Acho minha máscara e jogo ela no lixo, lavo o rosto e escovo os dentes, quando volto pro quarto vejo Percy e Nico deitados na outra cama juntos, eles também ficam fofos juntos, dou risada.
Vou até a sacada e encontro o Connor.

–Oi.–Digo, ele me olha.

–Bom dia. Como foram as coisas ontem?–Ele pergunta. Me sento ao seu lado.

–Foi rápido na verdade, bem rápido.–Digo.

–Isso é ótimo, sabia que conseguiriam.–Ele diz.

–Na verdade foi só a Maia, ela fez tudo sozinha, exceto a parte de queimar o espelho. Não usamos a pedra pra isso, mas aposto que a Maia vai achar uma boa utilidade pra ela. Afinal, deu tudo certo com o casal?

–Sim, eles decidiram voltar pros Estados Unidos, levei eles até o aeroporto. Eu estava pensando, ainda não saímos e Jajá vamos embora da França.

–É verdade, eu acho que estou livre hoje.–Digo, ele sorri.

–Ótimo, porque eu também.

–Devemos acordar eles?–Questiono. Ele levanta uma sobrancelha.

–Quer começar nosso encontro agora?–Ele sugere.

–Agora?–Pergunto confusa.

–Aham, vamos começar pelo café da manhã, te encontro lá embaixo em dez minutos.–Ele diz e sai da sacada.

   Escolho uma roupa simples mas bonita, um short jeans preto e uma blusa vinho um pouco larga, coloco meus tênis pretos e arrumo minimamente meu cabelo.
   Desço até o saguão e procuro pelo Connor, enquanto olho ao redor, vejo ele vindo até mim.

–Vamos.–Ele diz me guiando pela mão.

  Caminhamos até o mesmo banco da última vez, ele tira uma cesta de baixo do banco, nós sentamos, ele começa a colocar alguns utensílios em cima da mesa e depois algumas comidas.

–Preparou tudo isso em dez minutos?–Questiono.

–Em 30.–Ele responde arrumando as coisas.

–Impressionante.–Digo.

–Eu tento.–Ele diz rindo. Sorrio, ele passa geleia em uma torrada e me entrega.

–Obrigada.–Digo e a mordo. Estava totalmente sem ideias do que dizer, eu não estava acostumada a encontros fofos e conversas com a pessoa que, talvez, eu nutra algum sentimento.

–Como eu imaginei que íamos acabar ficando um pouco sem ter o que fazer, além de comer, eu achei interessante a gente usar esse tempo, que está sendo muito raro ultimamente, pra nós conhecermos melhor.

–Hm, tudo bem, mas aí entra o meu grande bloqueio de fazer perguntas pra alguém.–Digo e ele ri.

–Será que eu vou ter que fazer tudo nesse relacionamento?–Ele pergunta. Dou risada, "relacionamento"–Vamos começar com coisas simples, se tivesse que escolher apenas um animal pra existir no mundo, qual seria?

–É isso que você chama de "coisas simples"?–Digo rindo.

–Claro, é uma pergunta super simples.–Ele diz gesticulando.

–Não é não, cada animal tem seu papel no meio ambiente, não dá pra escolher só um, as coisas seriam desreguladas.–Digo, ele me olha como se eu fosse louca.

–Você é estranha.–Ele diz semicerrando os olhos, dou risada.–Okay, outra, se tivesse que escolher um Deus pra ser seu pai ou mãe, qual iria escolher?

–Essa pergunta é pesada, eu não quero ofender ninguém... Seria filha de Atena.–Digo sussurrando o final. Ele da risada.

–Eu seria filho de Poseidon, deve ser legal controlar a água e se curar super rápido.

–Eu queria que gente pudesse virar uma sereia, seria muito legal, imagina, nadar no fundo do oceano...–Digo.

–Aaa mas não precisa ser sereia, dá pra usar equipamentos e nadar, não vai ser tão rápido quanto e nem vamos respirar de baixo d'água.

–Eu sei, mas a magia de ser sereia é insubstituível...–Digo. Desde pequena sempre quis ser uma sereia, nadar e fugir dos meus problemas terrestres.

–Okay, se a gente usar calda de sereia pode ser um pouquinho mais real?–Ele sugere.

–Você usaria comigo?–Eu questiono.

–Claro! Eu iria ficar lindo de tritão.–Ele diz fazendo uma pose. Dou risada.–Agora que nosso café da manhã acabou, vamos andar um pouco?

   Olho pra ele tristemente, bate na minha cara mas não me pede pra andar depois de comer.

–Vai, larga de ser preguiçosa.–Ele diz me puxando pela mão. Resmungo enquanto começamos a caminhar.

   Ainda era cedo, o céu estava limpo, claro e azul, estava ventando um pouco e algumas folhas dançavam com o vento, Connor segura a minha mão gentilmente, não retiro a mão, é estranho, mas bom.
   Caminhamos juntos lentamente e entramos em um bosque, não falamos nada, só andamos em silêncio, o silêncio não era incômodo, era reconfortante, por mais que eu odiasse silêncio, o silêncio com ele era bom, a presença dele era reconfortante, eu nunca tinha notado o quão estupidamente eu estou apaixonada por ele, era até bobo, mal sabia do que ele gostava, nós conhecemos a pouco tempo, mas era como se todas as coisas fizessem sentido quando eu estava com ele, eu ficava até meio amedrontada por sentir algo tão profundo, mas parecia valer a pena me permitir gostar de alguém mais uma vez...

(...)

Semideusa: A Filha de Poseidon e AnfitriteOnde histórias criam vida. Descubra agora