Capítulo 18

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(...)

     Em questão de segundos Annabeth tinha saído do quarto, confusa olho para o Percy que apenas a segue.
    Após alguns minutos vejo pela janela Annabeth apontando uma espada pro ser estranho, a mulher avança na direção da Anne e Percy corre pra pegar o bebê.
  Ela grita muito alto me fazendo tampar os ouvidos e o bebê chorar, Annabeth ajoelha no chão e Percy se segura no berço.
   Conto as janelas rapidamente tentando descobrir qual quarto eles estão, como a Anne conseguiu saber o quarto tão facilmente?
   Após algumas contas creio ser o décimo andar da parte direita do prédio, vou correndo meio cambaleando até lá, passo pelo corredor do décimo andar e vejo uma porta aberta, com certeza é aqui.
   Assim que entro no quarto, Annabeth gira sua espada e enfia naquela coisa que solta um grito estridente, muito estridente, me fazendo cobrir as orelhas com força, a coisa sai pela janela rapidamente, Anne respira ofegante e vai até o bebê que estava no colo do meu irmão.

–Onde será que estão os pais dessa criança?–Ela questiona. Vejo uma foto em cima da cômoda e a pego.

–Olha.–Digo dando pra Anne.

–Por que estou com a sensação de que conheço eles? Mas de qualquer maneira, quem deixaria uma criança sozinha em um quarto de hotel e com a janela aberta? Quanta irresponsabilidade.–Ela diz brava.

   Observado o quarto e vejo um pé pra fora do banheiro.

–Gente, olha!–Grito correndo até o banheiro. Vejo a mulher da foto jogada no chão, com alguns machucados pelo rosto e a mão enfaixada.

–Eu a conheço! Sabia que ela era familiar, seu nome é Astrid, ela era uma caçadora de Artemis.–Annabeth diz. A olho confusa.–Vamos colocar ela na cama.

    Seguro em seus braços e Annabeth na duas pernas, a colocamos na cama com um pouco de dificuldade.

–Como assim caçadora de Ártemis?–Questiono.

–São jovens mulheres que juram devoção a deusa, e lutam pelas causas com ela, mas não podem se envolver com o sexo oposto. Porém ela quebrou o juramento sagrado e teve um filho com um fauno, provavelmente é a criança que estava no berço.–Percy diz olhando pra criança que fungava.

–Como você sabe disso?–Annabeth questiona.

–Tenho minhas fontes.–Percy diz convencido.

–Mas o que eu realmente não entendo, é o eles estão fazendo aqui e o que uma banshee iria querer com os mesmos?–Ela diz.

    Consigo ouvir um trote rápido pelo corredor, e um fauno, julgo ser o pai da criança, entra com os olhos arregalados no quarto.

–Quem são vocês?! Dêem o meu filho.–Ele diz furioso.

–Sua esposa está desmaiada, salvamos a vida do seu filho.–Annabeth diz. O fauno arregala os olhos e percebe a mulher em cima da cama.

–Astrid...–Ele diz tocando seu rosto.–O que houve?–A mulher se mexe...

–Uma banshee.–Digo, ele solta um som estranho.

–Ela não esqueceu...–A voz da mulher sai como num sussurro. Ela acordou.

–O que aconteceu?–Questiona o marido.

–Ela entrou... Pela janela, como ele está? Como meu filho está?–Ela diz rapidamente tentando se levantar, mas para brutalmente, provavelmente por conta da dor.

–Ele está bem, esses semideuses o salvaram.–O fauno diz fungando.

–Não vamos mais conseguir fugir dela. Vocês podem nos ajudar?–Ela questiona aflita.

–Ajudar em que?–Percy pergunta entregando a criança pra mãe.

–Quando eu era uma caçadora, fomos a um vilarejo onde as crianças estavam sendo assombradas por uma banshee, as crianças ficavam loucas, confusas e os bebês ficavam surdos. Foi nesse vilarejo que conheci o Cyrus, ele tentou ajudar. Mas a banshee não era tão fraca assim, ela podia ser repelida por algumas horas, mas ela sempre voltava, pra acabar com o sofrimento daquelas crianças eu fiz um acordo com ela, que quando eu tivesse um filho, eu daria ele a ela, como eu era uma caçadora e totalmente devota a minha deusa, nunca imaginei que ficaria grávida, mas infelizmente isso aconteceu.–Ela diz tristemente.

–Quer que matemos a banshee?–Annabeth questiona.

–Sim, vocês são filhos de Deuses.–Ela diz.

–Você também é.–Digo.

–Sou filha de Terpsícore e um fauno, não tenho a força que vocês tem, nem a força que ela tem.–Ela diz.

–Ela?–Questiono confusa.

–Conhecemos uma garota que disse que nos ajudaria, ela era bem branca, com olhos diferentes e cabelos vermelhos escuros. Ela tentou nos ajudar, mas acabou se machucando muito, mas prometeu não parar de tentar.–Ela fala suspirando.

–Ela por acaso se chamava Maia?!–Percy exclama.

–Creio que sim, eu não sei mais o que fazer, ela parecia ser tão poderosa, algo deu errado... Mas não foi culpa minha.–Ela diz olhando pro marido, suas mãos tremiam e ele a olhava com preocupação.

–Por favor, nos ajude, minha esposa não está mais nas condições de continuar com essa perseguição.–Cyrus diz.

–Veremos o que podemos fazer.–Annabeth responde.

–Por ser uma ex caçadora de Ártemis, por que não consegue se defender?–Questiono, era visível que a mulher estava transtornada, mas mesmo assim ela ainda deveria ser apta pra lidar com esse tipo de ameaça.

–Quebrar o juramento tem suas consequências...–Ela diz distante.

–Se algo acontecer mande um sinal pela janela, desse jeito.–Annabeth pega a espada e direciona a luz do abajur para nossa janela.

–Está bem.–O fauno diz ao mesmo tempo que olha fixamente pra sua mulher.

   Saímos do quarto calmamente, eu não sei, mas sinto algo estranho nessa situação, olho pro Percy que parece avoado e para Anne que está com uma expressão séria, como se estivesse pensando.
  Quando chegamos no quarto, Anne pegou um livro e o abre em uma página aparentemente mais lida do que as outras.

–Veja, estava na bolsa da Maia.–Ela diz e me estende o livro.

  Estava escrito em letras cursivas "A maldição da banshee." Havia um desenho medonho semelhante a mulher do quarto, e muitas informações escritas em partes aleatórias da folha.

–Eu já tinha ouvido falar sobre isso...–Annabeth diz andando de um lado para o outro.–Ela não seria tão estúpida ao ponto de se arriscar assim, seria?

–Não estou entendendo.–Percy diz.

–Eu acho que a Maia nós trouxe aqui por mais outro motivo, e ela seria altamente estúpida se o motivo for o mesmo no qual eu estou pensando.–Anne diz seriamente.

–Não viemos encontrar o tesseract?–Connor questiona.

–Não apenas isso... Viemos salvar a vida daquele bebê. Não acham muita coincidência a Maia ter alugado um quarto bem em frente a janela daquele casal, ou ter sido atacada logo depois de falar com aquela mulher? Ela saiu assim que chegamos, provavelmente pra ir encontra-lá e ajudar ela a se livrar daquele ser.–Ela especula.

–O que tem de ruim nisso?–Connor pergunta, olhando para Anne.

–Uma banshee é um ser muito forte, requer muita energia pra mandar ela embora, e a Maia, grávida, com as forças sendo sugadas pelos seus bebês, poderia se matar se tentasse.–Ela diz.

–Acha que por isso ela foi parar no hospital?–Questiono.

–É uma grande possibilidade.–Ela diz.

–Você sabe como a Maia é, ela não mede esforços pra ajudar as pessoas.–Percy diz.

–É, eu sei, mas isso ainda vai acabar matando ela.–Annabeth diz olhando pro livro de forma melancólica.

(...)

Semideusa: A Filha de Poseidon e AnfitriteOnde histórias criam vida. Descubra agora