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–Meus filhos não são normais!–Maia diz olhando pra uma fralda suja.–Como uma criança pode fazer tudo isso? Não é normal!
Olho pra criança que ri, o seu irmão está dormindo tranquilamente; A menina visivelmente era mais agitada do que o irmão, ela gostava de rir, ficava balbuciando e era mais ágil, já o menino gostava de ficar quieto, quando estava acordado não era muito agitado, era calmo e sempre observava bem as coisas.
Algo estranho era que os olhos deles não tinham uma cor fixa, mudavam de cor, a cor ia mudando lentamente, era Impressionante.–Eu acho que isso é normal pra um bebê.–Digo depois que olho novamente pra Maia.
–É normal, Maia.–Anne diz enquanto anotava algo, um bebê estava dormindo no berço e o outro estava sendo balançando pelo pé de Anne, que hora ou outra pisava na cadeira de balanço que ela Leo projetou.
Anne estava lidando bem com a maternidade, sempre tinha decisões praticar para lidar com os desafios da mesma, já Percy estava extremamente apaixonado pelos filhos, vivia olhando eles dormir e sorria com cada gesto fofo que ambos faziam; Maia me preocupava ela lidava de uma forma meio desajeitada com as coisas, mas sempre muito paciente, mas ela não dormia, a Luna não deixava, era sempre muito animada, e Nico não tinha jeito com ela, só com o Castiel, o que me tornava uma ótima ajudante, já que a pequenina gostava de ficar no meu colo enquanto eu contava histórias que inventava na hora.
Ultimamente o chalé estava bem movimentado, Maia cantava pros filhos dormir e Anne lia para os dela, a criação de ambos eram bem diferentes, mas aposto que seriam muito amigos.Estava tendo visões periódicas com Hell, era estranho, conversamos sobre o futuro e meu medo crescia cada vez que as visitas se tornavam mais constantes, o futuro que Hell cuidadosamente me contava era tenebroso, pessoas que amo iriam morrer, pessoas inocentes, que começaram sua vida agora, tudo pro bem dos deuses e pro equilíbrio do mundo... Não era justo, por que nosso destino é decidido sem nosso consentimento? Eu seria egoísta se fugisse e não participasse disso?
Perguntas rondavam a minha mente, não sei por quanto tempo aguentaria calada, Hell deixou explícito que eu não deveria contar pra ninguém, mas é um fardo muito grande para carregar sozinha, eu estou sufocando, sinto que estou traindo minha família, entretanto se isso for pro bem deles, assim será; Em sua última visita ela me disse que eu precisava de meios para me proteger e proteger os que amo, e para isso eu precisava alcançar a plenitude, simplificando, eu precisava evoluir como ser humano, sendo capaz de me conectar com a natureza, de voltar a fazer parte dela como um todo e não como um destoante, seria algo difícil, mas como unificação de um elemento, eu precisava me conectar com a água, só assim serei apta a usar a jóia.
–Nyx?–Percy questiona, o olho rapidamente e viro a cabeça pro lado.–Tá tudo bem?–Está sim, só estou pensando...–Digo e volto a encarar os desenhos.
–Estão bons.–Ele diz pegando uma folha do meio de diversas outras.–É Poseidon?
–É sim, aqui temos Zeus, Hades e Tifão.–Digo apontando pros respectivos desenhos.
–Por que Tifão?–Ele questiona.
–Eu não sei, apenas me veio a mente e eu desenhei.–Digo, estava desenhando muito ultimamente, não sei porque, mas é a única forma que tenho de me expressar.
–Isso aqui tá assustador.–Ele diz olhando pro desenho que estava fazendo no momento, eu nem estava dando muita atenção, só estava desenhando coisas aleatórias.–Que símbolo é esse?
–Eu não faço a menor ideia.–Digo olhando atentamente pra um símbolo que estava em destaque na folha. Que estranho, não lembro de ter visto ele em nenhum lugar.
–Posso ver?–Maia pergunta se levantando com a criança. Ela curva a cabeça um pouco.–Não é um símbolo, é um corvo.–Ela diz virando a folha. O corvo estava perfeitamente desenhado, seus olhos estavam riscados.–Mau presságio, morte.–O que?–Questiono.
–É o que significa. Corvos e borboletas negras significam morte.–Ela diz de forma sombria.
Volto a encarar o desenho. Respiro fundo e junto todos.
–É só um desenho.–Digo e saio do chalé
Em meio as árvores me sento no chão e abraço minhas pernas, eu precisava falar pra alguém, o segredo me consumia cada vez mais, o peso de saber de possíveis acontecimentos tão mórbidos estavam me corroendo aos poucos, minha cabeça latejava a medida que minha respiração se tornava mais lenta e gradual.
Sinto mãos em torno de mim, um cheiro familiar adentra em minhas narinas, Connor.–Eu sei que tem algo te incomodando...–Ele diz e respira fundo me apertando contra seu peito, deito minha cabeça em seu corpo quente.–Eu tô aqui se precisar conversar sobre isso, mas acho que no momento, você só precisa de alguém do seu lado.
Meus olhos se enchem de lágrimas, algumas se atrevem a escorrer pela minha bochecha, Connor arrasta gentilmente seu polegar sobre a mesma limpando-a, fungo quando ele afaga meus cabelos.
E ficamos assim, até eu sentir que já tinha descarregado todo depósito de lágrimas que eu havia armazenado por tantos anos, não conversamos, só ficamos desfrutando da presença um do outro, isso foi o suficiente pra mim não enlouquecer, mas também me sinalizou o fato de que preciso fazer algo em relação a isso.
(...)
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Semideusa: A Filha de Poseidon e Anfitrite
De TodoNyxie, uma órfã australiana, se muda pra New York com o desejo de viver uma vida melhor, mas sua vida da uma reviravolta que ela não estava preparada, ela descobre que é filha de dois deuses gregos, Poseidon e Anfitrite, sendo então uma deusa menor...