Semideusa: A Filha de Poseidon e Anfitrite

Capítulo 26

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   Após o fofo pedido de casamento do Nico, o humor da Maia melhorou 100%, foi um deleite pra mim, pois evitou muitas reclamações; Tudo estava em paz, era até meio esquisito, sem nenhum ataque, sem nenhum sequestro, sem ameaças, só a paz...
   Escuto algo sendo derrubado no chão, levanto os olhos do desenho que eu estava fazendo e vejo Annabeth parada com uma feição assustada, suas pernas estavam entreabertas, olho rapidamente para baixo e vejo uma espécie de líquido... Droga!

–Você tá tipo... Tendo um bebê?–Pergunto meio incerta, ela me olha brava e eu começo olhar ao redor desesperada.–Deita aqui... E levanta a perna!

   Ela me olha confusa, eu olho nervosa pros lados, meus deuses, onde estão todos?

–Eu vou chamar ajuda, segura aí!–Digo, ela começa a fazer umas caras estranhas e eu já começo a entrar em total desespero.–Meus deuses!

   Abro a porta do chalé e grito por ajuda, alguns campistas que estavam passando vem até mim.

–Algum filho de Apolo?–Questiono, uma garota levanta a mão timidamente.–Vem, avisem pro Percy que os filhos dele estão nascendo!–Digo enquanto puxo a filha de Apolo pra dentro e fecho a porta.

–Você não espera que eu faça um parto... Espera?–Ela pergunta nervosa.

–Sim! Não podemos deixar eles aí dentro...–Digo rapidamente, ela me olha apavorada, eu olho pra Anne apavorada e ela só me olha com súplica.

     A garota vai até Anne e pede pra ela deitar, pega alguns lençóis da cama e coloca embaixo das pernas de Annabeth que estão levantadas e abertas.

–Você só precisa fazer força, né?–A garota diz meio se questionando.

–Eu não posso fazer isso sem o Percy...Nem com uma semideusa de 15 anos –Anne diz entre caretas, a porta do chalé abre com força, Nico está carregando a Maia e Percy entra desesperado.

–Meus deuses! Eles estão nascendo também!–Exclama Percy ao ver Annabeth deitada na cama.

–Vamos pro Olimpo.–Nico diz, Maia o olha preocupada.–Eu levo.–Ele afirma.

–Graças a Deus!–A filha de Apolo diz e todos a olhamos confusa.

    (...)
  
   A sala de parto foi preparada por Apolo, Deméter preparou um chá que iria tranquilizar elas e ajudar no parto; Atena e Hécate pareciam apenas duas mães preocupadas e não duas deuses gregas, o pai de Maia estava tão, mas tão nervoso que teve que tomar o mesmo chá que ela, já Nico estava extremamente cansado e compartilhava da mesma emoção de Nicolas e Percy.

–Tudo vai dar certo, eu mesmo vou fazer o parto, confiem em mim.–Apolo diz com sua voz angelical, tentando transmitir tranquilidade para todos alí presente.

  Ambas entram na sala, uma sala ampla com muitas colunas gregas e alguns detalhes em ouro, o Olimpo era realmente espetacular, era um verdadeiro palácio, cada detalhe bem esculpido, tudo muito harmonioso, era sensacional; Apenas os pais das crianças e das meninas entraram, fico esperando do lado de fora junto com alguns deuses, que não fizeram questão de se apresentar, então não sei quem são.
  Estava sentada perto se dois deuses, um estava sentado ereto com uma feição dura e pensativa, tinha cabelos pretos na altura dos ombros e uma barba grisalha, ele era meio musculoso e tinha lindos olhos azuis, ao seu lado estava um homem com uma aparência mais pensativa, com cabelos pretos, uma barba preta bem aparada, e uma pele bem bronzeada, ele parecia um pouco com Percy... E comigo.

–Poseidon?–Questiono, ele me olha e sorri, seus sorriso mostra algumas rugas.–Oi...–Digo.

   Estava sentindo algo estranho, uma vontade esquisita de chorar e chorar; Eu sempre imaginei como meus pais eram, se eram loiros, ruivos ou se tinham cabelos escuros como os meus, se gostavam do mar como eu gostava, se climas chuvosos eram os seus favoritos, se o sol esquentando a pele depois de nadar era a sensação preferida deles, gostava de pensar que eu era uma cópia dos pais que nunca conheci.

–Oi...–Ele responde aparentemente confuso, ele me olhava atentamente.–Você é minha filha?–Ele questiona.

–Não consegue reconhecer os seus, Poseidon?–O homem que até então estava calado diz, sua voz era cortante e grossa.

–Ela está diferente de quando a deixei com Lana.–Ele diz. O olho confusa, quem é Lana?

–Quem é Lana?–Questiono. Ele me olha estranho.

–Como não sabe quem é? É a pessoa que deixamos encarregada por sua criação.–Ele diz.

–Não a conheço, cresci em um orfanato, na Austrália.–Digo, ele faz uma expressão brava.

–Eu te adverti de que ela não era confiável, ainda mais depois do ocorrido.–O homem volta a dizer.

–Não vou dizer que estava correto, Zeus.–Ele diz seriamente.

–Não precisa, é um fato. Se tivesse ido verificar o paradeiro da sua filha mais importante, teria ficado ciente do que se passou.–Zeus diz fortemente. Mais importante? Por conta do que Hell disse?

–Eu não tive tempo.–Poseidon o responde, me encolho e desvio o olhar.

–Em dezessete anos não teve tempo para olhar se sua filha estava viva?–Zeus questiona o que eu deveria questionar.
  
   Um grito estridente toma conta do silêncio que a pergunta de Zeus deixou, olho preocupada pra porta, Zeus faz o mesmo, Poseidon apenas olha pras suas mãos.

–O nosso destino depende dessas crianças...–Poseidon diz aleatoriamente.

–Não das mães...–Zeus diz, o olho abismada.

–Elas também são importantes.–Digo, tento deixar minha voz imponente, afinal estou falando com um Deus.

–Não são decisivas no nosso futuro, então não são, porém não vai fazer a menor diferença, Apolo não vai deixar elas morrerem, assim como Hécate.–Ele diz, mais aliviada suspiro.

   Olho pra Poseidon tentando captar o máximo de detalhes possível, não sei se vou voltar a vê-lo, certamente não vamos ter uma relação pai e filha, mas estava feliz de ter conhecido ele, por mais que agora tenho plena ciência de que nem ele e nem Anfitrite se importam comigo e nunca se importaram; Sempre procurei justificar o ato deles, de terem me abandonado, achei que tinha algo de errado comigo, que eu dê alguma forma trouxe algum mal pra eles ou que eles não tinham condições o suficiente pra me manter e acabaram fazendo isso por amor, mas que me amavam muito e que um dia voltariam, mas eles não voltaram...

(...)