capítulo 27

21 3 0
                                    

Acordei com uma dor horrível no meu pescoço e acho que eu dormi de mal jeito, deve ter causado alguns torcicolos ou algo assim.
Tomei um banho quente, vesti uma calça jeans e uma camiseta preta com um casaco de tecido fino azul escuro, fiz uma maquiagem básica e desci as escadas, Laís já estava acordada e estava fazendo o café da manhã, quando olhei no relógio já eram 6:20 e eu estava super atrasada, depois de alguns segundos o ônibus da escola chegou e não deu tempo de eu tomar café, peguei uma maçã e coloquei um chocolate quente industrializado na bolsa, eu e Laís entramos no ônibus e dessa vez eu me sentei do lado de Stacey.
_bom dia.
Ela falou com o rosto todo inchado de sono.
_bom dia, você não dormiu ontem?
Eu perguntei.
_ahh, na verdade eu passei horas tentando fazer o trabalho de filosofia, não consegui dormir direito.
Ela comentou com voz de sono.
_o que??? Ahhsggg, o trabalho de filosofia,EU ESQUECI .
Falei meio que gritando o que fez ela levar um susto.
_nossa, nem acredito que você esqueceu, você é sempre tão responsável,o meu eu não terminei todo, pede para o Stivin te emprestar, o professor de filosofia só vai receber os trabalhos no 3; horário.
Stacey disse apoiando sua cabeça na poltrona.
_okay, mas onde ele está?
Stacey não respondeu, acho que ela não tinha ouvido e eu observei o local, e em umas das ultimas cadeiras o Stivin estava lá ouvindo música.
_eiii??? Tira esse fone.
Eu falei sentando ao lado dele.
_credo, bom dia pra você também.
Ele disse sério.
_ahh, eu não tenho tempo para me preocupar com meus modos quando eu não faço o trabalho de filosofia.
Eu falei gritando as ultimas palavras.
_o que?? Você não fez?
Ele perguntou surpreso.
Antes que ele falasse qualquer coisa eu disse:
_sem comentários, agora eu preciso do seu trabalho, onde ele está?
_está no segundo bolso dentro de uma pasta na minha mochila.
Enquanto ele dizia me entregava a mochila, eu peguei a sua pasta e comecei a escrever para a minha e QUE DROGA, eram aproximadamente umas 8 folhas somente com letras.
Me virei para o Stivin e ele estava com os fones de ouvido:
_desde quando você passou a ser responsável?
Eu perguntei olhando para a quantidade de páginas.
_acho que desde o dia que eu conheci uma nerd aí, que hoje não fez o trabalho de filosofia e não me deixa ouvir música sem me atrapalhar.
Ele disse firmemente.
_atha, e que mau humor.
Fiz cerca de 3 páginas dentro do ônibus, eu iria terminar o resto quando estiver nos horários vagos.
Ainda não havíamos chegado na escola e eu observo sobre o vidro da janela o rosto do Stivin, ele estava com os olhos fechados e seus olhos eram todos cheios de cílios perfeitos, fico alguns segundos observando aqueles olhos e vejo que uma lágrima desce sobre o seu rosto em direção ao pescoço, ele estava chorando, eu não sabia o motivo, mas sim, ele estava chorando, eu não sabia o que fazer, e não restou tempo para isso pois já tínhamos chegado na escola, as pessoas começaram a passar sobre nós, eu esperei que ele abrisse os olhos, mas parece que tudo o que ele queria era ficar ali chorando:
_Stivin?
Ele não me respondeu, eu insisti em chama-lo e ele disse:
_ahh, oi.
_precisamos descer.
Sem mais nem menos ele se levantou e saiu do ônibus com o olhar fixo no chão, ele parecia muito triste, o que poderia está acontecendo com ele?
Stacey estava do lado do ônibus nos esperando descer:
_ mas que demora.
Ela disse olhando para o relógio.
Seguimos em silêncio para a sala, parecia que o tempo estava muito sóbrio e todos estavam tristes como o Stivin, eu não sabia o motivo de tanta sobriedade.
A aula começou com a professora de geografia, ela estava falando sobre os tipos de rochas e os famosos dobramentos modernos com uma pequena aula sobre relevos, como a aula acabou cedo ela deu uns horários vagos para nós para que façamos o que quiséssemos desde que fosse sem barulho, eu aproveitei e continuei a escrever meu trabalho de filosofia e sem que o Stivin percebesse eu ficava o observando, o tempo todo ele estava com a cabeça baixa apoiada sobre seus próprios braços e de vez enquando ele usava uma das mãos para enxugar algo em seu rosto, que com certeza eram lágrimas. Eu não entendia aquilo, e não entendia mais ainda o porquê das pessoas não observarem ele.
Se passaram dois horários e a professora, graças a Deus não deu aula, o que me permitiu terminar o meu trabalho de filosofia.
O professor de filosofia chegou na sala e pediu para deixar os trabalhos encima da sua mesa, como eu estava com o do Stivin fui avisar a ele que eu levaria o seu trabalho?
_ stivin?
Ele levantou a cabeça e seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, sua camisa estava repleta de lágrimas, uma angústia me tomou quando eu o ví naquele estado, sem saber o que fazer eu disse:
_eu vou entregar o seu trabalho de filosofia e obrigada por me emprestar.
Falei de cabeça baixa com um voz aparentemente triste.
Ele acenou com a cabeça, e o professor percebendo que ele não estava bem disse:
_Stivin, você está bem?
Ele respondeu:
_não, professor, eu preciso sair de sala.
O professor o acompanhou e os dois saíram de sala sem nem olhar para trás...
Os comentários logo começaram a surgir, o que me fez ter uma certa raiva daquelas pessoas medíocres, que só observam o que estão em sua frente quando alguém percebe isso.
10 minutos depois.
O professor entra na sala :
_bem... O Stivin terá que ir para a casa mais cedo, pois ele recebeu a notícia de que o seu pai faleceu, alunos, vamos ser compreensíveis com ele,e espero que você possam da-lo todo o apoio necessário nisso que ele está passando.
Todos fizeram uma expressão de espanto, a questão é, que normalmente eles desprezam a existência dele, mas quando ele está passando por uma situação, todos se fazem como coitadinhos, como se importassem com ele.
_pessoas hipócritas
Pensei comigo mesma.
Olho para a Stacey e ela está chorando, ela pega o seu celular e durante a aula me manda uma mensagem:
_amiga, não consigo assistir a essa aula, precisamos estar do lado do Stivin nesse momento, vou ligar para a minha mãe para vir me buscar mais cedo e vamos para a casa do Stivin, você quer vir comigo?"
Eu respondi:
_"sabe na hora que eu e ele demoramos a sair do ônibus? Ele estava chorando, mas não imaginei que fosse algo tão sério e não comentei nada, agora eu estou me sentindo um pouco culpada por isso, eu preciso pedir desculpas a ele"
Stacey digitou:
_okay.
20 minutos depois.
As aulas passaram muito rápido e eu não consegui dar minha atenção a nada, a não ser o Stivin, após alguns segundos a mãe da Stacey pede permissão para falar com o professor que estava em sala de aula, o professor avisa para que nós saiamos da sala e Stacey e eu vamos de encontro a mãe dela, eu ainda não a conhecia e ela falou:
_oi, você deve ser a Lucy, certo?
_isso.
Eu respondi.
A mãe dela comentou:
_Stacey me falou muito de você.
Sem que eu não respondesse nada,Stacey me interrompeu:
_mãe, o pai do Stivin faleceu.
Stacey falou para a mãe dela, que parecia muito triste com a notícia.
_bem, meninas, então vamos para o carro, precisamos falar com o Stivin, eu sou muito amiga da mãe dele e é uma obrigação minha ajuda-los nesse momento tão difícil.
A mãe da Stacey, que eu descobri que se chamava Susan continuou:
_Lucy, você já avisou para os seus pais que está comigo?
Eu respondi:
_ainda não, mas vou avisar agora.
_okay.
Pego meu celular na minha bolsa e ligo para mamãe.
Ligação on.
_oi, filha, você está bem?
Mamãe disse com uma voz preocupada.
_sim, mãe estou bem. Mas soube que o pai do Stivin faleceu hoje, e a Stacey e eu estamos indo para a casa dele agora com a mãe dela, tudo bem?
Eu comentei.
_sim, filha. Meus pêsames para a família, o Stivin deve está se sentindo péssimo, avisa para ele que assim que eu chegar do trabalho vou até a casa dele, eu preciso do endereço.
_okay.
Eu respondi e desliguei o celular.
Avisei para a Susan que havia avisado para mamãe.
_okay.
Susan respondeu.
Seguimos todo o percurso até a casa dele em silêncio.
20 minutos depois.
Susan estacionou o carro e chegamos a casa do Stivin.

O que estão achando do livro??
Deixem comentários!!
Bjs




O Inverno Me Define(em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora