O Inverno Me Define(em Revisão)

capítulo 49

Nesse momento eu não estava acreditando no que eu acabara de ouvir, será mesmo que o Allan gosta de mim? Ou melhor, me ama?
Uma pontada de felicidade veio sobre mim, mas junto com ele veio milhares de perguntas que rodavam a minha cabeça descontroladamente, o que me deixava totalmente confusa, desnorteada, tudo o que eu queria era dizer o mesmo, dizer que também gosto dele, mas algo me prendia, eu sentia que não podia desfalecer assim, me expor tão rápido sem pensar antes, em uma atitude irracional me levanto da poltrona ao seu lado, antes disso o fito com os olhos, ele parecia estar em choque, sem saber o que esperar de mim, imóvel, confuso e curioso, mudo minha expressão para um " sinto muito", percebo que já estávamos chegando na escola e como um impulso eu me levanto e já estava do lado de fora do ônibus, antes mesmo de sequer as pessoas se levantarem.

Como tínhamos chegado cedo eu decido tentar fugir e ignorar o Allan o máximo possível,mas eu sabia que não seria assim para sempre, um hora eu teria que dizer a verdade ou então ser a covarde que eu sou e dizer mentiras, sinceramente eu gostava do Allan e saber que ele sente o mesmo me fazia dar incríveis sorrisos largos enquanto andava até um restaurante da instituição um pouco afastado dos demais.
Me sento em uma das cadeiras, pego o meu celular e digito mensagens para o Stivin:
Mensagens on
"Stivin, eu preciso conversar com você, estou te esperando no restaurante da instituição que fica perto da biblioteca."

Alguns segundos depois.

"ahh, oi, eu posso levar a Stacey?"

Eu digito:
"melhor não, não é nada pessoal, mas eu quero mesmo é conversar com você."

Ele responde:
"isso me da medo as vezes, sabia?"

Eu rio:
"na verdade não, mas é bom saber."

"okay, já estou chegando aí !!"

Mensagens off
Stivin se senta ao meu lado enquanto eu estava com a cabeça apoiada em meus braços enquanto repousava o meu rosto sobre a mesa, antes mesmo de nota-lo ele já estava com um sorriso triunfante de me ver.
Eu pergunto curiosa:
_o que foi?
Ele me encara :
_o que foi o que?
Eu desafio:
_e esse sorriso aí no seu rosto? O que foi? Você ta namorando a Stacey é?
Ele engasga com o que eu digo:
_você ta louca, Stacey é só minha amiga, assim como você é.
Paro de encara-lo com meus olhos focados nos meus pés:
_sei, sei...
Ele pergunta curioso:
_mas por que a pergunta? Você ta com ciumes é?

Okay, agora virou guerra, primeiro o Allan diz que eu estou com ciumes da anoréxica da Alice e agora o Stivin diz que eu estou com ciumes da Stacey.

_oi, tem alguém aí, Lucy, ficaria grato se você voltasse para a terra.

Pareço uma idiota falando enquanto tento recompor meus pensamentos:
_ahh, oi.
Foi tudo o que consegui dizer.
_mas que garota fora de órbita, você em?
_ahh, não vamos mudar de assunto, por que você achou que eu estou namorando com a Stacey?
Eu pergunto tentando mudar de assunto:
_por que se importa tanto?
Ele rir:
_não me responda perguntas com perguntas. Como eu fiz a pergunta primeiro me responda, logo em seguida eu respondo a sua.
Eu o encaro com um olhar incrédulo, como ele podia me vencer tão facilmente nesse joguinho psicológico?
Eu falo:
_okay, você venceu dessa vez.
Eu continuo:
_bem... Eu achei que você estava namorando com a Stacey porque vocês passam bastante tempo juntos e agora sempre sentam nas mesmas cadeiras, e além disso,vamos admitir, a Stacey é linda.
Ele me encara enquanto eu falo cada palavra, sua mandíbula parece pressionada e ele finalmente bufa um sorriso descontrolado, tento me conter, mas o sorriso dele estava cômico, era um convite para fazer qualquer pessoa rir também, acabo rindo com ele, até que ele parece estar sã de novo:
_sim, a Stacey é bonita, mas não tanto quanto você.
Fico corada e ele parece amar ver minha reação e continua:
_ahh, e outra coisa, eu só estou passando mais tempo com a Stacey porque você praticamente nos abandonou e fica a maior parte do tempo distraída na sala olhando para o Allan e no ônibus sentando ao lado dele.
Eu sem pensar mordo o lábio inferior em reprovação:
_era aí que eu queria chegar.
Ele levanta uma sobrancelha:
_ o que você tem a me dizer?
Suspiro de forma audível possível e continuo:
_bem.Eu sei que eu não deveria estar fazendo isso, ainda mais sem avisar para os meus amigos que são praticamente parte da família, mas no final de semana passado eu saí com o Allan e descobri que ele gosta de mim, continuamos conversando e nos conhecendo melhor e bem...
Ele disse que me ama, e eu acho que estou apaixonada por ele.

Depois de falar pausadamente sinto que o olhar do Stivin caí, uma agonia domina tudo que existe dele e um silêncio constrangedor aparece, sem muitas esperanças eu pergunto:
_ você não vai dizer nada?
Ele olha para mim me encarando com o olhar de desespero:
_Lucy, não, você não pode sentir isso por ele, será que você não entende que ele só quer ficar se aproveitando de você? Esse cara é um idiota, ele só quer ter tudo e depois descartar tudo como lixo.
Eu o encaro com olhos incrédulos:
_você tem provas?
Ele parece pensativo e eu continuo:
_eis a questão, ninguém pode provar isso dele, mas muito pelo contrário, Allan é uma pessoa extremamente inteligente, é bonito, é popular, por acaso você não está com inveja dele?
Stivin pressiona seus pulsos enquanto fita o olhar em mim que agora estavam negros:
_ahh, então é isso? Você acha que eu tenho inveja dele só porque ele é popular e as pessoas se arrastam aos pés dele, quer saber, com essa tal popularidade existem muitas coisas, coisas que você terá que ver para acreditar, não é? Afinal não é você que está sempre coletando provas?
Lucy, eu tô cansado, eu pensava que nós éramos amigos, mas descobri que estamos bem longe disso, que tipo de amigo contraria o outro? Eu te disse que ele fazia coisas erradas e não te merecia, mas você me ouviu? Claro que não, e ainda tem o encontro, o que foi? Você não confia em mim mais?
Meu olhar se manteve baixo e já com lágrimas no rosto eu digo quase berrando fazendo algumas mínimas pessoas tirarem sua atenção:
_mas é por isso que eu estou te contando agora...
Antes de continuar as minhas explicações eu fui interrompida:
_chega, eu não aguento mais, quero que entenda que eu estou me importando tanto assim com você porque ainda gosto de ti e quero o seu bem, agora se você não quer me ouvir e tirar suas próprias conclusões vá em frente.
Stivin já não estava na cadeira ao meu lado, não estava no restaurante, agora o local estava vazio, as poucas pessoas que alí estavam sumiram junto com a minha sanidade, eu nem sabia o que estava sentindo, eu sentia reprovação de mim mesma por não contar aos meus amigos sobre tudo que estava acontecendo, ele tinha o direito de saber, eu sentia ódio dele por ter falado todas aquelas coisas, eu sabia que eu devia ter contado pra ele, mas dizer que eu deveria tirar minhas próprias conclusões e ter as minhas próprias provas já estava indo longe demais.

Olá novamente...
Mais um capítulo para as 10 pessoas que não sei como me suportam.
Enfim, como era ano novo e todos estavam provavelmente ocupados, inclusive eu, decidi publicar só hoje, ainda vou publicar mais três capítulos.
Enfim, o que estão achando?
Por favor, favoritem e comentem, vocês não tem ideia do quanto isso me anima.