capítulo 46

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Fui em direção ao banheiro, eu sinceramente não olhei para o chão enquanto andava em passos largos tentando não derreter em lágrimas na frente de todo mundo, quando chego a porta do banheiro eu estava aliviada, estava livre para chorar o quanto eu quisesse, eu poderia ser eu mesma alí, e não me importaria com nada além da dor que me invadia, eu ne sentia uma invalida, não entendia porque simplesmente eu não dei um soco naquela loira oxigenada, mas eu sei, eu sou uma inútil, uma covarde, por isso tive essa reação descontrolada

Dobrei minhas pernas sobre o piso frio e apoiando minha cabeça em um espelho gigante que cobria parte do banheiro, eu sinceramente não entendia porque as pessoas não vinham a qui, em meio a milhares de banheiros também, acho que elas esqueceram a existência deste, eu pensei " assim como esqueceram a minha também".
A cada segundo que passava eu sentia meus olhos arderem, as lágrimas pareciam ter uma substância tóxica que deixava os meus olhos irritados e vermelhos, mas era tudo devido ao excesso de lágrimas, eu tentava descontar a minha raiva em algo, mas tudo o que conseguia era apertar meus pulso com força, expondo as minhas veias, coloquei minha cabeça sobre meus braço apoiados nos meus joelhos cruzados e eu me sentia uma completa inválida, um nada, um vazio, talvez eu já deveria ter morrido, talvez eu já estaria sido marcada para morrer a muito tempo, e eu ficava me perguntando, se era para viver assim, essa vida seria em vão, eu não quero isso.
Eu ficava presa ao pensamento do Allan está me enganando e na verdade ELE ESTAVA, aquela cena dele beijando a Alice jamais sairia da minha mente tão facilmente, eu confesso que estava achando que estava apaixonada por ele, ele parecia ser tão gentil, tão interessante, tão educado, inteligente, parecia ter uma personalidade notável, mas com certeza Stivin estava certo, ele deve ser mais um desses superficiais,que não vêem nada além da superfície, eles são tão egoístas que não tem capacidade para ver além dos olhos do ser, além do que ela mostra ser, além do que realmente ela é.
" as pessoas podem ser monstros e terem uma aparência angelical"
" o mundo está cheio de lobos com pele de cordeiro"
"Assim também, uma pessoa pode parecer rígida,ignorante e ter todos os defeitos possíveis, mas ela pode ser um diamante bruto pronto para ser lapidado"
"Portanto, eu prefiro imaginar que ninguém deveria confiar totalmente em alguém sem antes saber o que se esconde dentro dos seus olhos, qual o mostro que habita lá dentro, ou qual o anjo amedrontado que se esconde lá"

E eu sabia que estava errada, eu de fato conhecia o Allan, mas não sabia o que realmente tinha por detrás dele, qual o mostro ou o anjo que habitava lá dentro, não conhecia a sua essência.
Decidi parar com as minhas especulações, molhei o meu rosto e por mais que eu os lavasse ia ficar claro que eu havia chorado, sem dizer que meu nariz estava assustadoramente vermelho.
Fui para sala correndo, eu estava atrasada 5 minutos, mas como era aula de filosofia o professor sempre chega atrasado, chego na minha sala e não olho para ninguém sequer, não estava preparada para as perguntas tolas das pessoas, nem que elas fossem os meus amigos, o professor não tinha chegado por sorte, antes de sentar na cadeira eu dou um leve suspiro imaginando como as próximas aulas seriam entediantes, eu gostava muito de estudar, mas esses dias parecia que eu estava carregando um fardo pesado ou é como se algo estivesse me forçando a estudar, e claro, essa pessoa era eu mesma, mas de um jeito ou de outro, estudar estava se tornando cansativo.
O professor começou a falar sobre alguns princípios metafísicos de Hobbes, depois ele deu um resumo da próxima aula que seria sobre Voltaire, Rousseau e Montesquieu, ele mandou para que cada aluno fizesse um debate sobre o pensamento deles "ótimo,mais um dever de casa", eu pensei enquanto levava minha mente para outro lugar, menos para a órbita terrestre, percebo que eu estava sendo observada e isso me incomoda muito, muito mesmo, olho para trás e percebo que Allan estava me encarando com um sorriso familiar demais para ser verdade" idiota", eu falei baixo, mas ele provavelmente deve te adivinhado o que eu disse pela minha expressão abruptamente histérica, eu virei dando as costas e Stivin me observava discretamente, mas eu o conhecia demais, eu sabia que ele estava tentando me decifrar.

Os horários se passaram rápido, rápido mesmo, e nós fomos comprar comida no restaurante da instituição, fomos até o pátio central e eu decidi ficar sozinha, não tava com muita fome, meu estômago se recusava a comer, enquanto eu tentava inutilmente fugir de Stacey e Stivin, antes que eu pudesse fugir do seus campos do visões eles começaram a falar:
_Lucy, você está muito distante hoje, o que aconteceu?
Stacey falou me interrogando.
Eu exitei em falar e disse com um tom que nem eu acreditei:
_não é nada, eu estou bem.
Stivin me olhou mais calmamente e falou preocupado:
_não, você não está, seus olhos estão vermelhos e você está pálida como a neve, depois que saímos do ônibus você ficou assim, muito pensativa para dizer a verdade.
Eu tentei evitar seu comentário e falei de uma vez:
_eu quero ficar sozinha, só isso.
Eu fui em direção a biblioteca, eu tinha uns 10 minutos e poderia usa-lo para distrair a minha mente com qualquer coisa que me tirasse dessa atmosfera deprimente, ainda repassando os meus olhares pelas prateleiras devidamente organizadas em ordem alfabética eu senti alguém chegando mais perto,essa voz familiar que já me pressionava a ter impulsos lacrimais disse:
_oi.
Eu o ignorei e continuei andando,ele me alcançou e puxou o meu braço:
_por que você está assim?
Mil coisas passaram pela minha mente :
_assim como?
Minha voz soou mais rude que o necessário,parecia que eu estava com armamento pesado prestes a disparar bombas em sua direção.
_você está zangada, mas eu não entendo o motivo.
Eu sinceramente queria esmagar o crânio dele,mas algo me impedia, algo mais forte que eu.

Eu respitei fundo:
_Allan, por que você fingiu gostar de mim?.
Ele pareceu pensativo, pensativo de mais para se sincera.
Ele respondeu:
_eu realmente gosto de você Lucy...
Suas palavras me congelaram por um momento , aquilo era tudo que eu queria ouvir, mas eu não tinha certeza se devia confiar.
Ele parou e respirou:
_ mas o que te fez pensar
o contrario?

Vou tentar postar o outro de noite,
Okay????
Favoritem,please.



O Inverno Me Define(em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora