capítulo 29

30 3 0
                                    

A tarde passou de uma maneira muito monótona, parecia que o tempo havia parado e uma escuridão tomou toda a minha mente, a única coisa que fiz quando cheguei em casa foi almoçar e me deitar na cama ouvindo música esperando que desse a hora para que eu e mamãe fôssemos para o velório, depois do almoço contei para a mamãe que Stivin não estava nenhum pouco bem, falei sobre a história que ele havia me contado sobre o acontecimento no hospital e a morte do seu pai, e permaneci deitada de forma imóvel pensando em tudo que e stivin talvez estivesse sentindo.
Já eram 18:00 quando olhei no relógio sobre meu pulso, e eu mandei uma mensagem para Stacey:
"Avisa para a Susan para ela não vir me buscar, mamãe disse que me levaria ao velório, nos encontramos lá, bjs"
Dez minutos depois.
"Okay,então até logo".
Desci as escadas e decidi comer alguma coisa antes de ir para o velório, mamãe estava na cozinha fazendo bife com arroz e purê de batata, coloquei minha comida e papai e Laís também desceram para jantar, como já fazia muito tempo que a gente não conversava decidi colocar algumas coisas em dia:
_Laís, você pegou as suas pesquisas na minha cômoda?
Ela respondeu:
_ahh, peguei sim, você disse que deixaria na minha cômoda, mas como eu não ví fui no seu quarto e achei o trabalho, mas esqueci de te avisar.
_atha, sem problemas, o importante é que você entregou.
Ficamos em silêncio novamente e papai falou quebrando o silêncio:
_então, Lucy, me fale um pouco mais sobre esse Stivin.
Eu expliquei:
_ele é um amigo da escola, no dia que eu sai com mamãe para o parque aquático Dom Louis ele e Stacey me fizeram uma surpresa e passaram o dia inteiro comigo, eu tive tempo para conhecê-los melhor e descobri que ele não tem muitos amigos, por isso me sinto na obrigação de ficar ao seu lado em um momento tão complicado,além disso ele é muito legal, você vai adorar conhecer ele e a Stacey.
Mamãe concordou também comigo
E papai disse:
_é... Se sua mãe está concordando é porque realmente eles devem ser amigos adequados para você.
Laís interrompeu:
_não se preocupe pai, no dia que eu fui visitar a Lucy quando ela estava no hospital eles foram visitar ela no mesmo dia, eles são bem nerds e até combinam com a minha Maninha, porque todos jogam zombies off Castel, mas fora isso acho que eles são normais.
Ela falou rindo.
_engraçadinha.
Terminamos o jantar e dessa vez eu lavei a louça, quando olhei no meu relógio já eram 6:55, eu estava muito atrasada, avisei a mamãe que ela devia se arrumar rápido, tomei um banho quente com o meu sabonete hidratante e fui rapidamente em direção ao meu closet e eu não fazia a mínima ideia do que vestir, eu só sabia que devia usar uma roupa preta, o que na verdade eu nunca tinha parado para pensar o porquê das pessoas sempre usarem roupas pretas em velórios, procurei... Procurei... Procurei... Ahhh... Achei, encontrei um vestido preto de renda e usei uma sapatilha preta sem muitos detalhes, usei um corretor de olheiras e outro para espinhas, coloquei um pouco de pó compacto, um rímel e um pouco de base na boca, bem estranho fazer isso né, mas eu sentia como se minha boca estivesse o tempo todo hidratada, passei um pouco de perfume e acho que eu estava pronta. Me olhei no espelho enquanto via detalhes por detalhes e eu esqueci de uma coisa, tinha que pentear meu cabelo, enquanto passava minha escova de cabelo pelas minhas pontas voltei a pensar sobre cores e acho que descobri porque as pessoas sempre usam preto em velórios, cheguei a conclusão de que o preto era uma cor neutra, uma cor que não tinha muito a dizer sobre ela mesma, e tudo o que ela queria passar era que para se saber algo sobre ela deveria ser notado através das representações faciais das pessoas que a usavam.
Esse meu conceito pode está totalmente errado, mas era isso que eu pensava sobre as cores.
Finalmente coloco meu cabelo em um coque e mamãe diz para eu descer imediatamente, vou até meu pai e Laís e dou um beijo na testa de papai e um tchau para Laís me despedindo.
Entro no carro e depois de alguns minutos chegamos a casa da Deborah.
O mesmo homem estava bem na frente da casa, só que dessa vez ele já parecia está nos esperando, ou melhor, esperando os convidados do velório:
_olá, senhorita Lucy, essa deve ser sua mãe. Certo?
_olá, sim,ela é minha mãe.
Os dois se cumprimentaram e entramos na casa, o jardim estava com algumas pessoas que pareciam realmente se preocupar com a família, diferente dos hipócritas da minha sala, todos estavam vestidos de preto como eu imaginava, entramos na casa e fomos recebidos pela Stacey, Susan e a Deborah, mas Stivin não estava com eles:
_olá, Lucy, obrigada por ter vindo ao velório, eu nem sei como agradecer,essa é a sua mãe?
Disse Deborah.
Eu respondi:
_sim, essa é minha mãe.
As duas se apresentaram formalmente, Deborah as convidou para irem a outro cômodo da casa e ela, minha mãe e a mãe de Stacey saíram.
Eu e Stacey ficamos sozinhas e ela comentou:
_realmente o Stivin não parece ter muitos amigos, já percebeu que a maioria das pessoas que estão a qui são todos adultos?
_sim, eu percebi.
Eu respondi e voltei a falar:
_onde está o Stivin?
_ele está no quarto, não quer sair de lá.
Fomos até o quarto dele e batemos na porta,dessa vez ele abriu para nós.
Ainda de cabeça baixa ele disse:
_podem entrar.
Entramos no quarto dele que já não estava como antes, sua prateleira de livros estava devidamente organizada, suas cortinhas deixaram o quarto mais escuro que o normal, sentamos na sua cama e ele sentou em uma poltrona que ficava perto de sua cama, Stivin me entregou um envelope e disse:
_eu preciso que você leia para mim, eu não consigo, liguei o abajur que ficava perto de mim e Stacey ficou sentada ao seu lado segurando sua mão.
O envelope era branco e havia apenas uma informação.
"de seu pai, para Stivin Callaster."
Comecei a ler aquela carta pausadamente enquanto Stivin ficava de cabeça baixa:

_olá, sabe aquele dia que eu te disse que iria partir? Eu não estava brincando, nem falando mentiras, pois sei que vou ir embora em breve, parece que todas as pessoas sabem quando isso vai acontecer, ao menos no meu caso, de alguma maneira que eu ainda não entendo eu sei, eu não imaginei que sua reação fosse aquela e nesse exato momento você deve está se sentindo culpado, mas não se culpe, foi eu que errei o tempo inteiro, foi eu que abandonei sua mãe e você, quando ainda era somente uma criança, eu não sei se realmente posso te chamar de filho, pois tenho dúvidas de ser seu pai de verdade, porque nunca fui isso para você, eu nunca participei da sua vida e o tempo todo eu achei sua mãe uma mulher ingênua demais e que nunca iria conseguir alcançar seus sonhos, agora, olhe para ela? Veja quem ela se tornou? Ela concluiu a sua faculdade de medicina e é uma cardiologista, mas não uma comum, ela é uma das melhores.
Eu queria muito ter a oportunidade de voltar a amar a sua mãe de novo e de pedir perdão por tudo que eu fiz a ela, ou pelo menos voltar a ser seu pai de verdade. Mas é tarde demais!!
Adeus filho!! E se você se sente culpado, eu te perdoou.

Um grande abraço... Obs... Pai.



O Inverno Me Define(em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora