EPíLOGO...
ora, pois, também eram filhos de Deus....
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Na seqüência, em rajada, outros tiros foram disparados. A pontaria do policial foi afinada e acertou o braço da bandida, exatamente no momento dela puxar o gatilho a primeira vez. O impacto da bala foi violento mudando os cálculos na pontaria dela, contabilizando inhambu na capanga. O primeiro projétil expelido pela arma passou de raspão no couro cabeludo do soldado arrancando um tucho de cabelos. Os outros passam mais acima em diferença de dois dedos um para o outro. O quepe do policial foi arrancado pelo primeiro disparo e agora rodopiava no ar recebendo o impacto das outras balas. O policial distraído começou a desabar lentamente. O sargento correu para socorrê-lo, imaginando-o atingido. Ao ampará-lo na queda examinou-lhe a cabeça vendo apenas a contusão arroxeada onde a bala passou de raspão. A mulher tentava segurar a arma com a outra mão, mas não teve sucesso, deixando-a cair. Ela foi agarrada por outros policiais e na seqüência levou uma saraivada de tapas.
Mesmo com o braço destroçado pela bala do fuzil foi algemada com as mãos para trás, não se importando se de um lado houvesse apenas restos do braço espatifado na bala do AR-15. Uma fera como aquela não se podia facilitar nada. O ferimento era grave, mas ela agüentaria bem até chegar a Goiânia, afinal de contas gente ruim só amacia mesmo depois de muito sofrimento. Apenas uma toalha foi amarrada nos ferimentos, para não perder pedaços de ossos ou sujar a viatura com sangue ruim.
Duas horas depois, chegaram à capital, deixando Carmelita escoltada e algemada no Hospital de Urgências sob os cuidados de outra equipe, com as devidas recomendações. Depois do atendimento devia ser levada à delegacia e autuada em flagrante por crime de trafico e tentativa de homicídio e os autos repassados para a delegacia própria a fim de dar seqüência na investigação sobre o trafego internacional de drogas. A presa tinha muita coisa para contar aos policiais da DENARC e até mesmo à Polícia Federal. Certamente mais uma quadrilha internacional de drogas seria desarticulada em breve. Embora outros casos requeressem urgência duma solução, o chefe da equipe acertou com os companheiros que durante o resto da semana tirariam folga. Ora, pois...pois...também eram filhos de Deus.
Gyn, 05 de janeiro 2.003
Escritor Delegado Euripedes III
BREVECURRÍCULO
EURIPEDES DA SILVA nasceu em Colômbia –SP, em abril de 50, casado com Lourdes a mais de trinta anos, tendo quatro filhos adultos e dois netos. Colou grau em 1.979, em direito pela UFG. Ingressou na Polícia Militar em 1.972, se graduando sargento. Foi aprovado em concurso para delegado de polícia, na Polícia Civil do Estado de Goiás, em 1.983. Especializou em Direito Administrativo e Constitucional pela Academia de Polícia Civil- UCG. Atuou nas cidades de Itumbiara, Goiatuba e em Goiânia,atualmente é Corregedor Geral de Polícia. Publicou o romance policial AR-15 A NOVA LEI com o pseudônimo Delegado Euripedes III. Está no prelo para publicação ainda este ano os romances policiais "Emboscada – A política a serviço do crime" e "Macumba – O terreiro da morte". Ouça na Radio MIL FM 3ª e 6ª feiras, o quadro DELEGACIA DE CONTOS, dentro do programa Ronda Policial, das 6;30 às 07 h
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macumba - o terreiro da morte
Action04 NOITE MACABRA Uma história envolvente narrando dois assassinatos ocorridos logo após uma sessão de macumbaria num terreiro de macumba. O pretenso pai de santo Grampola, se envolve com um homossexual enrustido e arrasta seu...