Capítulo 66

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Podem ler a nota final, por favor? É importante! Boa leitura ;)

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Íamos a meio do caminho, Harry mantinha a sua mão por cima da minha enquanto eu fazia algumas mudanças. Foi assim que ensinei Harry a conduzir minimamente bem. Ria-me ao ouvi-lo dizer para que mudança eu passava.

"Como é que sabes a que altura é que tens de pôr a mudança?" Pergunta e eu rio-me, olhando para ele de relance.

"É um pouco por ouvido. Quando estás nas aulas de condução, o instrutor diz-te mais ou menos a que velocidades é que tens de mudar mas à medida que conduzes já fazes a mudança por ouvido." Respondo.

"Deve ser confuso." Diz e eu nego.

"Não, a sério, quando estiveres habituado a conduzir não é confuso." Acaricio a sua mão com o meu polegar.

Continuamos a viagem num ambiente confortável, ao som baixo do rádio. Ginger encontrava-se a dormir nos bancos detrás e eu agradecia-lhe por isso, assim até não me precisava de preocupar com o facto de ele ter sede, fome ou precisar de fazer chichi. Entrei para o caminho a terra batida e sorri por estar quase em casa da minha avó. 

Só volto para Londres quando ela estiver melhor, apesar de eu saber que isso não é muito provável. Avisto a casa dela ao longe e, assim que chegamos, paro o carro e desligo o mesmo. Tiro o cinto, assim como Harry e saímos os dois do carro. Caminhei para o porta bagagens e abri o mesmo, começando a tirar as malas com a ajuda de Harry. 

Abri novamente a porta do lado do pendura e puxei o banco, assobiando para chamar Ginger. Ele logo despertou a saiu do carro, começando a correr todo contente. Sorri e ri-me ao vê-lo correr atrás de um pobre pombo que estava ali sossegado e voou quando sentiu Ginger aproximar-se. 

"Ginger!" Chamei e o meu lindo cão olhou para mim. "Anda cá." Mandei e ele correu na minha direção. "Fica quieto, cão, sua pulga elétrica!" Abano o seu focinho entre as minhas mãos de uma forma rápida, brincando com ele. Logo recebo o seu ladrar, o que me faz imitá-lo e dar-lhe leves beliscões na brincadeira.

"Amor?" Harry chama-me e eu olho para ele, vendo-o cheio de malas.

"Desculpa, eu ajudo-te." Digo e pego na minha mala, que era a mais pesada. 

"Essa está muito pesada, deixa-me levá-la." Diz e eu nego.

"Não é preciso, estamos já aqui." Digo e toco à campainha. Eu espero que a minha avó goste da surpresa. "Ginger, senta." Mando e este assim o faz. 

A porta abre e revela a minha avó. Sinto o meu peito doer, muito. A sua figura é fraca, indefesa, cansada. Os seus olhos são curiosos, o que me faz pensar que ela pode, possivelmente, não se lembrar. Um pensamento deveras assustador e que faz o meu coração doer.

"Charlotte?" A sua voz fraca chama e eu suspiro de alívio, sorrindo e abraçando-a.

"Assustaste-me." Desabafo e os seus dedos magros acariciam os meus cabelos.

"Não pensaste que me tinha esquecido de ti, pois não?" Pergunta e eu aperto-a contra mim.

"Não sei, avó, só sei que estou preocupada contigo e que vim para te ajudar em tudo o que precisares." Digo e ela suspira. 

"Fico muito contente por te preocupares comigo, querida." Diz e eu rio-me.

"Tu és o  melhor que tenho, avó. Tu foste quem mais me ajudou nestes anos. Tu eras o meu refúgio, tu és tudo para mim. É claro que me preocupo contigo, vou sempre preocupar-me." Digo e sinto as lágrimas picarem os meus olhos, o que me faz fechá-los e deixar a água salgada deslizar pelas minhas bochechas. 

"Obrigada, querida." Agradece e eu afasto-me o suficiente para a olhar.

"Obrigada eu, por seres quem és, avó." Agradeço e os olhos dela ficam marejados, o que me faz beijar a sua testa. Olho para Harry e ele sorri-me. "Avó, trouxe o Ginger, já conheces." Digo e ela acaricia o focinho de Ginger, que beija a sua mão. 

"Olá, coisa linda. Estás grande, Ginger!" A minha avó observa e ri, olhando para Harry. "Olá, Harry." Cumprimenta e ele abraça-a, deixando um beijo na sua bochecha.

"Olá, Julia." Diz e o olhar da minha avó cai em mim.

"Charlotte, eu tenho de te dizer uma coisa." Diz-me e eu entro para a sala.

"Claro,-" A minha voz extingue-se quando vejo dois corpos que conheço à frente.

"Olá, querida." Katherine cumprimenta e eu semicerro os olhos para eles, virando-me para olhar para a minha avó.

"O que é que eles estão aqui a fazer?" Pergunto e a minha avó dá-me um olhar repreendedor, entrelaçando os dedos uns nos outros.

"Charlotte, os teus pais estão aqui para me ajudar, tal como tu e o Harry." Diz e ouve-se um pequeno choro. "E tu, Ginger." Ela acaricia o focinho do meu Golden Retriver e volta a olhar para mim. "Por isso, maneiras." Pede e eu bufo, olhando para Katherine e Peter.

"Olá e adeus." Digo e caminho para o meu quarto, entrando e fechando a porta. 

Que nervos

A porta abre e revela Harry e Ginger, que praticamente o atropela para entrar no quarto.

"Ginger, cuidado." Harry repreende e fecha a porta, deixando as malas ao lado da cómoda. O seu olhar cai em mim e eu desvio os meus olhos para a colcha da cama.

"Char..." Suspira e senta-se na cama à minha frente, pousando a sua mão na minha perna. "Char, olha para mim." Pede e sinto o seu dedo indicador no queixo, virando-o para me fazer encarar os seus olhos. 

"Eu não consigo, Harry, simplesmente não dá." Digo e ele desce os seus dedos pelo meu pescoço, deslizando-os pelos meus braços e juntando-se às minhas mãos.

"Consegues, pela tua avó." Diz e eu suspiro, olhando para as minhas mãos. "Amor." Chama e eu ergo o meu olhar para ele. "Eu amo-te." Diz e os cantos dos meus lábios sobem um pouco.

"Eu também te amo." Digo e a sua testa encosta-se à minha, o que me faz fechar os olhos com o contacto. Os nossos narizes roçam-se e Harry junta os seus lábios aos meus num beijo calmo. 

"Consegues ir para ali apoiar a tua avó sem discutires com os teus pais?" Pergunta junto aos meus lábios e eu suspiro.

"Por ela." Respondo e sinto-o sorrir, o que me faz sorrir também. 

"Então vamos?" Pergunta e eu assinto. Levantamo-nos e caminhamos para fora do quarto. Katherine e Peter encontravam-se sentados no sofá a conversar com a minha avó. 

Vão ser umas longas férias.


Olá! Desculpem não ter publicado mais cedo mas estive a ajudar o meu pai nas obras e a minha mãe depois no Natal. Esta semana tenho de ler "Os Maias" (ainda vou só no capítulo 3 e tenho de ler 9, não ignorando que cada um são umas quarenta páginas!) e tenho também de fazer exercícios de matemática por causa da explicação.

Espero que gostem do capítulo e, dadas as circunstâncias, se não publicar mais durante as férias é porque não consegui mesmo! Prometo que vou tentar arranjar um tempinho para me pôr no pc a escrever!

Beijinhos

Love you

Xx


Charlotte |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora