Capítulo 65

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O seu corpo não manifesta qualquer reação à minha voz, como se eu não estivesse aqui. Zayn permanece intacto, sem dizer nada. Eu sinto o meu coração apertar e ficar pequeno, eu não conseguia imaginar a dor que Zayn deve estar a sentir. Ele conhecia a Perrie há mais tempo do que eu e estava perdidamente apaixonado por ela. 

É difícil de saber e de imaginar tal dor. Eu não me imaginava sem Harry, acho que simplesmente voltaria a ser a mesma Charlotte que era antes de o conhecer mas, muito pior. Não posso dizer que sei o que Zayn está a sentir, porque não sei. Apenas tenho uma pequena ideia. Deve ser bem mais forte que a minha dor. 

"Zayn..." Chamei, tentando ganhar a sua atenção, mas não adiantava. Zayn não tirava os olhos daquela maldita fotografia que só o destruía por dentro. "Zayn, por favor..." Caminhei lentamente até ele e fiquei a seu lado em pé.

Nada

Sentei-me a seu lado no sofá e coloquei a minha mão sobre a sua, fazendo-o estremecer. Apertei a sua mão e encostei a minha testa no seu ombro, fechando os olhos e deixando que as lágrimas se formassem nos meus olhos verdes.

"Eu perdi-a." Ele finalmente fala e eu abro os olhos, vendo-o passar o seu polegar pela fotografia onde estava o rosto de Perrie. "Eu perdi-a." Repetiu e uma lágrima escorreu pela sua bochecha. Voltei a encostar a minha testa ao seu ombro e deixei que as minhas lágrimas caíssem dos meus olhos.

"Nós perdemos." Digo e sinto-o mexer-se, o que me faz olhar novamente para ele. Os seus olhos estavam fixos nos meus. Mais lágrimas abandonavam as duas avelãs do meu melhor amigo e a sua mão largou a moldura. 

"A culpa foi minha." Disse e eu neguei.

"Não, Zayn, a culpa não foi de ninguém." Digo e ele circula o meu corpo com os seus braços, puxando-me para si. Chorou.

"Desculpa, Charlotte." Pediu e eu deixei que as lágrimas continuassem a levar o melhor de mim.

"Sshh..." Acariciei os seus cabelos com os meus dedos e escondi o meu rosto na curva do seu pescoço. 

"Eu não consigo viver sem ela, Charlotte, ela é tudo para mim." Diz e aperta-me contra si.

"Consegues, Zayn." Digo e afasto-me dele, colocando o seu rosto entre as minhas mãos. "Nós temos de viver por ela, temos de ser felizes, por ela." Digo e ele balança a cabeça.

"Eu não quero viver num mundo onde a Perrie não exista." Diz-me e eu limpo as lágrimas que escorrem pelas suas bochechas.

"Queres, sim, Zayn, tu queres e tu vais. Pela Perrie." Digo e ele funga, levantando-se.

"Tu tens de ir." Diz e eu levanto-me, olhando para Zayn incrédula.

"Estás a mandar-me embora?" Pergunto-lhe e ele não olha para mim.

"Eu preciso de estar sozinho." Diz e eu vacilo com as suas palavras.

"Eu só estou a tentar ajudar-te." Digo e ele nada faz ou diz. Assenti para com a sua atitude e caminhei até à porta, abrindo-a e saindo de casa. Caminhei até ao carro e destranquei-o, entrando para o lado do condutor. Mandei a minha mala para cima do banco do pendura e deitei a cabeça no volante, suspirando pesadamente.

Liguei o carro e arranquei rumo a casa. Zayn não quer a minha ajuda, então não me vou importar com ele. Apenas me vou concentrar na minha avó, ela sim precisa de mim. Rapidamente cheguei a casa e entrei na garagem, estacionando o carro no lugar do costume. Desliguei-o e peguei na mala, saindo do mesmo.

Tranquei-o e caminhei ao som saltos até ao elevador. Entrei no mesmo e carreguei no botão do meu andar, esperando pacientemente para que as portas abrissem. Guardei as chaves do carro na mala e tirei as de casa. As portas abriram e eu caminhei até à porta de casa, abrindo-a e entrando. Fechei a porta e chamei por Harry, que logo apareceu com uma mala de viagem.

"Comecei a arrumar as coisas." Disse e eu sorri, caminhando até ele e colocando os meus braços à volta do seu pescoço. Puxei-o para um abraço ao qual ele logo retribuiu.

"Obrigada." Agradeci no seu ouvido e senti-o beijar o meu pescoço.

"De nada, estás bem?" Perguntou-me e eu suspirei, afastando-me o suficiente para o olhar.

"O Zayn está mal, muito mal. Ele não deve tomar banho há dias, não quer falar com ninguém, ele estava sentado no sofá com uma moldura de uma fotografia dele e da Perrie na mão. Ele está horrível e eu não sei o que fazer para o ajudar... Ele nem quer ser ajudado." Desabafo e Harry acaricia o meu rosto com os seus dedos.

"Ele está a fazer o seu luto, Char..." Diz e eu suspiro.

"E a afastar-me." Digo e é a sua vez de suspirar.

"Tens de compreender." Harry diz-me.

"Eu sei mas ele também tem de compreender que eu estou mal e que preciso do seu apoio." Digo e ele assente.

"Não te preocupes, o Zayn quer ultrapassar esta fase sozinho, e nós temos de respeitar a sua decisão." Assenti e Harry beijou a ponta do meu nariz.

Fomos para o quarto e fizemos as malas para partimos para casa da minha avó. Enquanto isso, Harry falou-me do funeral de Perrie. Pelos vistos, ainda estavam a realizar a autópsia, apesar de eu saber perfeitamente que Perrie fora morta com um golpe no pescoço. Não percebo porque é que estão a analisar o seu corpo para descobrir a causa da morte quando está bem explícito.

Depois de fazermos as malas, eu decidi deixar um conjunto de roupa mais leve e fui tomar um banho rápido para me despachar. Harry disse que ia arranjar as coisas do Ginger. Não o podemos deixar aqui, não tínhamos ninguém que pudesse cuidar dele. Teríamos de ir para casa da minha avó no BMW

Depois de ter tomado banho num instante, vesti uma roupa interior branca e vesti jeans escuras e a camisola larga cor camel. Calcei umas botas pretas abertas de lado e penteei os meus cabelos louros. Peguei na minha mala e pu-la em cima da grande mala de viagem. Vesti um casaco preto e coloquei a mala ao ombro.

"Hazz!" Chamei e, pouco tempo depois, Harry apareceu no quarto. "Estás pronto?" Perguntei e ele assentiu, vestindo o casaco castanho que lhe oferecera e que lhe ficava muito bem.

Saímos do quarto com as malas e chamei Ginger, colocando-lhe a trela. Peguei no seu saco e na manta que costumo de pôr no carro quando o levo para casa da minha avó. Abri a porta e Harry passou com as duas malas. Seguidamente, passou Ginger que esperou por mim. Fechei a porta e tranquei-a devidamente.

Caminhei para o elevador, onde Harry me esperava, e entrei com Ginger. Descemos para a garagem e assim que as portas se abriram, Ginger saiu entusiasmado.

"Ginger!" Repreendi por ele me ter puxado e este logo se sentou. "Anda lá, sem puxar." Avisei e caminhamos para o carro. Mandei Ginger sentar e este logo obedeceu. Tirei a chave da mala e destranquei o carro. Abrimos o porta bagagens e encaixamos as malas no mesmo. Abri a porta e empurrei o banco para a frente.

Estendi a manta ao longo dos bancos e tirei a trela de Ginger, mandando-o para os mesmos. Ele subiu para cima deles e deitou-se ao comprido. Coloquei o banco no sítio e deixei que Harry entrasse. Dei a volta ao carro e entrei para o banco do condutor, colocando o cinto de segurança. Liguei o carro e arranquei em direção à casa da minha avó.


Olá! Desculpem só ter atualizado agora mas estou a fazer obras no meu quarto e tenho andado a ajudar os meus pais. Espero que gostem e AMANHÃ ESTAMOS DE FÉRIAS, PORRA!!!!!!!!!

Beijinhos!

Love you

Xx


Charlotte |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora